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O Universo veio do nada?

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O Universo veio do nada? Empty O Universo veio do nada?

Mensagem por Rodolpho Lima 1st abril 2013, 00:00

Estive pensando bastante sobre o assunto ultimamente e, quando notei, já tinha escrito um texto opinativo deduzido da concordância de teorias da física. Claro, sempre um pouco de filosofia quando o tema é complexo e indefinido. O texto tá aqui pra quem quiser ler e a pergunta a ser debatida é: O universo surgiu do nada ou foi criado por um tipo de inteligencia?

O texto é esse aqui: http://me-sophos.blogspot.com.br/2013/03/por-que-o-universo-nao-veio-do-nada.html

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O Universo veio do nada? Empty Re: O Universo veio do nada?

Mensagem por michael patury 2nd abril 2013, 18:44

Bom texto... Eu tbm gosto muito do nada, acho que ele responde a varias perguntas eu não tenho duvidas que a relação entre o quociente Neg./Pos.= f(x) esta a criar tudo e tudo deve voltar pra ele e isso se repeti eternamente.Não acho absurda a ideia do universo ser auto-sustentável haja vista que o próprio planeta terra tem seu campo magnético,ou seja, donde veio o nosso campo magnético ? É produzido pelo próprio planeta??

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Mensagem por Robson Z. Conti 2nd abril 2013, 23:42

Apesar dos termos utilizados seguirem o figurino atualmente utilizado na academia, ainda sou um humilde partidário do óbvio, ou seja, "do nada, nada se faz", conforme Lucrécio definiu há milênios com seu ex nihilo nihil fit (que alguns atribuem a Parmênides).

Em relação a isto eu gostaria de observar de forma que fique claramente entendido que “eu não compactuo nem da maneira mais infinitesimal com qualquer tese que proponha ou simplesmente admita que algo se faça a partir do nada”. Se algo que não existia em um local passa a neste local existir é sempre devido a ter vindo de outro local ou ali ter-se formado a partir de substâncias já existentes em outro formato, estado ou fase.

Se algum dia alguém me ver admitir que algo passou a existir a partir do nada, terei enlouquecido. Já mudei de opinião a respeito de detalhes e pormenores (que não implicam em confrontar princípios), mas nem arranhei o bom-senso ao considerar que algo pode vir do nada, principalmente se este algo for simplesmente tudo. Quanto a isto, esqueçam: esta rapadura eu não entrego e desta água não beberei.

Se alguém deseja acreditar que o tudo surgiu do nada, tudo bem, contanto que não digam jamais que eu tenho algo a ver com isto. A nossa vida é finita, mas a reputação de quem apregoar ou afirmar crer que o tudo surgiu do nada vai ficar seriamente avariada pelos milênios que aguardam. Apesar de ser um simples aprendiz, eu tenho uma reputação a zelar (aprendiz sim, maximamente ingênuo e crédulo, não).

[]s

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Mensagem por Xevious 3rd abril 2013, 06:39

Há uma explicação para uma "evidência" de um fenômeno que algo tenha surdido de nada..

Que ele veio de outro lugar, mas que ninguém percebeu..

Assim como um coelho da cartola.. Mágica?

E eu .. cheguei a uma conclusão, procurando soluções para a teoria quantica, concluí que existe um universo paralelo ao nosso, e mais outro que engloba estes dois.
Mas não descarta que existam mais..

Detalhes desta minha teoria aqui => https://fisica2100.forumeiros.com/t1167-energia-na-forma-de-ondas-explica-fenomenos-quanticos


Mas nao estou procurando com isso me utilizar desta teoria pra servir de resposta a o dilema central do tópico.
Só para explicar, como algo pode surdir "do nada"..

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Mensagem por Robson Z. Conti 3rd abril 2013, 20:26

Oi Xevious,

Em relação ao coelhinho, a mágica não é bem mágica, apenas ilusionismo para os espectadores, pois para o “mágico” é tudo simples, absolutamente de acordo com as leis naturais (como evidentemente jamais poderia deixar de ser, leis que não funcionam às vezes não podem ser leis da natureza).

Já conversamos a respeito do seu texto - https://fisica2100.forumeiros.com/t1167-energia-na-forma-de-ondas-explica-fenomenos-quanticos - no extinto fórum da UFF. À época eu acabei produzindo um conjunto de textos que atualmente podem ser encontrados em http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-se-for-tudo-igual-tudo-fractal_4385.html e em http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-s.html na tentativa de mostrar que um modelo ou conjectura que almeje explicar o surgimento e o destino do universo deve também procurar explicar o motivo e o mecanismo pelo qual as coisas se passam como observamos que se passam, do interior do núcleo dos átomos ao próprio universo.

Quanto ao tudo ter surgido do nada (e neste caso me refiro ao nada absoluto e não a outras condições a que alguns se referem como sendo nada, mas que são “algo”), esqueçam. Mais fácil seria passar a acreditar em Papai Noel e outras coisas do mesmo tipo. Se algo veio de outro lugar já existiam o "algo" e os lugares, ou seja, espaço, tempo, energia e matéria (tudo), apenas com outro formato e distribuição espacial.

[]s

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Mensagem por michael patury 4th abril 2013, 21:08

Robson,

Quando me referi ao nada estava a falar de algo com potencialidades infinitas: Imagine um copo ou uma caixa vazia? O que ha lá? Ou seja tudo é possível. Não acredito em nada absoluto pois algo assim seria desnecessário e sem uma função e acredito que a natureza é inteligente demais para desperdiçar algo. Não acredito absolutamente em universos paralelos como se fossem latrinas infinitas isso é ridículo e absurdo. acredito na interação do positivo e negativo. Interagindo dando condições pra existência. Em um ciclo eterno pois se mesmo que tudo tenha um fim, obrigatoriamente tem que haver a informação do inicio e isso em um dado momento volta a acontecer.

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Mensagem por Robson Z. Conti 5th abril 2013, 11:08

O nada absoluto exigiria a total inexistência de toda e qualquer estrutura, partícula, espaço ou evento, inclusive de quem estiver pensando nele. Em termos objetivos é uma impossibilidade tanto conceitual quanto física, não pode ser jamais observado ou sequer imaginado.

[]s

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Mensagem por michael patury 5th abril 2013, 14:52

Robson,
Concordo em gênero e grau com vc. Então quando falamos no ´´nada`` estamos falando de algo que não sabemos o que é? Ele teria energia infinita para criar tudo e destruir é a relação entre o quociente Neg/Pos= f(interação,informação, existência).

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Mensagem por Robson Z. Conti 6th abril 2013, 15:09

michael patury escreveu:quando falamos no ´´nada`` estamos falando de algo que não sabemos o que é?
Se estamos falando do nada absoluto, aparenta-me que podemos saber algo sobre o que ele SERIA. Ele SERIA (pois não é) “o que não existe”, ele SERIA a negação da existência de toda e qualquer “coisa”, mesmo imaginária. Para partir de um estado destes e obter “algo” (que existe) teríamos de ter um milagre (e milagres não existem).

michael patury escreveu:Ele teria energia infinita para criar tudo e destruir é a relação entre o quociente Neg/Pos= f(interação,informação, existência).
Pelo modo que pessoalmente vejo, não. O nada absoluto não TERIA absolutamente nada, ele SERIA a nulidade plena, ampla, geral e irrestrita de qualquer “coisa” que se possa ou mesmo do que não se possa imaginar. Esqueçamos este estado, ele não tem como “ser”, pois sua definição conceitual é “aquilo que não é” (e que não pôde e nem poderá ser, sob pena de violar a todos os princípios de conservação conhecidos - massa, energia, movimento, etc).

Ele não deve ser confundido com o vácuo, que apenas é uma porção de espaço cercada de tudo por todos os lados. Já o nada seria a total ausência de tudo, inclusive de quem estiver pensando nele. O nada (relativo) seria o que os físicos atuais dizem que existiria fora do espaço-tempo einsteiniano. Já o nada absoluto não é nada, não existe.

Em síntese, o nada absoluto SERIA absolutamente nada.

[]s

P.S.: Alguns dizem que o nada nem nome poderia ter. Isto já estaria implícito quando se afirma que nem mesmo quem imagina o nada poderia existir (já que um nome tem de ser dado por quem exista). Algumas pessoas dão grande valor ao nome, mas entendo que um nome não representa nada em termos físicos, sendo apenas abstração produzida para referir-se a um objeto, evento ou condição. Se mesmo o nada, que nada é, também tem nome, o nome, nada é, também.

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O Universo veio do nada? Empty Nada Jocaxiano

Mensagem por jocax 10th maio 2013, 13:24

O Nada Jocaxiano

João Carlos Holland de Barcellos

O "Nada Jocaxiano" (NJ) é o “Nada” que existe. É um sistema físico desprovido não apenas de elementos físicos e de leis físicas, mas também de regras de quaisquer tipos.[1]

Para tentarmos entender e intuir o NJ como sendo um “nada existente”, podemos construí-lo mentalmente da seguinte forma: do nosso universo retiramos toda a matéria, a energia e os campos que elas geram. Agora podemos retirar a energia escura e a matéria escura. O que sobrou é algo que não é o inexistente. Vamos continuar nosso experimento mental e continuar suprimindo elementos de nosso universo: agora vamos retirar as leis físicas e as dimensões espaciais. Se não esquecemos de retirar mais nada o que sobrou é um NJ: Um nada existente.

O NJ é diferente do Nada em que normalmente se pensa. O nada em que normalmente se pensa, e que podemos chamar de "Nada Trivial" para distingui-lo do NJ, é algo do qual dele, nada pode surgir, ou seja, “o Nada Trivial” segue uma regra: ”Nada pode acontecer”. Dessa forma o “Nada Trivial”, o nada no qual as pessoas pensam ao falar sobre um “nada”, não é o nada mais simples possível, ele possui pelo menos uma regra de restrição.

Jocax não definiu o NJ como algo em que não existe nada. Tal definição é dúbia e encerra algumas contradições como: ”Se no nada não existe nada, então ele mesmo não existe”. Não. Primeiro Jocax definiu o que seja existir: “Algo existe quando tem as propriedades que o definem satisfeitas dentro da realidade”. Assim, o NJ foi definido como algo que:

1-Não possui elementos físicos de nenhuma espécie (partículas, energia, espaço etc.).

2-Não possui nenhuma lei (principalmente a lei embutida no “Nada Trivial”).

Assim, o NJ pode ter fisicamente existido. O NJ é uma construção que se diferencia do "nada trivial" por não conter a regra "Nada pode acontecer". Desta forma, jocax livra seu NJ de paradoxos semânticos do tipo: “Se ele existe, então ele não existe”. E afirma que este nada é ALGO que pode ter existido. Ou seja, o “NJ” é a estrutura física mais simples possível, algo como o estado minimal da natureza. E também o candidato natural para a origem do universo.

Não devemos confundir a definição do NJ com regras a serem seguidas. A definição do NJ é apenas a declaração de um estado. Se a natureza se encontrar no estado definido pelas condições 1 e 2 acima, dizemos que ela é um “Nada-Jocaxiano”. O estado de um sistema é algo que pode mudar, é diferente de uma regra que o sistema deve obedecer (caso contrário não seria uma regra). Assim, por exemplo, o estado “não possui elementos físicos” é um estado e não uma regra, pois, eventualmente, este estado poderá mudar. Se fosse uma regra, não poderia mudar (a menos que outra regra eliminasse a primeira).

Por ser livre de quaisquer elementos, o NJ não pressupõe a existência de qualquer coisa existente, apenas a existência dele próprio, e, pela "Navalha de Ocam” [2], deve ser o estado mais simples possível da natureza, portanto sem necessidade alguma de explicações sobre sua origem. O NJ, claro, não existe atualmente, mas pode ter existido num passado remoto. Ou seja, o NJ seria o próprio universo – definido como o conjunto de tudo o que existe - em seu estado minimal. Dessa forma, podemos também dizer que o Universo (como sendo um NJ) sempre existiu.

O NJ, assim como tudo que é entendido pela lógica, deve seguir a tautologia: "pode ou Não Acontecer". Essa tautologia-verdade lógica absoluta- como veremos, possui também um valor semântico no NJ: permite (ou não) que coisas possam acontecer.

Não podemos afirmar que num NJ eventos devam, necessariamente, ocorrer. Eventualmente pode não ocontecer nada mesmo, isto é, o NJ pode continuar ‘indefinidamente’ ( o tempo não existe num NJ) sem mudar de seu estado inicial e sem que nada ocorra. Mas existe a possibilidade de que fenômenos aleatórios possam decorrer desse nada absoluto. Essa conclusão segue logicamente da análise de um sistema sem premissas: como o NJ, por definição, não possui leis, isso significa que ele pode ser modelado como um sistema lógico SEM PREMISSAS.

Devemos parar um pouco para abrirmos um pequeno parêntese explicativo: estamos lidando com dois tipos de “Nada-Jocaxiano”: o objeto físico denominado “NJ”, que era o universo em seu estado minimal, com as propriedades descritas acima, e a teoria que analisa este objeto, o NJ-Teoria. O NJ-Teoria, a teoria sobre o NJ-objeto, (este texto) utiliza regras lógicas para entendermos o NJ-Objeto. Mas o NJ-objeto, ele próprio, não segue regras lógicas, por não existirem leis a que deva obedecer. Entretanto, não creio que deixaremos escapar possibilidades ao NJ-Objeto se o analisarmos segundo a lógica clássica. Contudo, deveremos estar cientes que esta analise lógica (NJ-Teoria) poderá, talvez, limitar alguma potencialidade do NJ-Objeto.

Em um sistema sem premissas, não podemos concluir que algo não possa acontecer. Não existem leis para que possamos tirar esta conclusão. Ou seja: não existe a proibição de que qualquer coisa possa acontecer. Se não existe a proibição de que algo possa acontecer, então, eventualmente, algo pode acontecer. Ou seja, as tautologias lógicas continuam verdadeiras num sistema sem premissas: “algo acontece ou não acontece”. Se, eventualmente, algo acontecer, este algo não deverá obedecer a leis, e, portanto, seria algo totalmente aleatório e imprevisível.

[Isso tudo pode parecer muito estranho, e na verdade é mesmo, mas posso colocar uma evidência clara de que o NJ não é um absurdo: procure, primeiramente, num sistema de busca da Internet pelo texto: “partículas virtuais” ou no singular: “partícula virtual”. As partículas virtuais ocorrem em nosso universo como criação espontânea, a partir do vácuo quântico, de uma partícula e sua anti-partícula. A geração deste par de partículas é considerada, pela ciência, como um evento sem causas físicas, algo genuinamente aleatório. Isso é fato científico e pode ser explicado pela mecânica quântica. Agora vamos sair um pouco dos fatos e imaginar que cada uma dessas partículas encerra um ultra-micro-pico-universo em miniatura. Assim, nesta experiência mental, temos um indício, uma pequena evidência, de que o surgimento de um universo do nada não está tão fora de propósito como poder-se-ia acreditar...].

Chamamos de Esquizo-Criações as primeiras aleatorizações do NJ. As esquizo-criações, por provirem de algo sem leis, seriam totalmente aleatórias e, se pudéssemos observá-las, parecer-nos-iam completamente “esquizofrênicas”. Claro que, com as primeiras aleatorizações, o NJ deixa de ser o NJ original por possuir algo, ou seja, o NJ se transforma. Como o NJ não é limitado por nenhuma lei, eventualmente pode também gerar leis, nas quais seus elementos – agora ele próprio – tenham de obedecer.

Vamos mostrar como a geração aleatória de leis pode produzir um universo lógico: suponha que leis sejam geradas aleatoriamente em seqüência. Se uma nova lei é gerada e não entra em conflito com outras leis, todas podem permanecer incólumes no conjunto de leis geradas. Entretanto, se surge uma nova lei que entra em conflito com outras leis já geradas, a nova lei substitui (mata) as leis anteriores que são incompatíveis com ela, já que, por ser uma lei, ela deve ser obedecida (até que outra, mais nova, se oponha a ela). Assim, numa verdadeira “seleção natural” de leis, acabaria sobrando apenas um conjunto de leis que não fossem incompatíveis entre si, e isso pode responder a uma questão filosófica fundamental de nosso universo: “Por que o universo segue regras lógicas?”.

Dessa forma o Nada-Jocaxiano é o candidato natural para a origem do universo, já que é o estado mais simples possível que a natureza poderia apresentar: um estado de tal simplicidade que não haveria necessidade de explicação para sua existência. E, por conseqüência lógica deste estado, qualquer coisa poderia (ou não) ser aleatorizada. Até mesmo nossas leis físicas e nossas partículas elementares.

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Mensagem por Robson Z. Conti 27th maio 2013, 23:57

Em 24/09/2012 eu vi na internet um texto muito parecido com este, intitulado "A Origem do Universo segundo Jocax". Na ocasião eu fiz duas observações, as quais aqui reproduzo.

1. O texto é de uma arbitrariedade tão elevada e sem apresentação de qualquer evidência objetiva, experimental, observacional, lógica ou abstrata, nem mesmo um argumento que não seja o próprio arbítrio que do Jocax que é melhor esquecer que eu o vi.

2. Apesar disto, como reclamar a validade da conservação de massa neste texto se a mais aceita teoria de formação do Universo (com U maiúsculo) a desrespeita de forma absoluta, propondo que o tudo surgiu do nada ou, se formos menos radicais, que de um cenário em que não havia nenhuma massa, passamos a um cenário em que passou a existir massa, o que pode ser explicado pela equivalência massa/energia. Ainda assim, passamos a ter toda a massa que hoje há, e há muita, onde não havia nenhuma, o que é uma violação tão grande do princípio de conservação de massa sob as bênçãos da ciência oficial que não há como ser reclamada de alguma mais que ocorra. Outro princípio que a mim aparenta estar sendo não apenas violado, mas violentado, da forma mais grosseira é o do juízo mínimo, inapelavelmente perdido em nossa sociedade planetária, aliás, e muito mais em outras áreas do que na Física.

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Mensagem por jocax 28th maio 2013, 12:07

VC precisa explicar COMO SURGIRAM AS LEIS DA FISICA. E o Nada-Jocaxiano explica isso. Vc teria alguma teoria que tambem explica o surgimento das leis da Fisica?
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O "Nada Jocaxiano" (NJ) é o Nada absoluto desprovido não apenas de elementos físicos e de leis físicas mas também de regras de quaisquer tipos.[1]

O "Nada Jocaxiano" é diferente do Nada que normalmente se pensa. O nada que normalmente se pensa, e que podemos chamar de "Nada Trivial", para distingui-lo do NJ, é algo no qual dele nada pode acontecer, ou seja, “o Nada Trivial” segue uma regra :”Nada pode acontecer”. Dessa forma o “Nada Trivial”, o nada no qual as pessoas pensam ao falar num “nada”, não é o nada mais simples possível, ele possui uma regra.

Jocax não definiu o NJ como algo em que não existe nada. Tal definição é dúbia e encerra algumas contradições como:”Se no nada não existe nada então ele mesmo não existe.”. Não, primeiro jocax definiu o que seja existir: “Algo existe quando tem as propriedades que o definem satisfeitas dentro da realidade”. Assim, jocax definiu o NJ como algo que:

1-Não possui elementos físicos de nenhuma espécie. (Partículas , energia, espaço etc.)
2-Não possui nenhuma lei.(Principalmente a lei embutida no “Nada Trivial”).

O "Nada Jocaxiano" é uma construção filosófica que se diferencia do "nada trivial" por não conter a regra "Nada pode acontecer". Desta forma jocax livra seu NJ de paradoxos semânticos do tipo: “Se ele existe, então ele não existe”. E afirma que este nada é ALGO que pode ter existido. Ou seja o “Nada Jocaxiano” é a estrutura física e lógica mais simples possível. E, como veremos, também a candidata natural possível para a Origem do Universo.

Não devemos confundir a definição do NJ com regras a serem seguidas. A definição do NJ é seu estado inicial. Se a natureza se encontrar no estado definido pelas condições 1 e 2 acima, dizemos que ela é um “Nada-Jocaxiano”. O estado de um sistema, diferentemente de uma regra, é algo que pode mudar. Uma regra é algo que o sistema deve obedecer sempre, caso contrário não seria uma regra. Assim, por exemplo, o estado de “não possui elementos físicos” é um estado e não uma regra pois, eventualmente, este estado poderá mudar. Se fosse uma regra, jamais poderia mudar.

Por ser livre de quaisquer elementos o "Nada jocaxiano" não pressupõe a existência de nada e assim, pela "Navalha de Ocam” [2], deve ser o estado mais simples possível da natureza e, portanto, sem necessidade alguma de explicações de sua origem. O “Nada Jocaxiano”, claro, não existe mais, mas pode ter existido num passado longínquo. Ou seja, o NJ seria o próprio universo –definido como o conjunto de tudo o que existe- dessa forma o Universo (como sendo um NJ) sempre existiu.

O "Nada jocaxiano", como tudo, deve seguir a tautologia: "Pode ou Não Acontecer". Essa tautologia -verdade lógica absoluta-, como veremos, tem um valor semântico no “Nada-jocaxiano”: Permite (ou não) que coisas possam acontecer.

Não podemos afirmar que num nada-jocaxiano coisas necessariamente devam ocorrer. Eventualmente pode não ocontecer nada mesmo, isto é, o NJ poderia continuar indefinidamente sem mudar de seu estado inicial sem que nada acontecesse. Mas existe a possibilidade de que fenômenos possam ocorrer desse nada absoluto. Essa conclusão segue logicamente da análise de um sistema sem premissas: Como o NJ, por definição, não possui leis, isso significa que ele é um sistema SEM PREMISSAS.

Em um sistema sem premissas, não podemos concluir que algo não possa acontecer. Não existem leis para que possamos tirar esta conclusão. Ou seja: não existe a proibição de que qualquer coisa possa acontecer. Se não existe a proibição de que algo possa acontecer, então, eventualmente algo pode acontecer. Ou seja, as tautologias continuam verdadeiras num sistema sem premissas: “Algo acontece ou não acontece”. Se, eventualmente, algo acontecer, este algo não deve obedecer a leis, e portanto, seria algo totalmente aleatório e imprevisível.

[Isso tudo pode parecer muito estranho, e na verdade é mesmo, mas posso colocar uma evidência clara de que o NJ não é um absurdo: Procure, primeiramente, num sistema de busca da Internet pelo texto: “Partículas Virtuais” ou no singular: “Partícula Virtual”. As partículas virtuais ocorrem em nosso universo como criação espontânea, a partir do vácuo quântico, de uma partícula e sua anti-partícula. A geração deste par de partículas é considerada, pela ciência, como um evento sem causas físicas, algo genuinamente aleatório. Isso é fato científico e pode ser explicado pela mecânica quântica. Agora vamos sair um pouco dos fatos e imaginar que cada uma dessas partículas encerra um ultra-micro-pico-universo em miniatura. Assim, nesta experiência mental, temos um indício, uma pequena evidência, de que o surgimento de um universo do nada, não esta tão fora de propósito como se poderia acreditar...]

Jocax chamou as primeiras aleatorizações do NJ de “Esquizo-Criações”. As esquizo-criações, por provirem de algo sem leis, seriam totalmente aleatórias e “malucas”. Claro que com as primeiras aleatorizações o NJ deixa de ser o NJ por possuir algo, ou seja, o NJ se transforma. Como o NJ não é limitado por nenhuma lei, eventualmente o NJ pode gerar também leis, nas quais seus elementos devam obedecer.

Jocax acredita que a geração aleatória de leis produziu um universo lógico: Suponha que leis sejam geradas aleatoriamente. Se uma lei não entra em conflito com outra lei, ambas podem permanecer incólumes. Entretanto, se surge uma nova lei que entra em conflito com outras leis, a nova lei substitui (mata) as leis anteriores já que por ser uma lei ela deve ser obedecida (até que outra, mais nova, lhe contrarie). Assim, numa verdadeira “seleção natural” de leis, foram sobrando apenas as leis que não fossem incompatíveis umas com as outras e isso responde a uma questão filosófica fundamental de nosso universo: “Por que o Universo segue regras lógicas?”.



Dessa forma o "Nada-Jocaxiano" é o candidato natural para a Origem do Universo, já que é o estado mais simples possível que a natureza poderia ter. E dele qualquer coisa poderia (ou não) ser aleatorizada. Até mesmo nossas leis físicas e nossas partículas elementares.

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O Universo veio do nada? Empty Re: O Universo veio do nada?

Mensagem por jocax 28th maio 2013, 12:07

F.A.Q. do “Nada Jocaxiano”
(Perguntas mais freqüentes sobre o Nada-Jocaxiano “NJ”)
Jocax, Fev/2009



1- O que é o Nada-Jocaxiano (NJ)?

R: O NJ, diferente do inexistente, é algo (ser) que apresenta as seguintes propriedades:
P1-Não existem elementos físicos de nenhum tipo (matéria, espaço, ou energia).
P2-Não existem leis de nenhum tipo.

2- O NJ existe?

R: Podemos dizer que o NJ existe se existir algo que tenha as propriedades de um NJ (P1 e P2 acima). Atualmente o NJ não existe mais, mas pode ter existido num passado remoto, antes do "Big-Bang".

3-O NJ é "ser"?

R: Sim. Uma vez que ele possui propriedades ele deveria existir para ser receptor destas propriedades.

4-A característica do "Nada-Jocaxiano" não possuir regras ou leis não seria, ela própria, uma regra?

R: Não. Uma regra estabelece alguma forma de restrição. Por exemplo: "meu carro precisa ser vermelho" é uma regra, mas “meu carro é vermelho” não é uma regra e sim um ESTADO do carro. Eventualmente o carro pode ser pintado de azul e mudar de cor. Estabelecer que o estado da natureza no qual não existam regras é definido como sendo o "Nada-Jocaxiano" também não é uma regra a ser seguida e sim um possível estado da natureza, que poderia (ou não) mudar.

5-Dizer que tudo pode acontecer não seria uma regra? Uma imposição ao "Nada-Jocaxiano"?

R: Seria. Mas se observarmos ao texto eu friso que do nada Jocaxiano tudo pode OU NÃO acontecer. E isso não é uma regra, mas sim uma TAUTOLOGIA lógica-, uma verdade absoluta em quaisquer circunstâncias ou cenários. Isso implica que o "Nada-Jocaxiano", como tudo, segue uma tautologia (uma verdade absoluta) e não uma regra.

6-O "Nada-Jocaxiano" não possui elementos físicos nem leis, mas ele possui alguma POTÊNCIA, ou não?

R: Se chamarmos de "potência" como sendo a possibilidade de se transformar, a resposta é sim. Porém, devemos lembrar que possibilidade não é certeza, e eventualmente ele jamais se transformaria ou geraria alguma ou qualquer outra coisa.

7-O Nada-Trivial, onde nada pode acontecer, não seria algo mais provável que o "NJ"?

R: Não! O nada que as pessoas normalmente imaginam, e que eu chamei de “nada trivial” (NT), é infinitamente mais improvável de acontecer como origem do universo do que o NJ. Isso porque o "nada-trivial" possuiria, embutidas nele, INFINITAS regras a serem seguidas, por exemplo: ele não poderia gerar campos, não poderia gerar espaço, não pode gerar uma cadeira; não pode gerar leis físicas; ele não pode gerar deus; ele não pode gerar um Big-Bang; ele não pode gerar vida; ele não pode gerar partículas, etc.

8-O “Nada Inexistente” não é mais “puro” que o NJ?

R: O “Nada Inexistente” (NI) é um “nada” onde nada existe, nem ele mesmo!
Ele é, portanto, intrinsecamente contraditório, pois se ele mesmo não existe, ele não poderia ter propriedades, mas se ele possui a propriedade de não conter nada, ele deveria existir. Assim, se o “NI” existe, ele não pode ser inexistente, e se ele for inexistente, ele não pode existir. É algo contraditório, e por isso não foi utilizado como gerador do cosmo.

9- Qual a diferença de “Universo” e “Cosmo”?

R: Universo é o conjunto de tudo o que existe. Assim cada possível “Universo bolha” ou “Multi-Universo” são, na verdade, partes do mesmo Universo. Por isso é mais correto denominar cada “Universo bolha” de “Cosmo-bolha”. Um Cosmo, portanto, seria uma região do universo regido por suas próprias leis físicas, isolado e sem interconexão com outros cosmos.

10-O NJ é o Universo ou deu origem ao Universo?

R: A rigor, pela definição de Universo, como sendo o conjunto de tudo o que existe, o NJ seria o próprio universo. Seria o universo em seu estado “minimal”, o estado mais simples possível. Portanto, o NJ não poderia originar o universo, pois ele seria o próprio universo, onde o tempo não existiria. Posteriormente ele poderia ter aleatorizado um ou mais cosmos.

11- O NJ não estaria limitado à nossa lógica? Ele poderia ser ilógico?

R: Devemos perceber que existem dois conceitos sobre o Nada Jocaxiano que estão inter-relacionados: O Objeto Nada-Jocaxiano (NJ-Objeto), e a Teoria sobre este NJ-Objeto (NJ-Teoria). O NJ-Objeto é definido como algo que possui as propriedades referentes ao NJ (P1 e P2) descrito acima. A teoria sobre o NJ (NJ-Teoria) é uma teoria baseada na lógica, que explica como o NJ-Objeto poderia aleatorizar nosso cosmo. Pode-se argumentar que se o NJ-Objeto não possui leis então também não precisaria obedecer à lógica, e isso, de fato, é correto. Entretanto, ao analisarmos o NJ-Objeto com a nossa lógica clássica, não estaremos incluindo novas possibilidades ao NJ-Objeto, mas, sim o oposto: poderemos estar, na verdade, limitando as possibilidades do NJ-Objeto, o que significa, talvez, que ele possa ser ainda mais "toti-potente" do que possamos imaginar.

12- O NJ, ao aleatorizar algo, deixa de ser um NJ, e perderia assim a capacidade de aleatorização?

R: As aleatorizações do NJ são chamadas de “esquizo-criações”. O Universo estava na forma de um NJ. A primeira esquizo-criação do NJ faz com que o NJ deixe de ser um NJ, pois agora o universo tem, ao menos, um elemento: sua primeira esquizo-criação. Se esta primeira esquizo-criação não for uma lei que o impeça de aleatorizar outras coisas, como por exemplo, uma lei que o torne um “nada-trivial”, então esta esquizo-criação, que é o NJ evoluído (NJE), poderia, eventualmente, continuar gerando suas esquizo-criações. Apenas a geração de leis que restrinjam a própria geração de leis poderia impedir novas esquizo-criações.

13- Poderíamos isolar uma porção do cosmo e torná-lo um NJ?

R: Dificilmente. Uma vez que o nosso cosmo já está “banhado” por leis físicas, para criarmos um NJ teríamos que retirar todas as leis físicas daquela região. Ninguém ainda sabe se isso é possível e muito menos como isto poderia ser feito.

14-Para haver seleção natural de leis, as leis não teriam que ser ordenadas temporalmente, isto é, o tempo já não teria que ser pré-requisito?

R: Se for necessário que haja alguma “lei do tempo” ou o próprio “tempo” para que possamos ordenar as leis que são aleatorizadas pelo NJ então isso não seria um grande problema. Bastaria “esperar” que uma das “esquizo-criações” fosse uma lei temporal. A partir de então as novas leis estariam ordenadas e sofreriam “seleção natural”.

15-Quais as evidências que o nosso cosmo veio de um NJ?

R: As evidências seriam um universo lógico, onde não haveria contradições físicas entre os elementos deste universo.

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Mensagem por Robson Z. Conti 28th maio 2013, 21:04

jocax escreveu:VC precisa explicar COMO SURGIRAM AS LEIS DA FISICA. E o Nada-Jocaxiano explica isso. Vc teria alguma teoria que tambem explica o surgimento das leis da Fisica?
Sinto desapontá-lo, mas eu efetivamente tenho uma teoria que se propõe a explicar isto (apesar de ter de desapontá-lo mais uma vez ao informá-lo que, na minha humilde opinião, as leis da física não surgiram, pois entendo que nem mesmo existe o que chamamos de leis da física e sim uma única lei natural, da qual todas as demais regularidades por nós observadas e alçadas a prestigiosa categoria de “leis da física” são, na minha humilde opinião, manifestações). Para não ficarmos falando de entidades diferentes, vou explicitar antes o que entendo como lei da física.

Até onde consigo perceber, o que conhecemos como “leis da física” não são efetivamente leis positivas, ou seja, não são produto deste ou daquele pesquisador, não sendo nem mesmo produto de qualquer mente humana. Elas são leis naturais, são regras que antecederam, controlaram e ainda regem o funcionamento do mundo, da realidade portanto, e independem de nossa capacidade de percebê-las ou enunciá-las. Nestes casos o pesquisador apenas verifica como a natureza funciona e produz um enunciado que descreve com precisão suficiente para produzir previsões. O pesquisador não tem o menor controle sobre a lei que enuncia, produto de observação de regularidades no funcionamento e na estruturação da própria natureza. Em geral, na fase atual do nosso conhecimento, os enunciados das leis descrevem fenômenos e eventos, sendo fruto de observações e racionalização das mesmas.

Há também o prestigiado título de “teoria”, em geral atribuído a teses que apresentam algum nível de comprovação experimental e de coerência, mas ainda produzindo paradoxos e regiões de sombra e penumbra, de forma que ela pode até estar correta em termos gerais, mas não é completa, além de, em geral, ter teorias concorrentes (o que não ocorre com as teses as quais alçamos à categoria de “leis”). Aparenta-me que na atualidade, geralmente chamamos de “teorias” às teses que tentam explicar o mecanismo pelo qual são produzidos os efeitos que conhecemos de modo consistente para determinadas situações (e cuja descrição chamamos de “leis”). Tomando como exemplo a gravitação de Newton, o conceito que ele verificou existir descreve uma lei natural, afirmando que a força gravitacional é mutuamente atrativa e diretamente proporcional às massas e inversamente proporcional às distâncias entre seus centros de massa, apesar de, a rigor, ser também uma teoria, extremamente bem sucedida, aliás. Já as diversas teses a respeito do que produz este efeito cuja regularidade conseguimos observar são em geral chamadas de teorias, as quais tentaram ou tentam explicar as nossas observações (empenamento de espaço-tempo, grávitons, sombra-empurrão, vórtices e expansão cósmica, dentre outras).

Voltando à questão que você apresentou, na minha humilde opinião há apenas e tão somente uma lei natural, a mais simples delas, e que conhecemos como Terceira Lei de Newton, assim enunciada pelo mestre no Principia:

“Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sive corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.”
[A toda ação é sempre oposta uma reação igual: ou ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas] (tradução livre)

A minha teoria favorita contempla um cenário no qual [1] toda a matéria bariônica deste universo é composta de partículas, por sua vez composta de subpartículas, as quais por sua vez são constituídas de partículas ainda menores (elementares), extremamente rígidas e de dimensões na ordem do comprimento de Planck, como se fossem minúsculas bolas de bilhar, [2] que os campos nucleares, eletromagnéticos e gravitacionais seriam variações na densidade destas partículas e que [3] apenas o choque destas partículas elementares (as quais tenho chamado de préons, nome cunhado por Abdus Salam, Nobel de física em 1979) produz todos os efeitos que conhecemos.
Como os efeitos a respeito dos quais conseguimos perceber regularidades nós passamos a denominar de “lei da física”, todas elas seriam manifestações de apenas uma (e a mais simples) delas.

Da mesma forma todas as forças seriam manifestações também de uma única força, também a mais simples de todas elas, a força mecânica elástica, resultante do choque entre as partículas elementares. Neste cenário, as variações na densidade destas partículas elementares no espaço seriam as variações de densidade dos campos, e estas variações seriam produzidas pelo movimento cíclico das referidas partículas, também da maneira mais simples, na forma de células de convecção, as quais teriam diversas configurações, as quais podem ser mais bem entendidas através do conteúdo dos links
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/2011/10/pequena-conjectura-sobre-o_28.html
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/2011/10/consideracoes-finais-em-relacao-ao-ate.html
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/2011/11/pequeno-detalhamento-adicional-da.html

http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-se-for-tudo-igual-tudo-fractal_4385.html
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-s.html

Os três primeiros links são postagens em um blog de divulgação das minhas humildes conjecturas e os dois últimos são cópias de um tópico originalmente publicado no extinto fórum da UFF.

Na minha humilde e simples opinião, um modelo que propõe que apenas uma partícula (préon), uma força (mecânica elástica), uma lei (ação e reação), uma estrutura (células de convecção), um mecanismo (tentativa de equalização da densidade de partículas e estruturas), DESDE QUE CONSIGA EXPLICAR OS FENÔMENOS OBSERVADOS, é o mais simples que se possa não apenas encontrar, mas também conceber, o que está absolutamente alinhado com as mais rigorosas exigências da navalha de Occam.

Desde que passei a preferir este modelo, estou procurando por alguma observação que o contrarie, de forma que caso o nobre colega consiga mostrar-me onde esta tese é contrariada por observações que podemos fazer da realidade eu ficaria imensa e eternamente grato.

[]s

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Mensagem por michael patury 29th maio 2013, 00:39

Robson ! Existe uma prova cabal de que algo pode realmente surgir do nada! E vc esta vivendo nele... É isso mesmo. Ele se chama Brasil e deve ter surgido do NJ cada dia tenho mais convicção disso. teria o NJ criado o Brasil dos bruzundangas(país fictício de lima barreto), creio que sim, pois tudo aqui é possível inclusive o impossível,pessoas queimadas vivas no seu ambiente de trabalho,desmonte institucional,cinismo pragmático,apatia generalizada,à bolsa de qualquer natureza levando as pessoas a atrofia cerebral. Bom, ao que tudo indica, nunca saberemos, mas é provável que este povinho seja eternamente o produto mal acabado do eterno NJ violando todas as leis da física, sob pena de serem eternos mortos-vivos pagadores de impostos extorsivos. Só nós, chatos de plantão, que não vemos as coisas boas deixado pelo NJ, o progresso da nação, a entrada de milhões num sei aonde, saídos de uma linha da miséria, patati, patatá, blábláblá. Obrigado Jocax essa era a resposta que eu queria.

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Mensagem por jocax 29th maio 2013, 12:36

F.A.Q. do “Nada Jocaxiano”
(Perguntas mais freqüentes sobre o Nada-Jocaxiano “NJ”)




1- O que é o Nada-Jocaxiano (NJ)?

R: O NJ, diferente do inexistente, é algo (ser) que apresenta as seguintes propriedades:
P1-Não existem elementos físicos de nenhum tipo (matéria, espaço, ou energia).
P2-Não existem leis de nenhum tipo.

2- O NJ existe?

R: Podemos dizer que o NJ existe se existir algo que tenha as propriedades de um NJ (P1 e P2 acima). Atualmente o NJ não existe mais, mas pode ter existido num passado remoto, antes do "Big-Bang".

3-O NJ é "ser"?

R: Sim. Uma vez que ele possui propriedades ele deveria existir para ser receptor destas propriedades.

4-A característica do "Nada-Jocaxiano" não possuir regras ou leis não seria, ela própria, uma regra?

R: Não. Uma regra estabelece alguma forma de restrição. Por exemplo: "meu carro precisa ser vermelho" é uma regra, mas “meu carro é vermelho” não é uma regra e sim um ESTADO do carro. Eventualmente o carro pode ser pintado de azul e mudar de cor. Estabelecer que o estado da natureza no qual não existam regras é definido como sendo o "Nada-Jocaxiano" também não é uma regra a ser seguida e sim um possível estado da natureza, que poderia (ou não) mudar.

5-Dizer que tudo pode acontecer não seria uma regra? Uma imposição ao "Nada-Jocaxiano"?

R: Seria. Mas se observarmos ao texto eu friso que do nada Jocaxiano tudo pode OU NÃO acontecer. E isso não é uma regra, mas sim uma TAUTOLOGIA lógica-, uma verdade absoluta em quaisquer circunstâncias ou cenários. Isso implica que o "Nada-Jocaxiano", como tudo, segue uma tautologia (uma verdade absoluta) e não uma regra.

6-O "Nada-Jocaxiano" não possui elementos físicos nem leis, mas ele possui alguma POTÊNCIA, ou não?

R: Se chamarmos de "potência" como sendo a possibilidade de se transformar, a resposta é sim. Porém, devemos lembrar que possibilidade não é certeza, e eventualmente ele jamais se transformaria ou geraria alguma ou qualquer outra coisa.

7-O Nada-Trivial, onde nada pode acontecer, não seria algo mais provável que o "NJ"?

R: Não! O nada que as pessoas normalmente imaginam, e que eu chamei de “nada trivial” (NT), é infinitamente mais improvável de acontecer como origem do universo do que o NJ. Isso porque o "nada-trivial" possuiria, embutidas nele, INFINITAS regras a serem seguidas, por exemplo: ele não poderia gerar campos, não poderia gerar espaço, não pode gerar uma cadeira; não pode gerar leis físicas; ele não pode gerar deus; ele não pode gerar um Big-Bang; ele não pode gerar vida; ele não pode gerar partículas, etc.

8-O “Nada Inexistente” não é mais “puro” que o NJ?

R: O “Nada Inexistente” (NI) é um “nada” onde nada existe, nem ele mesmo!
Ele é, portanto, intrinsecamente contraditório, pois se ele mesmo não existe, ele não poderia ter propriedades, mas se ele possui a propriedade de não conter nada, ele deveria existir. Assim, se o “NI” existe, ele não pode ser inexistente, e se ele for inexistente, ele não pode existir. É algo contraditório, e por isso não foi utilizado como gerador do cosmo.

9- Qual a diferença de “Universo” e “Cosmo”?

R: Universo é o conjunto de tudo o que existe. Assim cada possível “Universo bolha” ou “Multi-Universo” são, na verdade, partes do mesmo Universo. Por isso é mais correto denominar cada “Universo bolha” de “Cosmo-bolha”. Um Cosmo, portanto, seria uma região do universo regido por suas próprias leis físicas, isolado e sem interconexão com outros cosmos.

10-O NJ é o Universo ou deu origem ao Universo?

R: A rigor, pela definição de Universo, como sendo o conjunto de tudo o que existe, o NJ seria o próprio universo. Seria o universo em seu estado “minimal”, o estado mais simples possível. Portanto, o NJ não poderia originar o universo, pois ele seria o próprio universo, onde o tempo não existiria. Posteriormente ele poderia ter aleatorizado um ou mais cosmos.

11- O NJ não estaria limitado à nossa lógica? Ele poderia ser ilógico?

R: Devemos perceber que existem dois conceitos sobre o Nada Jocaxiano que estão inter-relacionados: O Objeto Nada-Jocaxiano (NJ-Objeto), e a Teoria sobre este NJ-Objeto (NJ-Teoria). O NJ-Objeto é definido como algo que possui as propriedades referentes ao NJ (P1 e P2) descrito acima. A teoria sobre o NJ (NJ-Teoria) é uma teoria baseada na lógica, que explica como o NJ-Objeto poderia aleatorizar nosso cosmo. Pode-se argumentar que se o NJ-Objeto não possui leis então também não precisaria obedecer à lógica, e isso, de fato, é correto. Entretanto, ao analisarmos o NJ-Objeto com a nossa lógica clássica, não estaremos incluindo novas possibilidades ao NJ-Objeto, mas, sim o oposto: poderemos estar, na verdade, limitando as possibilidades do NJ-Objeto, o que significa, talvez, que ele possa ser ainda mais "toti-potente" do que possamos imaginar.

12- O NJ, ao aleatorizar algo, deixa de ser um NJ, e perderia assim a capacidade de aleatorização?

R: As aleatorizações do NJ são chamadas de “esquizo-criações”. O Universo estava na forma de um NJ. A primeira esquizo-criação do NJ faz com que o NJ deixe de ser um NJ, pois agora o universo tem, ao menos, um elemento: sua primeira esquizo-criação. Se esta primeira esquizo-criação não for uma lei que o impeça de aleatorizar outras coisas, como por exemplo, uma lei que o torne um “nada-trivial”, então esta esquizo-criação, que é o NJ evoluído (NJE), poderia, eventualmente, continuar gerando suas esquizo-criações. Apenas a geração de leis que restrinjam a própria geração de leis poderia impedir novas esquizo-criações.

13- Poderíamos isolar uma porção do cosmo e torná-lo um NJ?

R: Dificilmente. Uma vez que o nosso cosmo já está “banhado” por leis físicas, para criarmos um NJ teríamos que retirar todas as leis físicas daquela região. Ninguém ainda sabe se isso é possível e muito menos como isto poderia ser feito.

14-Para haver seleção natural de leis, as leis não teriam que ser ordenadas temporalmente, isto é, o tempo já não teria que ser pré-requisito?

R: Se for necessário que haja alguma “lei do tempo” ou o próprio “tempo” para que possamos ordenar as leis que são aleatorizadas pelo NJ então isso não seria um grande problema. Bastaria “esperar” que uma das “esquizo-criações” fosse uma lei temporal. A partir de então as novas leis estariam ordenadas e sofreriam “seleção natural”.

15-Quais as evidências que o nosso cosmo veio de um NJ?

R: As evidências seriam um universo lógico, onde não haveria contradições físicas entre os elementos deste universo.

Referência(s):

[1] “A Origem do Universo, segundo Jocax”
(http://www.genismo.com/logicatexto20.htm)

[2] “A Navalha de Ocam e a Navalha de Jocax”
(http://www.genismo.com/logicatexto24.htm)

[3] O Nada Jocaxiano (remasterizado)
http://stoa.usp.br/jocax/files/1208/7309/O+Nada-Jocaxiano.html


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Mensagem por Bosco 2nd junho 2013, 14:08

Esta é uma bela “esquizo-criação”

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Mensagem por Robson Z. Conti 19th junho 2013, 00:06

jocax escreveu:As aleatorizações do NJ são chamadas de “esquizo-criações”
Puxa vida, será que postular “esquizo-criações” pode ser considerada maneira recomendada por quem faz apologia tão esmerada da navalha de Occam? E olha que esta paixão pela navalha é coisa antiga, lembro-me de você no antigo fórum do UOL...
 
Já que é para viajar livremente, há alguns anos eu fiz uma viagem de primeira (que não é de primeiríssima classe, tal qual a sua viagem, mas não é de se jogar fora, dá só uma olhada).
 
Reflexões em busca da Verdade [Desculpem o volume do texto]
 
“Quanto mais nos aproximamos da verdade mais simples se tornam as coisas”
Erwin Schrödinger

 
"Durante muitos anos (algumas décadas na verdade), estive em busca de um método que me possibilitasse estabelecer de maneira objetiva e imparcial a veracidade, a validade, a correção ou a adequação de algo que estivesse em debate, julgamento ou análise, de modo a possibilitar o estabelecimento de critérios capazes de serem usados pelas pessoas como ferramentas de definição em nossas vidas. E nesta tentativa fui procurando o que é que em essência determinaria estes princípios, capazes de validar ou invalidar eticamente algo.


Ao mesmo tempo procurei me informar sobre o funcionamento e o modo de ser das estruturas naturais, dos sistemas políticos e sociais, bem como das sociedades e das pessoas em geral, de maneira a ter a informação mínima para poder ter opinião sobre as coisas, e não ficar eternamente vítima e a mercê de paradigmas, achismos, silogismos, falácias, relativismos e da opinião de outras pessoas.


Em vista disto investiguei as diversas áreas de conhecimento e, no início de novembro de 2009, quando eu achava que estava pronto para revisar as reflexões que eu tenho escrito com a intenção de publicá-las, deparei-me com uma nova maneira de investigar a realidade, o que me levou a reabertura de frentes de trabalho onde eu considerava que o conhecimento humano estava e continuaria parado, impedido de continuar por teoremas e drásticas proibições dos matemáticos.


Em vista desta nova ferramenta de investigação, passei a repensar estas questões e, para surpresa minha, consegui avançar além de determinados limites que eu considerava intransponíveis. Mesmo com todas as minhas limitações, o uso de uma ferramenta que julguei eficiente me permitiu avaliar questões que afligem a quem busca pela verdade há milênios e, em função disto, passar a ver o mundo com um pouco mais de nitidez.


O interessante nisto tudo é que as minhas opiniões não mudaram e a virtual totalidade do que eu havia escrito manteve a validade. O que eu passei a ter foi um método de investigação que me permitiu produzir um padrão que considerei confiável, de modo que pude passar a fazer comparações entre o que observo e este padrão e, a partir disto, produzir conclusões lógicas de maneira menos sujeita a enganos e erros de interpretação.
Isto tornou possível a reavaliação as minhas opiniões e o conhecimento que possuía ou que adquiri daí em diante, comparando-o com um padrão que passei a considerar bastante confiável, principalmente em vista dos resultados obtidos, os quais validavam logicamente algumas teses, invalidavam outras e solucionavam antigos paradoxos de maneira bastante rápida e eficaz.

É evidente que corro o humano risco de ter errado em algum ponto e o risco maior ainda de tê-lo feito em algum ponto especialmente importante. Mas, humano sendo, não tenho como evitar este risco, de maneira que sou obrigado a assumi-lo. E como em nossa época, em boa parte dos países, não estão mais obrigando a beber cicuta, crucificando, queimando ou colocando na prisão quem tenha ideias diferentes, sinto-me ainda mais a vontade para fazer as minhas reflexões e em publicá-las.



Mesmo antes do desenvolvimento deste método sistemático, eu considerava os resultados, obtidos através de reflexões a respeito do que eu observava ou tinha conhecimento, como bastante razoáveis para a finalidade a que me propunha (pois procurava ver a essência das coisas, como quem observa algo de fora e, ao mesmo tempo, tem algum conhecimento dos detalhes internos). Mas eu continuava a considerar também que me faltava um método e uma linha de raciocínio contínua e sequencial que estabelecesse de modo mais claro a validade e o fundamento das conclusões.


Observo e reconheço no entanto que, apesar de eu considerar as minhas conclusões como verdade objetiva, elas são a minha opinião sobre o que seriam verdades objetivas, as quais submeto à análise e reflexão das demais pessoas.

Durante as minhas pesquisas, deparei-me com o assim chamado “paradoxo da realidade ou da verdade objetiva”, o qual afirma que a realidade ou a verdade, para serem provadas objetivamente, devem permanecer aceitas após uma “hipotética morte de todos os seres humanos da face da Terra”, o que levaria a um suposto paradoxo por falta de quem concordasse que aquela seria a realidade ou a verdade, visto que todos teriam morrido.



Apesar de discordar parcialmente da opinião de algumas pessoas que consideram esta situação um paradoxo, pois além dos seres humanos podem haver outros seres racionais no Universo, como esta afirmação cumpre os requisitos que se considera adequados para a definição da realidade ou da verdade objetiva, isto é, a verdade efetivamente verdadeira e com validade universal, resolvi adotá-la como ferramenta de trabalho. E iniciei pela verdade, deixando a realidade para uma fase posterior.

Em vez da péssima ideia de matar a todos os seres humanos, eu incluído, decidi apenas me afastar mentalmente deste planeta, desfazendo-me do meu corpo físico, em uma situação que eu não seria mais formalmente um ser humano, e procurar verificar o que continuaria verdade.

Desta maneira eu fui me afastando cada vez mais da Terra até chegar aos limites deste universo e os ultrapassei. Fui ainda até os limites de qualquer outra estrutura que circundasse ou se avizinhasse deste universo e também os ultrapassei mentalmente. Afastei-me então de toda e qualquer estrutura e chequei ao vazio.Então pensei, qual verdade é Verdade aqui, objetivamente, em uma situação (nem ouso dizer lugar) em que nada posso observar, pois não há luz, nada posso escutar porque não há sons, nada posso tocar pois não há objetos, na qual não há nem mesmo espaço, nada e nem ninguém podem me influenciar porque não há mais nada e nem mais ninguém, onde não tenho sequer um corpo?

Vieram-me então as eternas perguntas: quem sou, o que sou, como sou, onde estou, de onde vim para onde vou? E a resposta a todas estas questões foi um desiludido e desapontadíssimo não sei ... Naquela situação eu não tinha a menor condição de saber com certeza nada disto pois, sem nada poder ver, sentir ou lembrar do que na Terra observei ou tomei conhecimento (permiti-me, no entanto, levar a linguagem e o idioma que aqui na Terra uso, ou a investigação seria impraticável), não havia absolutamente nenhuma evidência que me levasse a considerar que poderia ter alguma resposta que não fosse pura especulação.

Neste ponto pude verificar, apesar de nada poder observar, nem mesmo a mim mesmo, que eu podia pensar (apesar de não ter explicação para isto), do que não podia de maneira alguma duvidar. Não podendo duvidar disto, eu pude ter já uma certeza objetiva, ou seja, que eu penso. Esta constatação me fez refletir (o que confirmou a minha capacidade de pensar) no que isto implicaria. E a primeira coisa que me veio foi que se eu penso é porque algo existe.



Naquela condição especial eu não me senti em condições de afirmar nada sobre mim, mas tive clara percepção de que algo haveria de existir, posto que eu pensava. E de onde veio isto? Veio de algo completamente autoevidente, impossível de qualquer prova, mas que eu não poderia jamais duvidar. E qual seria esta verdade tão autoevidente a ponto de dispensar qualquer prova? É a de que só algo existente pode fazer alguma coisa, isto é, provocar a ocorrência de um evento ou uma alteração nele, por absoluta autoevidência, o que constituiria a primeira verdade objetiva inquestionável. Em outras palavras, esta primeira verdade objetiva pode ser também expressa como

só o que existe pode produzir qualquer efeito (1a), ou

aquilo que não existe não pode produzir efeitos (1b), ou

só o que existe pode ser usado ou transformado de maneira a resultar em um efeito (1c), ou

aquilo que está produzindo qualquer efeito existe (1d), ou

o que existe é o que é capaz de produzir efeitos (1e).

A constatação do caráter de verdade do acima exposto vem de uma premissa que está tão introjetada em nossas mentes que na maior parte das vezes nos esquecemos dela, pelo menos no dia a dia, sem bem que a utilizamos quase que o tempo todo. E ela pode ser expressa de uma maneira muito simples. Se dermos o nome de causa ao que é capaz de produzir efeitos, então podemos dizer de maneira indubitável que

não há efeito sem causa (PP).



Esta seria, no meu humilde ponto de vista, a Premissa Primordial (PP), não ouso dizer suprema (considero fundamental observar que esta conclusão não nos permite inferir, e muito menos concluir ou afirmar, que o que não ESTÁ produzindo efeitos a nós perceptíveis não existe).
Isto me levou a seguramente concluir que eu existo, visto que eu penso, o que é seguramente um efeito. Esta constatação não é muito original, visto o meu amigo Descartes já ter concluído isto séculos antes. Mas fiquei já um pouco menos desapontado pois o fato de eu ter chegado à uma conclusão já consagrada em um assunto e em um nível tão primordiais, indicou-me que o caminho escolhido estava demonstrando alguma consistência. Saltou imediatamente, da constatação inequívoca desta primeira verdade objetiva e da evidente conclusão de que tanto eu quanto o pensamento somos efeitos, e se impôs também como verdade objetiva que


algo existe (2a),

visto que existem efeitos, pois eu existo e o pensamento existe. Um detalhe que não pode passar despercebido é que, apesar da ordem acima colocada, a existência não é decorrência do pensamento e sim o contrário, ou seja, o pensamento é que pode ser decorrente da existência (o pensamento apenas “pode” ser decorrente da existência porque nem tudo o que existe pensa, mas tudo que pensa existe). Assim, para que a ordem fique mais adequada,

eu existo (3a),

visto que eu penso e

eu penso (4a) e, portanto,

o pensamento existe (4b),

visto que eu penso.



Melhorou um pouco mais pois, apesar de não saber ainda quem sou, como sou, onde estou, de onde vim para onde vou, eu pelo menos já sabia que sou (eu existo) e que sou algo capaz de pensar, o que responderia, ao menos parcialmente, uma das questões (o que sou). Sou portanto algo que pensa, algo capaz de refletir e de raciocinar, ou seja, 

sou um ser racional (4c).



Mesmo não tendo mais nenhuma outra evidência de que algo além do pensamento e de mim existiriam, eu podia dizer que eu existo e que eu sou um ser racional, se bem que esta existência não poderia ser descrita como sendo muito parecida com o que normalmente se considera existência (eu poderia ser apenas um cérebro em uma vasilha ou um programa de computador com alguma autonomia).
Pensando um pouco mais, verifiquei, no entanto, que a existência do meu pensamento e a minha própria existência enquanto ser racional destituído de outros predicados não se auto explicavam e nem se auto sustentavam, necessitando que algo que também existisse e os explicassem e sustentassem. Este quadro levou-me a constatar que além da minha existência puramente racional (eu não tinha corpo) e dos meus pensamentos 

algo mais existe além de mim (5a),

visto que eu existo (3a) e que o pensamento existe (4b), de maneira independente da minha vontade e sem que eu tenha absolutamente nenhuma explicação para estas verdades objetivas já constatadas.



Poderão alguns dizer que a explicação do pensamento está no cérebro que efetivamente pensava aqui na Terra e que a minha existência era sustentada por uma grande quantidade de estruturas, relações e reações físicas e químicas. Só que a soma disto tudo é algo que existe além de mim. Que tem de existir para provocar alguma ocorrência ou mudança, como já vimos anteriormente (o que já permitiu vislumbrar que ocorrências e eventos tem de ter algo anterior e exteriores a si próprias que os gere e explique, conforme veremos mais adiante).


Ainda que eu considerasse que, diante da falta de qualquer evento, sentimento ou visualização, eu poderia estar em uma espécie de realidade simulada que explicaria o meu pensamento e a minha existência, real ou virtual, o que estivesse gerando a realidade simulada também seria algo que existe além de mim. Que necessariamente existiria.


Em seguida perguntei-me: além disto, o que mais continua verdade aqui, onde não há apenas o vazio? Percebi então que a minha existência exigia duração e que, havendo duração, haveria necessariamente mais uma verdade que poderia ser afirmada irrefutavelmente, pois

o tempo existe (6a), 

apenas necessitando que algo exista.



Poderiam alguns dizer que o que existe é a duração e não o tempo. Mas aparenta-me que duração, tempo e período são maneiras de representar o tamanho ou a quantidade da existência de algo, de modo a fornecer uma informação da quantidade da existência daquele algo ou daquela situação. Entendo que os conceitos de tempo, duração e período são primários, facilmente se confundem e que, poderia da mesma forma afirmar que existe duração. Seria apenas uma questão de nome.


Se alguém quiser se apegar a isto para iniciar um debate, eu gostaria de observar que, se mesmo o nada, que nada é, tem nome, então o nome, nada é, também. Se mesmo o que não existe tem nome, o nome significa apenas uma maneira de descrever, nomear ou transmitir um conceito e que não tem nenhuma importância, relevância ou existência autônoma ou independente da mente de quem o usa.
Outra ideia que não pude deixar de notar foi a da virtual equivalência entre o significado dos termos “duração” e “existência”. O que confirma a ideia de que dizer que algo tem existência equivale a dizer que algo tem duração, o que implica necessariamente na existência de tempo sempre que algo simplesmente exista, qualquer que seja a natureza deste algo.


Em seguida pensei em alguma coisa, deixei de pensar em qualquer coisa (adormeci) e, em seguida, pensei na mesma coisa de antes e depois em outras. Pareceu-me que o tempo havia passado. Disto achei que poderia concluir que o tempo passa mesmo que nada se passe. Mas não me atrevi em afirmá-lo de maneira indubitável pois a passagem do tempo só poderia ser percebida naquelas condições pela observação de diferenças entre os estados anteriores e posteriores de estruturas cósmicas que mentalmente observei durante a minha retirada do Universo mas que, na situação em que me encontrava, não mais podia observar.


Ou seja, a passagem do tempo só pode ser percebida pela constatação de diferenças nas estruturas que nos rodeiam ou no que nós estamos fazendo (pensando, por exemplo). Se conseguirmos alguma maneira de contar algum evento repetitivo que ocorra poderemos também contar o tempo. E isto eu não tinha. Por outro lado notei que no período em que dormia, eu não havia deixado de existir, apenas de observar as coisas e de pensar.


E que, se eu não havia deixado de existir e se a quantidade de uma existência pode ser chamada de tempo, mesmo não tendo se passado nada, apenas pela minha existência (e do algo subjacente que explicaria a minha existência e a do meu pensamento, bem como o funcionamento de ambos) e mesmo não dispondo de nenhuma maneira de medir este tempo, ele teria se passado simplesmente por eu existir.
Estava novamente a ponto de afirmar que o tempo passa mesmo que nada se passe, mas lembrei-me que a minha efetiva existência poderia ser a que convencionalmente percebemos como seres humanos aqui na Terra (ou como um programa de computador em uma Matrix ou outras teses alternativas) e que o tempo efetivamente teria se passado devido a aqui terem ocorrido diferenças, que inclusive estavam sendo medidas por uma infinidade de relógios.


Mas nada disso realmente faria diferença, pois em havendo a minha existência (de qualquer maneira ou forma) ela já obrigaria a existência também de duração e a efetiva natureza desta existência, ou aqui na Terra, ou em um computador ou como um cérebro em uma vasilha, também reclamariam duração, de modo que ela (a duração) existiria sempre que algo existisse. Como os conceitos de duração e de tempo são interligados, indistinguíveis e indiscerníveis, em havendo existência, há duração e sendo a duração algo dinâmico, podemos concluir finalmente que

o tempo passa mesmo que nada se passe (6b).



Alguém poderia dizer que o fato do tempo se passar mesmo que nada se passe seria uma nova verdade objetiva independente. Mas entendo que a própria natureza do tempo é de algo sequencial e indicador de movimento eterno e imparável. O tempo é portanto necessariamente existente caso qualquer estrutura de qualquer tipo ou natureza exista, mesmo que esta estrutura ou entidade seja puramente abstrata. A simples existência de qualquer algo já implica em duração para este algo, de modo que posso afirmar a equivalência dos conceitos de existência, duração e tempo, o que nos permite também afirmar que 

o tempo é aquilo que se passa mesmo que nada se passe (6c), ou

o tempo é a quantidade da duração da existência de algo (6d).



O algo que existe é o conjunto, é o Todo, e portanto o tempo é sempre a duração do Todo. Se alguma parte durar mais ou menos em relação a outras ou a si mesma em diferentes condições, isto será apenas a sua duração e não o tempo. Fazendo um breve comentário em relação à nossa realidade aqui na Terra, o Todo abarcaria inclusive o período que tivesse antecedido a um suposto Big-Bang, pois não podendo o tudo produzir-se por si a partir do nada, algo teria de ter tido existência antes deste suposto momento inicial, mesmo que em outro estado. Que existindo, teria duração, e o tempo existiria. Além do que não temos nenhuma evidência de que este universo seria único, de tal maneira que o Todo abrangeria também os demais universos porventura existentes e deixaria mesmo o tempo deste universo como não decisivo na definição da passagem ou não do tempo.

Independentemente de eu existir (e pensar), ou não, passei a ter cinco verdades que ao que tudo indica continuarão válidas em qualquer circunstância e em qualquer universo: não há efeito sem causa (PP), só o que existe pode produzir qualquer efeito (1), algo existe (2), algo mais existe além de mim (5) e o tempo existe (6), sempre que algo exista (as verdades objetivas número 3 – eu existo - e 4 – eu penso - dependem intrinsecamente da minha existência).



Note-se que a verdade objetiva número 1 (só o que existe pode produzir qualquer efeito) me aparenta válida sempre, independentemente da existência de qualquer estrutura concreta ou abstrata, e nos permite distinguir o nada do algo.
Notei também que, apesar de ter estas premissas básicas e fundamentais, verdades objetivas portanto, não consegui perceber aplicação prática nenhuma para elas, ao menos naquele momento.

Ao continuar a observar o vazio, não me ocorreu nenhuma outra constatação inescapável, pois tudo o que se observava era idêntico em natureza, aparência e essência. Ao observar, no entanto qualquer coisa que não fosse o vazio, mesmo que seja a simples existência minha, do meu pensamento, de algo e do tempo existente em decorrência existência deste algo, já há a constatação de que o que existe e o que não existe não são iguais. E que mesmo o algo que existe (eu, pensamento e o que os explica e o tempo)  não são iguais. Houve também a percepção de que os pensamentos não eram os mesmos e sim se alteravam de acordo com o momento, o que confirmou a duração finita e sequencial dos mesmos e reforçou a exigência da existência do tempo, como eu já havia concluído anteriormente.



Da observação da diferença entre as coisas existentes entre si e também entre as existentes e as não existentes, tanto na quantidade de duração, quanto no momento de duração, quanto na estrutura, constatei inequivocamente que 

o que é não é igual é diferente (7a) e, consequentemente, que

o que não é diferente é igual (7b).

Fica absolutamente auto evidente mais uma verdade, que considero irrefutável em qualquer situação e em qualquer universo. E que também pode ser escrita nas formas


o que é igual não é diferente (7c) e

o que é diferente não é igual (7d).

Contrariamente à situação anterior, no entanto, esta verdade objetiva, que tenho como incontestável, se mostrou extremamente útil para a construção de um sistema de ideias, que se fundamenta em uma verdade tão evidente e irrefutável que, se o sistema for erigido sobre ela de maneira coerente e consistente, poderá reclamar e usufruir a mesma validade dela em virtualmente todas as áreas de nossas vidas, neste ou em qualquer outro planeta, local ou situação deste ou de qualquer outro universo. A grande vantagem dela é proporcionar condição de comparação entre estruturas existentes, que é com o que trabalhamos no dia a dia. 

Em função de duas das primeiras verdades constatadas (eu penso/eu existo), eu poderia concluir que a minha existência necessariamente pediria uma explicação, visto não poder auto explicar-se. Algo externo a mim era evidentemente o motivo para a existência e funcionamento meus, do tempo, e de meu pensamento, já constatados como inequivocamente existentes.



Como a situação em que eu me encontrava era uma experiência mental, a princípio não considerei conveniente exigir a explicação para aquele tipo de existência, naquela condição muito especial. Mas a continuidade da falta de qualquer explicação da minha existência, do meu pensamento, do tempo e do algo, me convenceu que esta pergunta pode e deve ser feita e respondida. Disto não me restou nenhuma dúvida, inclusive e principalmente para o que existe e que não faz parte do meu corpo e nem da minha mente. O que leva à constatação de que, em não havendo nenhuma dúvida, passa a haver a certeza daquilo a respeito do que não há nenhuma dúvida, ou seja, 

tudo o que existe (ou a nossa existência) necessita de uma explicação (8a),

em função de não poder auto explicar-se, seja em que condição for. Tanto faz eu estar apenas mentalmente no meio do vazio ou no centro da maior cidade ou comunidade de todos os universos, se a minha existência não pode explicar-se por si, se nós não temos condições de saber quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque existimos, onde existimos e o que é que estamos fazendo lá, passa a haver necessidade de explicação que não pode ser encontrada em nós mesmos e no nosso conhecimento. Disto podemos concluir, também de maneira irrefutável, que

tudo o que existe (ou a nossa existência) necessita de uma explicação externa à si mesmo(a) (9a)

em função de não poder auto explicar-se.



Note-se que este último enunciado contém a adição de apenas uma palavra ao da verdade objetiva número 8a, mas entendo-o como outra verdade objetiva em função de existir uma diferença fundamental e do fato de que o que é diferente não é igual (7d).


No parágrafo anterior, quando eu digo saber, eu quero dizer ter conhecimento de evidências objetivas que possam consideradas concretas, comprovadas e logicamente consistentes por auditores independentes, o que não ocorre na atualidade. Ocorre-me também que a conclusão de que existe algo externo a nós é efetivamente decorrente da minha existência não ser auto explicada, de modo que a quinta verdade objetiva (algo mais existe além de mim - 5a) também é decorrente da nona (a nossa existência necessita de uma explicação externa à si mesma – 9a).

Continuando a experiência mental, notei que, em uma reflexão, um pensamento é decorrente de outro e que o pensamento seguinte não poderia existir se este outro que o provocou não o antecedesse. Da mesma maneira evidenciou-se que o ato decorrente de um pensamento também não pode passar a existir sem que antes tenha existido o pensamento que determinou a ação, mesmo que esta ação seja também mental, pois posso mentalmente aproximar-me ou afastar-me de qualquer estrutura existente ou imaginária em função de um pensamento neste sentido. Mesmo que não tenha ocorrido por pensamento intencional, e sim em decorrência de deixar de pensar e passar a haver a ação de maneira despercebida, isto se mantém.



Verifiquei também que há que haver uma diferença de tempo, por ínfima que seja, entre o que determina uma ocorrência e a efetiva realização do evento determinado. Desta maneira, se chamarmos ao evento determinado de efeito, e ao que o determinou de causa, sempre se observará uma diferença de tempo não nula e sempre positiva entre uma causa e seu efeito, de modo que a primeira sempre antecede ao segundo. Disto percebe-se a evidência objetiva que

uma causa não pode ser posterior ao seu efeito (10a),



um efeito não pode ser anterior à sua causa (10b),


uma causa há de ser anterior ao seu efeito (10c) e

um efeito há de ser posterior á sua causa (10d).

Há que haver uma diferença de tempo, por menor que seja, entre uma causa e seu efeito, de modo que a primeira sempre antecede ao segundo. Alguns poderão dizer que um efeito pode ser produzido sem que haja a intenção de ninguém, podendo inclusive ser resultante de estruturas desprovidas de consciência, apenas por reação natural ou acidente. Mas haverá sempre algo que tenha determinado e possibilitado este efeito, consciente ou não, o qual sempre ocorrerá antes do efeito. De tudo isto decorre, também por evidência máxima, que

efeito e causa não podem ser simultâneos (11a) e que 

um efeito não pode ser causa de si próprio (12a),

pois isto implicaria ou antecedência ou simultaneidade entre uma causa e seu efeito imediato e direto.

Note-se também que estes atos não necessitam de corpo, pois neste estado em que me encontro posso me mover em qualquer sentido e direção a qualquer velocidade, bastando para isto o meu pensamento. Esta constatação, de que posso, em pensamento, mudar de ideia e o foco dele, refletindo ora em uma coisa, ora em outra ou simplesmente não pensando, apenas observando o vazio, e até mesmo fechando mentalmente os olhos que não tenho, constato que tenho vontade própria e que minha decisão de pensar ou não pensar, pensar em alguma coisa ou em outra coisa, fazer ou não algo, observar uma coisa ou outra, de modo e maneira que apenas a minha vontade determinará o que farei diante de uma determinada situação indica a mim claramente que

tenho liberdade de decisão da minha atitude em relação a mim mesmo e as demais coisas, concretamente existentes ou imaginárias (13a),

o que, em outras palavras, pode ser resumidamente descrito como 

tenho livre-arbítrio (13b).

Por livre-arbítrio eu apenas entendo a capacidade de decidir a minha reação ou ação diante de determinada condição e de acordo com as possibilidades de agir ou não. Não implica de maneira nenhuma no total controle das situações, pois mesmo nesta situação hipotética, em que eu teria a capacidade de mover-me livremente em qualquer sentido ou velocidade, eu não estaria livre da realidade objetiva das limitações que me são impostas pelas causas a mim ocultas que determinam a minha condição e capacidade de percepção das coisas em termos de escala do que seria observável, pois coisas muito diminutas não me seriam reveladas, e nem as que não tenho condições de conhecer por limitação de visualização em função da minha incapacidade de perceber radiação em frequências não visíveis a seres humanos (raios X, ultravioleta, infravermelho), arranjos estruturais com mais de três dimensões espaciais ou campos elétricos, magnéticos e outros (apesar de ter a condição de visualizá-los mentalmente).



Eu também não estaria livre para mudar qualquer estrutura que eu desejasse de qualquer universo, o que seria, caso eu tivesse tal capacidade, onipotência e não mero livre-arbítrio. Há que ser ainda considerada a hipótese de estarmos em uma realidade simulada, como numa Matrix, caverna de Platão, computador cósmico ou atrás dos véus de Maya (deusa hindu da ilusão) ou de Ísis (deusa-de-quase-tudo na mitologia egípcia).


Em algum destes casos eu perderia livre-arbítrio? Aparenta-me que não. Pois apesar de, se alguma destas hipóteses revelar-se verdadeira, e apesar de me lembrar que aqui na Terra os meus hormônios mandam bem mais em mim do que eu gostaria (o que levanta outras questões a seres tratadas depois), o fato da definição do que eu vejo, sinto e percebo poderem ser efetivamente decididos por outros seres ou dispositivos (o que em muito pouco se diferencia deste mundo e da situação da imensa maioria dos seres vivos), a minha atitude em relação ao ambiente, as estruturas, às situações, aos sentimentos, às ocorrências, eventos e a outros seres vivos ou racionais desta realidade simulada continuariam sob meu controle e responsabilidade.


Ou seja, ainda sou eu quem decide se choro ou se dou risada, se luto ou se fujo, se ajo de modo civilizado, bárbaro ou troglodita. E como eu tenho este controle, eu tenho a responsabilidade por estas atitudes. Mas depois tratamos disso com mais calma.

Estas pequenas e poucas verdades objetivas podem, a princípio, parecer simples, elementares e inócuas. E realmente são simples e elementares, pois de outra maneira seria impraticável serem autoevidentes em um nível tão primordial. Mas não são inócuas. Principalmente porque não as entendo como premissas, ou seja, não são verdades assumidas enquanto tal por convenção para permitir que se desenvolva o raciocínio ou se debata algo com alguma base estabelecida e estável. Ou seja, elas não são verdades convencionadas ou assumidas como tais por seres humanos (ou racionais), como tenho observado em virtualmente todos os demais casos.



Elas me aparentam serem verdades logicamente irrefutáveis e com validade pretendida como verdadeira para todo e qualquer lugar, situação ou época. Algumas proposições, como as que afirmam que só o que existe pode gerar efeitos, que o pensamento implica necessariamente existência de algo que pense, que o que é diferente não é igual, que a simples existência de algo reclama, exige e decreta a existência de tempo (duração), que os efeitos têm que ter causas anteriores e diferentes de si mesmos, teriam validade em qualquer universo, desde a eternidade passada e até a eternidade futura.


Se isto for verdadeiro e se conseguirmos derivar disto um conjunto de conclusões apoiadas nestas premissas-verdade-indiscutível-em-qualquer-situação-época-e-local, estas conclusões terão a mesma validade lógica deste tipo especial de premissa, de forma a, finalmente, nos propiciar um sistema de ideias apoiado de maneira tão firme e inquestionável, que nos permita gerar sistemas sociais, políticos, administrativos, educacionais, legais e jurídicos que, por sua vez, permitirão aos seres humanos o abandono dos métodos relativistas que herdamos dos sofistas e passemos a trabalhar firmemente alicerçados na Verdade, do mais alto nível a nós disponível.


A verificação de igualdade ou não igualdade entre as estruturas físicas, metafísicas, ideias ou conceitos independe de unidades ou de sistemas de medida adotadas, padrões de medição, idioma, ideologia, credo, raça, espécie, etnia, natureza, técnica ou qualquer outra convenção adotada por qualquer cultura em qualquer lugar de qualquer universo. Além disso nos permite fazer verificações comparativas de modo a nos permitir definir também maior e menor, o que nos permitirá, como o uso de raciocínio adequado, estabelecer também conceitos de melhor ou pior, de maneira a nos permitir avaliar situações de maneira muito mais bem embasada.


E isto aparentemente faz muita diferença, pois não nos deixa mais reféns de absolutamente nenhum padrão convencionado e nos permite o desenvolvimento de métodos de avaliação de uma quantidade e diversidade praticamente ilimitada de questões em qualquer lugar e situação. Talvez estas verdades objetivas se revelem algo tão elementar quanto algumas partículas subatômicas, simples e singelas, mas que estão na base de todas as estruturas físicas e são imunes à opinião das pessoas e das experiências que se possa fazer para tentar alterar a sua natureza.

Continuando a minha exploração dos universos, constatei que o fato de eu estar no meio do vazio ou no meio do tudo em nada alterava nem o vazio e nem o tudo, de maneira que



as coisas são o que são e como são, estão onde estão, na posição e na velocidade que estão, independente da minha vontade ou de eu observá-las ou não observá-las (14a).


Passei a observar como as coisas aconteciam, o que determinava, se, quando, porque e como aconteceriam, e verifiquei, em função disto, que as coisas funcionam de uma maneira já determinada e que não está em meu poder alterar esta maneira. Ou seja, isto me levou a constatação de que há regras já existentes, que tem se mantido estáveis e que regem o funcionamento das coisas, ou em outras palavras que


há leis naturais pré-existentes (15a)

e aparentemente imutáveis, estáveis e permanentes, que regulam o funcionamento dos universos e que não tenho qualquer poder nem sobre as leis e nem sobre os universos, a não ser que interaja com as estruturas da maneira a gerar efeitos através de ações que serão suas causas, o que, no entanto, ocorrerá exatamente de acordo com as leis previamente existentes das quais não tenho nenhuma explicação de como surgiram ou se mantém operantes nesta imensidão toda (mesmo que tudo isto seja realidade simulada).

Explico que o termo “naturais”, aqui utilizado em relação as leis, tem como intenção dizer que tais regras fazem parte da natureza das coisas como eu as observo, e que não está em meu poder, e nem de qualquer outro ser convencionalmente percebido na realidade na qual existo e da qual participo, a alteração das mesmas.


Da mesma maneira que em relação às coisas que antes constatei objetivamente existentes (eu, pensamento, algo, algo externo, tempo) e para as quais houve a constatação da necessidade de existência de algo exterior a estas coisas para explicar a sua existência sem violar a verdade objetiva de que um efeito não pode ser anterior à sua causa (10b) e que efeito e causa não podem ser simultâneos (11a), também no caso das leis naturais ficou evidente a necessidade de tal explicação, pois se tudo o que existe (ou a nossa existência) necessita de uma explicação externa à si mesmo(a) (9a) e há leis naturais pré-existentes (15a), isto é, existentes, então 

as leis naturais existentes necessitam de uma explicação externa a elas e pré-existente ao início de existência destas leis (16a).

É interessante notar que os termos explicação e causa, para os assuntos até aqui abordados, são equivalentes, do modo que quem diz “explicação para a existência e funcionamento de algo” diz “causa para a existência e funcionamento de algo”. Desta maneira podemos também dizer que

as leis naturais existentes necessitam de uma causa externa a elas e pré-existente ao início de existência destas leis (16b).

Segue-se evidentemente que, se estas leis naturais determinaram a estrutura e a formação do próprio Universo, elas hão de ser anteriores a ele pois um efeito não pode ser anterior à sua causa (10b) e efeito e causa não podem ser simultâneos (11a).



Se chamamos de natureza tudo o que previamente compõe e determina o modo e a maneira de ser e de se relacionarem entre si as estruturas que percebemos como convencionalmente existentes, então o termo natureza se refere a este universo, no mínimo, ou a soma de todos os possíveis universos, no máximo. Seria o que chamamos de mundo físico.


Em decorrência da verdade objetiva número dezesseis, que afirma que as leis naturais existentes necessitam de uma causa externa a elas e pré-existente ao início de existência destas leis (16b) e de termos concluído que o termo natural se refere ao mundo físico que convencionalmente percebemos, o qual chamamos de Universo, então a explicação e causa para as leis naturais (ou físicas) e para a própria existência do Universo, o qual passou a existir e funcionar em função destas leis há que ser externa ao nosso mundo físico, o que nos obriga a constatação de que tais leis tem de ser de origem além da natureza deste universo, ou seja, além da física, o que nos impõe, inescapável e irresistivelmente que

As leis naturais tem causa de existência metafísica (17a).

Se a existência e funcionamento do próprio Universo é decorrente e inexoravelmente efeito de leis naturais cuja existência tem causa além da natureza por nós conhecida, então também somos obrigados a reconhecer, querendo ou não, que

o Universo tem causa e explicação de sua existência e funcionamento além da natureza física por nós conhecida (18a),

o que, em outras palavras, pode ser descrito como,

a causa e explicação para a existência e funcionamento do Universo é metafísica (18b).

Retomando a verdade objetiva número nove, a qual diz que tudo o que existe (ou a nossa existência) necessita de uma explicação externa à si mesmo(a) (9a), passei a me perguntar qual poderia ser a explicação externa a si mesma para a nossa existência. Como acabamos de ver, não mais poderíamos dizer que o Universo seria a causa, pois isto teria o inconveniente básico de dizer que o Universo seria a causa de si mesmo, o que, como já concluímos logicamente, é impossível, posto que uma causa há de ser anterior ao seu efeito (10c), ou não poderia causá-lo. Ou seja, nenhuma estrutura física pode ser anterior à sua própria existência. Como todas as estruturas que conhecemos são físicas, decorre, também irrefutavelmente, que

a causa externa à nossa existência há que ter natureza metafísica (18c), 

o que é apenas outra maneira de escrever o que havíamos acabado de concluir.

Esclareço que o que o termo metafísico designa e se refere é a qualquer estrutura, entidade, dispositivo ou ser de natureza diferente da que convencionalmente conhecemos. Esta estrutura, entidade, dispositivo ou ser seria, ao ter outra natureza a nós desconhecida, o que chamamos de algo metafísico ou sobrenatural. E que neste caso específico, e em todos os outros também, inclusive aqui na Terra, em que efetivamente não temos nenhuma informação confiável, ou seja, como não temos até então nenhuma verdade objetiva que nos permita dizer como seria este ser, estrutura ou dispositivo, o que se pode dizer é que se trata de algo ou alguém responsável pela elaboração das leis naturais (físicas) válidas para este universo físico e que, conforme acabamos de concluir, há que ser exterior e anterior a elas, o que o torna também anterior e exterior ao Universo.

Continuando a minha investigação a respeito da verdade objetiva, passo a mover-me em direção as estruturas materiais do universo do qual sai mentalmente e tento olhar para um buraco negro, tento ver coisas que não me são possíveis ver, e não consigo. Verifico a evolução dos eventos e observo que tem uma regularidade espantosa. Verifico que determinadas estruturas sempre acabam por produzir determinados efeitos a longo prazo e que outras, diferentes das primeiras em alguns atributos ou apenas na quantidade deles, jamais são capazes de evoluir da mesma maneira que as anteriores, evoluindo no entanto sempre de outra determinada maneira. Isto me indica claramente que há leis das quais não tenho conhecimento, que são invioláveis dentro dos limites de suas atribuições e que elas exigem que os efeitos e causas tenham entre si correspondência, proporção, coerência e consistência, de modo que fica a mim evidente que

as causas têm de ser proporcionais aos efeitos que geram (19a), ou

os efeitos têm de ser proporcionais às causas que os geram (19b)

Isto me aparenta ser decorrência imediata e inegável da verdade objetiva (VO) no.7, que afirma que o que é igual não é diferente, o que de certa forma confirma a VO no. 19 e que nos permite também dizer que não se pode esperar de causas iguais efeitos diferentes ou efeitos diferentes de causas idênticas, o que pode ser também afirmado como verdade objetiva. Assim, podemos dizer que

causas idênticas produzem efeitos idênticos (20a),


causas diferentes produzem efeitos diferentes (20b),

efeitos iguais são produzidos por causas iguais (20c),

efeitos diferentes são produzidos por causas diferentes (20d),

ou, nas suas formas negativas,

causas idênticas não produzem efeitos diferentes (20e),

causas diferentes não produzem efeitos iguais (20f),

efeitos iguais não são produzidos por causas diferentes (20g) e

efeitos diferentes não são produzidos por causas iguais (20h).



Assim, em termos objetivos, é absoluta falta de bom senso desejarmos que causas idênticas gerem efeitos diferentes em nossa vida cotidiana. E se somos a medida e a causa de tudo o que nos acontece, como eu considero que somos, a ÚNICA maneira de mudar os (péssimos) efeitos aos quais temos sido expostos em toda a existência da espécie humana é mudar a sua causa, não fisicamente, mas eticamente, de modo que nossas ações diferentes e melhores, de preferência muito melhores, passarão a produzir efeitos também diferentes de modo proporcional, coerente, consistente e obrigatoriamente melhores, ou muito melhores, absolutamente de acordo com a proporção que as causas (ou seja nós) melhorarem.


Continuando a minha investigação, passo a observar os detalhes das estruturas espacialmente estendidas a várias distâncias e constato diferenças “absolutas” entre a maneira como vemos uma estrutura, de acordo com a posição, a distância e a velocidade com que a observamos. O que chamo de diferença absoluta é o fato de que, de acordo principalmente com a distância que as observo, elas podem me parecer, por exemplo, ainda não existentes, uma nuvem de gás, uma protogaláxia, uma galáxia ou o local onde existia uma galáxia. Simultaneamente!


O mesmo se aplica a estruturas que vão de elétrons, quarks, neutrinos e fótons a universos inteiros. Ora, me é evidente que uma estrutura que observo a curta distância, porém suficiente para observá-la por inteiro e ao que a rodeia, representa a realidade mais objetiva e efetiva desta estrutura e que as demais observações, tomadas apenas a distância tão pequena que não me permita perceber o todo, ou tão grande que não me permita ver seus detalhes, o ambiente em que se encontra, os movimentos que faz, o movimentos de outras estruturas em relação a ela, não podem representar a realidade objetiva desta.


Se a distância for tão pequena que estejamos sobre ou dentro da estrutura, dificilmente deixaremos de estar cegos em relação ao ambiente em que ela se encontrar. Se esta distância for muito grande, nós estaremos sujeitos aos efeitos da velocidade da luz ser finita (e pequena para padrões cosmológicos) e passaremos a ver apenas o que a estrutura foi há milhões ou bilhões de anos, ou seja, certamente veremos como existentes estruturas que não mais existem e como inexistentes estruturas que ainda existem (ou vivas criaturas que já morreram ou ainda inexistentes criaturas que estão vivas neste instante). Sem contar que jamais as veremos como elas são e sim como elas eram.


Desta maneira, fico indubitavelmente convencido de que o que representa a realidade objetiva de uma estrutura é a sua observação local, realizada a distância suficiente para que se perceba o seu todo, aliado a observação de sua estrutura mais íntima, de modo a perceber claramente a parte e todo e de maneira a eliminar os efeitos da velocidade da luz ser finita. Observações efetuadas com velocidades relativas muito diferentes também são inválidas como representação da realidade objetiva, devido aos mesmos efeitos “relativísticos” produzidos nestas condições. Disso, concluo que, 

no mesmo intervalo de tempo as coisas tem de ser iguais a si mesmas (21a),

no mesmo intervalo de tempo o que existe não pode ser diferente de si mesmo (21b) e



no mesmo intervalo de tempo o que existe não pode ter mais de um tamanho ou dimensão (21c).

Mesmo que as estruturas físicas ou metafísicas e as entidades abstratas sejam variáveis em extensão e duração, em um considerado intervalo de tempo elas não poderão ter dimensões diferentes e sim uma dimensão única para cada atributo considerado.



Isto me levou de volta à questão do infinito, pois ele sendo tão grande quanto se queira, terá valores diferentes no mesmo intervalo de tempo, de acordo com as diversas situações. Como acabamos de concluir que, no mesmo intervalo de tempo, as coisas têm de ser iguais a si mesmas (21a), que o que existe não pode ser diferente de si mesmo (21b), que o que existe não pode ter mais de um tamanho ou dimensão (21c) e tendo em vista que o infinito teria valores, dimensões, distâncias e amplitudes diferentes no mesmo instante de tempo de maneira a acomodar e viabilizar matematicamente as diversas situações em que é utilizado, segue-se obrigatoriamente que

o infinito não existe (22a).



Em seguida passei a pensar no inverso do infinito, ou seja, na nulidade, no nada. Pois bem, viajando mentalmente entre os diversos corpos celestes, percebi que entre os corpos celestes e entre os conglomerados destes não havia matéria praticamente nenhuma, pelo menos não que eu pudesse perceber. No entanto eu percebia a existência de campos gravitacionais, eletrostáticos e do próprio espaço, assim como a existência de leis físicas (a entropia continuava aumentando, os corpos espaciais em suas órbitas e movimentos precisos, os eventos cíclicos se repetindo com exatidão) e, como eu podia ver objetos a grandes distância, fótons. Regularmente percebia um pulsar emitir uma quantidade de matéria/energia e um quasar fazer o mesmo. Ou seja, era um vácuo de alto nível, mas não era o nada.


Procurei voltar então para o vazio no qual cheguei às minhas primeiras conclusões e verificar que, apesar de nada mais poder ver ou sentir, eu continuava existindo, algo além de mim continuava existindo, o tempo continuava passando (e existindo), as causas da existência e do funcionamento das coisas continuavam existindo e as leis naturais continuavam a governar implacavelmente o Universo. Pensei então o que seria necessário para a existência do nada. Seria necessária a inexistência de tudo, de todos e do Todo.


Uma situação destas é impensável pois, para que o “nada” exista, é necessária a inexistência inclusive de quem pensa a respeito disto. Seria a total aniquilação de toda e qualquer estrutura física, metafísica ou abstrata (mesmo algo abstrato exige existência de uma estrutura física ou metafísica que gere a abstração) deste e de todo e qualquer universo porventura existente. Desta forma, tendo em vista que algo existe (2a), bem como quase todas as verdades objetivas até agora derivadas, podemos afirmar de modo absolutamente irrefutável que

o nada não existe (23a).

Esclareço que estamos falando do nada absoluto, aquele que é a total ausência de tudo e que para ser verdadeiro (não posso dizer existente) impediria a existência de qualquer estrutura física, metafísica ou abstrata, inclusive de quem pensar que o nada existe. Sendo ele a total negação da existência de toda e qualquer estrutura imaginável, ele não pode existir, no mínimo pelas leis de conservação de massa e energia."


Depois disto, no entanto, eu acabei (até de forma inesperada, ao revisar um conjunto de textos) passando a preferir o cenário apresentado em...
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/2011/10/pequena-conjectura-sobre-o_28.html 
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/2011/11/pequeno-detalhamento-adicional-da.html
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-se-for-tudo-igual-tudo-fractal_4385.html 
http://ouniversosustentavel.blogspot.com.br/p/e-s.html 
...o que tornou desnecessária, na minha humilde opinião, uma causa metafísica para a produção de um conjunto de leis naturais que tenha dado origem a este universo, visto o modelo contemplar apenas uma lei, tão simples que nem de lei deveria ser chamada, mas que por ter passado a ser supostamente única, seria “a” Lei, a qual conhecemos como a Terceira Lei de Newton, a Lei de Ação e Reação. Esta lei seria decorrente apenas e tão somente do atributo da rigidez extrema que garantiria a indivisibilidade de partículas elementares, a que tenho chamado de préons, nome cunhado pelo físico Abdus Salam, Nobel de Física de 1979, o que garantiria que nenhuma delas pudesse ocupar o mesmo lugar que a outra no espaço, o que seria responsável por todo o mecanismo que governaria o funcionamento físico deste universo, baseado nas diferenças de densidade destas partículas, o que poderia ser chamado de densidade de campo.
 
Eu humildemente considero que o cenário que o modelo exposto nos links acima produz, contempla a navalha de Occam, também amada pelo Jocax (e pelo Jota do fórum do UOL), por propor uma solução com apenas uma partícula (préon), uma Lei (ação e reação) e uma força (mecânica elástica, a mais simples delas), além de contemplar também uma tentativa até então bem sucedida (na minha humilde opinião, se bem que tenho solicitado a inestimável ajuda de outras pessoas no sentido de me informarem alguma observação da realidade convencionalmente observada que esteja em contradição com o meu modelo preferido, sem resposta alguma até o presente momento) de explicar os fenômenos, leis e eventos que todos em idênticas condições podemos observar.
 
[]s
 
PS: Por mais que eu tenha abusado da liberdade de pensar em minhas reflexões, nem de longe aceitei ou sugeri que o tudo possa ser feito do nada. Conforme disse antes, quanto a isto, esqueçam, esta rapadura não entrego e desta água não beberei: se alguma vez eu tiver sequer admitido a possibilidade do tudo ter surgido do nada, terei enlouquecido.

Robson Z. Conti
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