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Mensagem por Robson Z. Conti 9th agosto 2013, 09:52

Apesar das iniciais do sistema ser LMT eu preferi não seguir a ordem e tratar primeiro do tempo pois, por não ser de natureza concreta, quase abstrata, já que ninguém consegue tocá-lo, o tempo é tratado como se fosse totalmente moldável à vontade das pessoas.

E na minha humilde opinião não é bem assim, sendo precisamente o contrário, algo de natureza inflexível e invariável, assim como o espaço e a entidade elementar de matéria, como veremos em seguir.

No meu humilde ponto de vista, assim como em certos cálculos, em que dados sobre a massa ou a superfície da Terra não podem ser alterados por terem de espelhar a realidade, que não mudaria ao sabor das nossas contas, também o tempo, que em certas operações matemáticas desaparece, aumenta ou diminui, não pode ser alterado pois a efetiva duração das coisas não mudaria ao sabor destes cálculos. Isto porque ele é, na minha opinião, a duração da existência do que existe.

E da mesma maneira que a massa de um corpo existente é um dado e não uma variável na equação e não pode ser alterada de maneira alguma naquelas condições, o tempo de duração das coisas também não. O que pode ser alterado é o intervalo de tempo em que um determinado fenômeno ou evento se passa em função de uma série de variáveis, ou seja, o que variaria seria apenas o ritmo com que fenômenos naturais ocorrem quando há alteração nas condições e no ambiente em que ocorrem.

Eu já tratei anteriormente [em outra parte do texto, não postado neste fórum] da questão das coisas terem de ter matéria para existir mas o que foi apresentado não fez referência explícita ao tempo. Na ocasião eu afirmei que tudo o que existe necessita de matéria. Só que eu também considero que existe a necessidade de matéria também para o tempo e o motivo disto seria que se eu tivesse de definir o tempo eu diria que ele é a medida da duração do que existe, como acima colocado.

E o que existe, conforme já anteriormente tratado, necessita ser constituído de matéria, mesmo que seja uma entidade espiritual, no meu ponto de vista. E matéria seria qualquer “coisa” que ocupasse lugar, mesmo sem existir espaço, apenas distância entre um material e outro [Este modelo produz uma pequena diferença entre matéria e massa, do que podemos tratar com mais calma em outra ocasião].

Desta forma, se for considerado que

o tempo é a medida da duração do que existe

e

o que existe necessita de matéria para existir,

então, eu não teria como duvidar que

o tempo necessita de matéria para existir

pois,

se não existir matéria

não há duração para o que existe.


Neste caso, entendo ser necessário também tratar um pouco a respeito do termo “medida”, utilizado na definição de tempo, pois este é o tipo de detalhe que faz toda a diferença. No meu humilde ponto de vista medida é uma coisa e medição é outra. A medida é um valor que está intrinsecamente ligado ao objeto, grandeza ou evento que exista. A medição é um processo que usamos para avaliar esta quantidade, normalmente por comparação com padrões.

A medida é objetiva (concreta), pois independe da existência de qualquer outra estrutura ou entidade que não seja ela própria. A medição é subjetiva (abstrata) pois depende da existência de seres racionais que realizem o ato de medir, mesmo que através de dispositivos automáticos de medição.

Eu disse que este detalhe faz toda a diferença porque nos permite distinguir a realidade (medida) da ideia, representação ou avaliação que somos capazes de produzir dela (medição). A realidade é o que ela é e independe totalmente de nós. Já a nossa capacidade de avaliar os valores intrinsecamente existentes é limitada e se considerarmos que uma é idêntica à outra estaremos, no meu humilde ponto de vista, assumindo a representação que somos capazes de fazer de algo como idêntica a este algo.

E abrindo a Caixa de Pandora para o conhecimento humano, pois seremos imediatamente transportados para um inferno conceitual do qual não escaparemos até fechar a caixa, passando a considerar que a realidade das coisas é algo objetivo, ou seja, concreto e independente de nossa capacidade de avaliá-la.

Seria como dizer que uma foto em 3D, de altíssima definição (holográfica e com todos os avanços tecnológicos) de uma maçã, seria idêntica a ela. E não é. Pois não produzem os mesmos efeitos, que é o que, na minha humilde opinião, nos permite verificar a essência e a identidade de algo. Não há como nos alimentarmos da imagem holográfica, mesmo tendo aparência indistinguível da maçã. Já outra maçã, mesmo que seja visualmente muito diferente, será muito mais próxima da maçã fotografada pois, em essência, podem produzir um conjunto de efeitos muito similares. Ou seja, apenas pela mais simples das operações de lógica, ou seja, a verificação da igualdade, já podemos verificar a validade de uma hipótese.

O conhecimento tecnológico humano avançou de maneira exponencial depois que passamos a considerar as medições que fazemos das coisas como dados a serem usados para a definição de nossas questões científicas e não a pura lógica a partir de dados muito pouco precisos e abrangentes. E isto foi muito bom, até que passamos a não mais diferenciar as medidas das medições. Humildemente considero que não sairemos do beco sem saída (e com teto) em que nos metemos em função disto, a não ser que usemos o mesmo caminho pelo qual nele entramos e passemos a considerar as medições apenas como representação da realidade e que, em vista de nossas limitações tecnológicas para executar as medições com a exatidão necessária, a realidade (medidas) não pode ser considerada idêntica à sua representação (medições).

Desta forma, quando afirmo que o tempo é a medida da duração do que existe, eu digo que ele é “a quantidade” de duração de uma estrutura ou evento e não a medição que somos capazes de fazer disto, o que pode ser alterado das mais diversas maneiras. Observo ainda que há coisas que, apesar de serem existentes, e portanto terem medida (diferentes inclusive, de acordo com a ocasião e o sujeito, mas idênticas a si mesmas no mesmo período de tempo) não podem ser objeto de medição. Ainda assim existem.

A respeito disto e tentando resumir as minhas ideias a respeito deste assunto, considero por exemplo que não existe energia pura e nem nada efetivamente imaterial. Energia é a capacidade de serem produzidos efeitos que se traduzam em influenciar o movimento dos corpos, mesmo que estes não se movam ou alterem a sua trajetória em função desta energia.

No meu ponto de vista, qualquer estrutura física (ou mesmo metafísica porventura existente) depende de substância para existir, ou seja, da existência de quantidades de matéria prima elementar, constituída de partículas elementares de matéria, a qual, no meu humilde modelo, seria constituída de pequeníssimas partículas de idênticos e indistinguíveis formatos. Seria algo como uma finíssima farinha ou poeira elementar de matéria, produzida pelo que tivesse a infelicidade de cair nos trituradores de matéria que normalmente chamamos de buracos negros estelares.

Apenas entidades abstratas independem da existência de estrutura própria, mas dependem sempre da existência de estrutura de quem produz a abstração, pois o que não possui matéria não existe por si. O caso de um pensamento, por exemplo, por ser decorrente de uma operação sequencial, passa a ter existência sem estrutura própria por ser apenas uma abstração produzida por algo dotado de estrutura física (ou metafísica, segundo alguns), isto é, um cérebro.

E existirá por ter a capacidade de produzir efeitos, mesmo apenas na mente de quem os produz (e esta é constituída de matéria). Mas, tudo o que exista por si, há de ser dotado de matéria. Em concentrações diferentes, em fases diferentes, mas sem matéria não haveria como serem produzidos efeitos e o que não é capaz de produzir efeitos, em nenhum local ou condição, não existe.

Pode-se resumir o acima dizendo que “pensamento não pensa” pois não tem existência intrínseca. Ele só pode produzir efeitos porque uma estrutura, constituída de matéria, pensa. E pensa através de uma série de reações físicas e químicas em células constituídas de materiais diversos, ocupando lugar no espaço (ou distância entre matéria).

Mesmo sistemas de informação, os nossos cada vez mais poderosos e onipresentes computadores, têm informação armazenada em dispositivos de memória e isto poderia ser considerado por alguns como algo dotado de existência e sem material. Mas não é. Pois esta informação está armazenada em dispositivos dotados de massa. Mesmo quando a informação circula dentro dos sistemas ela apenas existe porque existem elétrons, íons ou outras estruturas e partículas que estão dispostos de tal maneira que o sistema fisicamente existente e altamente elaborado interpreta como sendo uma informação.

Pode ainda haver algum questionamento ou contestação aberta à minha afirmação de que “o que existe necessita de matéria para existir”. Esta afirmação pode parecer arbitrária e destituída de sustentação fundada em evidências lógicas ou experimentais mas, do meu ponto de vista, ela é coerente tanto com a lógica quanto com as nossas observações. Pois tanto a lógica quanto as nossas observações nos dizem que apenas o que existe pode produzir efeitos e como a produção de efeitos físicos está condicionada à existência de matéria (normalmente chamada de massa), então o que for totalmente destituído de matéria, ao não poder produzir nenhum efeito, será inexistente, não tendo, portanto, duração (ou tempo).

Desta forma, se o tempo for a quantidade da duração do que existe, ele dependerá sempre de algo existir para que ele exista. E neste caso entendo que devemos nos perguntar: o que existe? Na minha humilde opinião o que existe é o conjunto, é o todo, e portanto o tempo é sempre a duração do todo.

Se alguma parte durar mais ou menos em relação a outras ou em função de diferentes condições, isto será apenas a sua duração e não o tempo. A existência do todo abarcaria inclusive o período que tivesse antecedido a um suposto e para mim milagroso Big-Bang, pois não podendo o tudo que existe produzir-se por si a partir do nada, algo teria de ter tido existência antes deste suposto momento inicial, mesmo que em outro estado. Que existindo, teria duração, ou seja, o tempo existiria.

Além do que, não temos nenhuma evidência de que este universo seria único, de tal maneira que o todo abrangeria também os demais universos porventura existentes e deixaria mesmo a duração deste universo como não decisivo na definição da passagem ou não do tempo. Para que o tempo deixasse de existir seria necessário que tudo no todo deixasse também de existir. Nem mesmo Deus escaparia, pois mesmo que apenas e tão somente Ele existisse, haveria duração para esta existência.

Mesmo se nos atermos a questões físicas, para que o tempo deixasse de existir haveríamos de violar todos os princípios de conservação que se conhece, e passarmos a um estado inenarrável, o do nada, que seria a total e completa inexistência de toda e qualquer estrutura ou partícula, o que entendo lógica e experimentalmente como inviável.

Para uma imensa maioria da humanidade este tipo de debate pode parecer uma coisa distante e desconectada de suas realidades mas, este é o tipo de coisa que, se não for bem resolvido, pode atrasar o avanço do conhecimento humano e detalhes muito importantes para todos, tais como avanços em tratamentos médicos, podem ficar comprometidos. Além disto, eu senti necessidade de tentar tornar esta situação um pouco mais clara porque em algumas áreas do conhecimento humano predomina a ideia de que o tempo só teria começado a existir após o suposto momento inicial da “criação” deste universo e que a sua passagem depende de fatores relacionados à velocidade dos corpos.

Quando tenho necessidade de escolher entre a razão e os dados, eu prefiro pensar melhor, conferir a lógica utilizada e verificar como estamos interpretando estes últimos pois, contra fatos qualquer argumento será inútil.

Só que fatos sempre dependem de interpretação, pois pessoas diferentes vendo o mesmo fato rotineiramente o interpretam de distintas maneiras. O que devolve a decisão para a razão, de modo que esta sempre deverá dar a última palavra. Assumi então que quando uma conclusão lógica fundada em um raciocínio lógico que consideramos indesafiável desafia fatos, pode-se (a) verificar se não assumimos como verdadeira uma premissa incorreta ou (b) verificar se não estamos interpretando o que observamos de maneira muito limitada, de modo a considerar fato o que é mera hipótese.

Como, apesar de meus esforços, eu não consegui deixar de considerar o tempo como a quantidade de duração de algo que existe e nem que o que existe é o todo, decidi investigar então o motivo de nossas medições de tempo se mostrarem sujeitas às alterações que têm levado muitos pesquisadores a concluir que ele não seria algo objetivo. Pois, se ele for considerado a quantidade da duração do que existe, e eu honestamente não consigo vê-lo de outra maneira, então o tempo haveria de ser considerado objetivo e não relativo.

Conforme é de meu costume fui pesquisar a definição de tempo na literatura, de forma a permitir a comparação entre o que eu não podia duvidar e as observações, e obtive o que se segue.

"O segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.” [Sistema Internacional de Unidades, 2007. INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial]

Na sessão de 1997, o Comitê Internacional confirmou que:

“Essa definição se refere a um átomo de césio em repouso, a uma temperatura de 0 K.”

Adicionalmente considero interessante também reproduzir a definição de Padrão Atômico de Frequência.

“PADRÃO ATÔMICO DE FREQUÊNCIA ... é a transição entre os níveis hiperfinos F=4, M=0 e F=3, M=0 do estado fundamental 2S1/2 do átomo do césio 133 não perturbado por campos externos, e que o valor 9 192 631 770 hertz é atribuído à frequência desta transição.”[grifos meus]

Observe-se que esta definição do padrão atômico de frequência está em vigor e acaba definindo também a unidade de tempo (segundo) de maneira ainda mais específica, pois indica expressamente os orbitais e a necessidade de não ser perturbado por campos externos de qualquer tipo, em temperatura constante e de valor exatamente definido. Isto implica que o atual padrão de medição de tempo engessou de maneira quase absoluta a medição, de modo a tornar invariáveis o ambiente e as condições em que seja efetuada.

Com a definição nas mãos, passei a verificar quais as evidências objetivas (provas concretas) estão sendo utilizadas para permitir a conclusão que o tempo sofre dilatação quando corpos estão em velocidades maiores (e não percebi um pequeno detalhe na definição de tempo, o qual relatarei logo abaixo). Já há alguns anos tenho conhecimento de que o aumento da vida média de algumas “partículas” subatômicas, chamadas múons, em altas velocidades, em relação ao observado em baixas velocidades, seria um evento que confirmaria a dilatação do tempo para objetos em velocidades maiores, da mesma forma que a experiência feita com dois aviões que voaram em sentidos opostos e, ao retornarem, constataram diferença entre as indicações de relógios atômicos de elevada precisão. Ultimamente o exemplo mais comentado é o da necessidade da correção nos relógios dos satélites do sistema GPS. Pois bem, vamos investigar cada caso.

O caso dos múons talvez seja o mais simples. Eles são partículas negativas (que anteriormente eram consideradas mésons) com massa em torno de 200 vezes a do elétron e que no caso em análise são produzidos pelo decaimento de “partículas” chamadas píons, gerados pelos choques entre os prótons dos raios cósmicos e os núcleos dos átomos dos elementos que constituem o ar nas altas camadas da atmosfera terrestre. A vida média destas partículas é pequena demais para que chegassem ao solo após a sua formação e, no entanto, elas são detectadas não só no solo como em minas, centenas de metros abaixo da superfície.

Isto é considerado por boa parte da comunidade científica como evidência objetiva de que, do ponto de vista do múon, houve uma alteração no ritmo da passagem do tempo em função de sua alta velocidade, o que é denominado de dilatação temporal, isto é, o tempo teria passado de maneira mais lenta para o múon devido à sua alta velocidade. Vamos ver então se esta seria a única interpretação possível do fato.

Em primeiro lugar vamos verificar qual é o fato, em essência. De uma maneira imparcial, considero que o que ocorreu foi que o que é considerado uma “partícula” durou mais em alta velocidade do que em baixa velocidade. Este é o fato. E o que se pode afirmar com certeza a partir dele é apenas o que já foi definido acima, isto é, que esta “partícula” dura mais quando desenvolve trajetórias em alta velocidade do que dura a baixas velocidades. Só. O restante será interpretação.

Por algumas interpretações o tempo da partícula dilatou, ou seja, passou em ritmo mais lento para ela, devido à alta velocidade. Mas seria esta a única interpretação possível? Aparenta-me que não. Pois se perguntarmos a opinião de uma pessoa comum, leiga, que não tem determinados paradigmas atualmente aceitos como representação da Verdade pelo que penso ser a maioria da comunidade científica (e não contarmos nada a este respeito para o leigo), o que provavelmente obteremos como resposta é que este tipo de partícula dura mais em altas velocidades, “não sei por que”, mas dura.

Ou seja, ela usará a navalha de Occam (que não é de uso exclusivo de físicos e filósofos) e simplificará a questão, simplesmente dizendo que nestas condições as tais partículas duram mais. Só. Da mesma maneira que muitas coisas duram mais em temperaturas menores do que em temperaturas maiores e todo mundo acha isto a coisa mais normal do mundo, sem dizer que por causa disto o tempo dilata nos polos ou dentro da geladeira.

Analisando este tipo de evento através do modelo que acabei desenvolvendo, o que teria ocorrido é que uma estrutura [neste modelo as únicas partículas singelas seriam as partículas elementares de matéria e todas as demais seriam sistemas complexos e compostos das referidas partículas, algo como conglomerados e conjuntos destas] parecida com um elétron, mas bem maior que um, levou muito mais tempo para perder a coesão entre suas partes em alta velocidade do que em média leva em baixa. E o que teria propiciado isto?

Como neste modelo todas as estruturas seriam mantidas coesas exatamente por um fluxo de partículas elementares que produziria vórtices atrativos, da mesma maneira que o giro de um furacão mantém a sua estrutura funcionando e coesa, um aumento na velocidade do fluxo produziria maior coesão e esta estrutura se manteria por mais tempo, ou seja, duraria mais. Só isto e mais nada.

Havendo mais de uma explicação possível não podemos mais afirmar que o tempo inequivocamente dilatou. Mesmo que não tivéssemos a explicação alternativa, a simples constatação de que este mesmo tipo de fenômeno ocorre quando se variam outras condições (tais como temperatura) já nos levaria a desconfiar pesadamente da obrigatoriedade de ocorrer nestes casos a dilatação do tempo. A não ser que passemos a dizer que o tempo também dilata na geladeira e mais ainda no freezer.

Vamos ver agora o experimento em que se colocou relógios atômicos de grande precisão em dois aviões voando em sentidos opostos. Eu já tinha conhecimento de uma experiência com apenas um avião, o qual atrasou uma fração de milionésimo de segundo em relação a outro relógio idêntico que ficou estacionado [“O universo sem mistério”, Adriano A. Natale e Cássio Leite Vieira, Vieira e Lent, 2003, página 49]. Depois, que haviam sido utilizados dois aviões [Hawking, Stephen W. – “O universo numa casca de noz” – São Paulo, ARX, 2001, página 9 - para mais detalhes pode ser pesquisado “Hafele and Keating Experiment” na internet], que voaram em sentidos opostos e em que houve a constatação de menor medição de tempo no relógio que estava no avião que voou no mesmo sentido de rotação da Terra (para Leste), caso no qual a velocidade do avião era efetivamente somada à velocidade de rotação do planeta em relação ao espaço.

De forma a facilitar a análise da situação vamos aqui colocar as medições:

– o relógio que voou para o Oeste (mais lento) adiantou 273 nanosegundos (bilionésimos de segundo) em relação ao que ficou em solo;
– o relógio que voou para o Oeste (mais lento) adiantou 332 nanosegundos em relação ao que voou para o Leste;
– o relógio que voou para Leste (mais rápido) atrasou 59 nanosegundos em relação ao que ficou estacionado.

Ou seja, ao voar em maior velocidade (sentido Leste, com velocidade do avião somada à de rotação do planeta) o relógio atômico atrasou tanto em relação ao que ficou em repouso quanto em relação ao que viajou em velocidade menor (pois a velocidade de rotação da Terra era diminuída da velocidade do avião). A diferença para o relógio em repouso (59 nanosegundos) pode ser influência tanto da altitude (menor campo gravitacional) quanto da diferença entre as velocidades, de forma que não se pode afirmar a efetiva influência de cada variável no resultado obtido.

Já a diferença entre os dois relógios que viajaram em sentidos opostos e em altitudes similares aparentemente só poderia ser causada pela única variável que foi alterada de maneira significativa, ou seja, pela velocidade dos aviões.

E qual conclusão indubitável alguém pode tirar disto? Se os dados forem estes, apenas que relógios atômicos atrasam quando deslocam-se em maiores velocidades. Só. O que for afirmado além disto poderá ser questionado ou contestado sem a menor cerimônia. Pois não houve nenhuma evidência objetiva de mais nada. O que não deve nos impedir de tentarmos explicar o motivo deste comportamento.

Muita gente no mundo científico acredita que ele se deve à dilatação temporal. Mas, assim como no caso do múon, esta é a única resposta possível? Entendo que não, como veremos mais abaixo. Logo, o que aparentemente temos é uma hipótese, algo que tanto pode representar a realidade quanto não.

No caso em questão, do meu humilde ponto de vista, como mais nenhuma variável foi alterada além da velocidade entre os relógios que estavam nos aviões (o do solo, além de imóvel em relação à superfície da Terra, estava também em altitude diferente da deles, ou seja, sujeito a campos gravitacionais com outros valores), houve um efeito produzido pela diferença de velocidade dos relógios atômicos que também ocorreria se fossem alteradas tanto a altitude quanto a temperatura do ambiente de funcionamento dos relógios.

Tanto que a definição da unidade de tempo (o segundo) pelo Sistema Internacional de unidades “se refere a um átomo de césio em repouso, a uma temperatura de 0 K”. Ou seja, ela é muito mais restritiva do que eu havia notado e é este o detalhe que eu não havia percebido no início da análise: a definição se refere a um único átomo, a uma temperatura de zero kelvin e em repouso. Desta maneira não podem variar nem a temperatura, nem a altitude e nem a velocidade.

Antes de perceber o detalhe (“em repouso”) eu já havia escrito que se o “segundo” necessita ser tomado sem temperatura, sem campo elétrico, sem campo magnético e com correção devido à altitude, então para que o tempo deixasse de ser considerado relativo bastaria que na sua definição também se incluísse uma observação quanto à velocidade do relógio.

Só que isto já estava na definição de “segundo” e eu é que não havia notado. Em vista disto estou com forte tendência a considerar que as condições em que foi realizado o experimento não são válidas. Se alguém está variando a altitude (campos gravitacionais) e a velocidade (fora da condição de repouso), este alguém está trabalhando fora do padrão de medição de tempo (atualmente mede-se tempo contando segundos) e qualquer conclusão que se tire a partir disto não pode ser aceita como evidência de absolutamente nada além de que relógios atômicos variam a sua medição de tempo se não estiverem trabalhando conforme as exigências do Bureau Internacional de Pesos e Medidas.

Mas podemos, e devemos [se não questionarmos as nossas próprias opiniões (e as de qualquer outro ser) elas serão apenas dogmas de fé e isto nos manterá cegos a todas as evidências que não sejam idênticas à nossa fé], nos perguntar: se os resultados obtidos foram muito parecidos com o que as fórmulas previam, não podemos concluir disto que as teorias em que se baseiam as fórmulas também estão corretas? Até que poderíamos, mas considero que não temos necessariamente de concluir isto. Podemos estar permitindo que lobos em peles de cordeiros passem a conviver conosco e a produzir sorrateiramente calamitosos equívocos.

Pois no meu humilde ponto de vista as fórmulas não foram realmente produzidas de acordo com a teoria e sim o contrário, ou seja, as teorias é que foram produzidas para explicar as fórmulas. As quais, por sua vez, não foram derivadas a partir de nenhum conhecimento profundo e abrangente daquele sistema e sim empiricamente, em uma parte das vezes pela tentativa e erro, da observação de fenômenos os quais não sabíamos e nem sabemos explicar.

Foi o que fez Kepler, por exemplo, ao pegar as observações de Tycho Brahe a respeito dos movimentos dos planetas e, após anos de trabalho, verificou que as órbitas se encaixavam em uma trajetória próxima a de uma figura elíptica. Da mesma maneira ocorreu com uma quantidade imensa de fórmulas, em que primeiro se determinou o que acontecia e em seguida se procurou determinar como as diversas variáveis influíam naquele processo para, depois de muita tentativa e erro, chegar às fórmulas.

Em seguida é que vieram as tentativas de explicar a maneira como aquilo se passa e por último o porquê daquilo se passar daquela maneira. Que ainda não temos em relação a nada pois, se começarmos a perguntar os porquês dos porquês, logo chegaremos a um postulado ou axioma o que, em palavras mais simples pode ser descrito como uma afirmação a respeito da qual não se produz prova e que é simplesmente constatação de observações repetitivas de fatos ou da opinião pessoal de quem a emite. Nos é dito que aquilo é uma “característica fundamental da matéria”, que “nestas condições as coisas tendem a” ou “segundo o famosíssimo doutor fulano”, e outras belas frases que em última instância significam “porque sim”.

O que acaba sendo transformado em teoria, como se teoria fosse equivalente a explicação correta e verdadeira de algo e não apenas uma hipótese que demonstrou ser coerente com as observações até um determinado nível de precisão. O que na maioria das vezes estamos fazendo ao realizar experimentos para comprovar teorias é comparando a prática com ela mesma, já que as teorias são produto de tentativa de explicar as fórmulas deduzidas pela observação do que se passa na prática. Ou seja, quando as medições conferem com as previsões podemos estar apenas constatando que produzimos uma fórmula que representa o que ocorre na prática e não que a interpretação que nós damos ao que ocorre representa a realidade.

Voltando ao nosso caso, temos ainda a situação dos relógios atômicos instalados nos satélites do “Global Positioning System”, o já famoso GPS. Um dado interessante é que tanto as medições nos aviões quanto no caso de satélites de GPS, os relógios são atômicos. No caso dos utilizados em satélites, eles são ajustados para atrasarem um pouco menos de cinco partes em dez bilhões devido à soma dos efeitos de velocidade com o de menor campo gravitacional (que na verdade são opostos, no espaço o relógio atrasa uma parte em 10 bilhões pela velocidade e adianta cinco partes em 10 bilhões pela maior distância do centro de massa do planeta). Mais uma vez ressalto que, se colocarmos um relógio atômico em ambiente com temperatura diferente, ele também vai medir o tempo de maneira diferente e ninguém vai dizer que por causa disto o tempo daquele local passa de maneira diferente, com todas as implicações filosóficas disto.

Temos então um caso em que há a necessidade de uma correção no tempo medido dos relógios atômicos para que passem a fazer uma medição do tempo de maneira coerente com a que o fazem os demais relógios atômicos na superfície da Terra. E em que de 80 a 90% da correção é devida à altitude e não à velocidade. Desta maneira a velocidade dos satélites passa a ser pouco significativa em relação á diferença constatada. Ainda assim teremos medições de tempo realizadas por relógios atômicos em órbita com resultados diferentes das medições realizadas por relógios atômicos na superfície do planeta e se alguém considerar que a medida de tempo é a medição que os relógios fazem, então esta pessoa concluirá que o tempo passa de maneira diferente em órbita do que na superfície da Terra.

Só que, como fiz questão de salientar, medida é uma coisa e medição é outra. E neste caso, além de não estarmos seguindo diligentemente as normas internacionais para a medição de tempo, o que já desqualificaria as conclusões que se tirasse disto, ainda estamos assumindo que a medição de tempo realizada por relógios atômicos é a que representa de maneira mais adequada a passagem do tempo, ou seja, a quantidade de tempo ocorrida entre um determinado instante e outro.

E até pode ser, desde que a medição seja feita meticulosamente de acordo com a definição dada pelo Bureau International de Poids et Mesures, e não em desconformidade com ela (se fosse em uma empresa com ISO 9000, quem assim procedesse já levaria uma “não conformidade” de primeira linha).

Em outras épocas, no entanto, a definição do segundo (unidade de tempo) foi feita de outras maneiras, como abaixo descrito.

Primitivamente, o segundo, unidade de tempo, era definido como a fração 1/86400 do dia solar médio. A definição exata do “dia solar médio” fora deixada aos cuidados dos astrônomos, porém os seus trabalhos demonstraram que o dia solar médio não apresentava as garantias de exatidão requeridas, por causa das irregularidades da rotação da Terra.” [Sistema Internacional de Unidades, 2007. INMETRO]

.. o segundo do tempo das efemérides (T.E.) é a fração:
12 960 276 813 / 408 986 496 x 10-9 do ano trópico para 1.900 janeiro às 12 h T.E.


O segundo é a fração 1/31 556 925,9747 do ano trópico para 1900 janeiro 0 às 12 horas do tempo das efemérides.

Ou seja, anteriormente fazíamos a medição de tempo através de ciclos longos, os quais eram divididos e depois contados. Em épocas pré-tecnológicas nem havia a divisão e simplesmente contávamos os próprios eventos, ou seja, os dias, as fases da Lua (meses), a repetição dos ciclos solares ou lunares (anos) e assim por diante.

Nas últimas décadas é que isto mudou e passamos a contar ciclos muito, mas muito pequenos, e a considerar esta contagem como equivalente à passagem do tempo. O “segundo” que há poucas décadas era uma pequena fração do dia ou do ano terrestre passou a ser um múltiplo de ciclos de curtíssima duração, tanto que para um relógio atômico contar apenas um segundo ele conta mais de nove bilhões de ciclos do átomo de césio, conforme pode ser conferido pela definição de segundo.

Bastaria que o tempo voltasse a ser considerado como uma fração dos ciclos astronômicos de longa duração para que toda esta polêmica tivesse fim. Em relação ao caso dos relógios atômicos nos satélites de GPS, se os dados forem apenas os aqui informados, a única coisa da qual não posso duvidar é que os processos internos àqueles relógios se passaram em ritmo menor em função de fenômenos naturais interferirem com os mesmos (da mesma maneira que uma grande quantidade de fenômenos e processos se passa de maneira mais lenta a baixas temperaturas e não andamos por aí a dizer que o tempo dilata nesta situação). Só que, como mais acima comentei, com a nossa medição de tempo as coisas se passam de maneira diferenciada.

Como nós temos por hábito atualmente fazer a medição da passagem do tempo pela contagem de ciclos repetitivos de curta duração, como a oscilação de pêndulos, cristais e transição entre orbitais de átomos, quando contamos ciclos que tiveram um ritmo menor em função de alteração das condições de medição, passamos a fazer esta medição de maneira diferente. Se adotarmos outro processo de medição de tempo, como a medição de processos astronômicos e cosmológicos de longa duração, como a translação da Terra em torno do Sol, imediatamente veremos que o tempo continuou a passar da mesma maneira que fazia antes.

Talvez seja este o motivo das diferenças de medição de tempo verificadas entre relógios atômicos e o tempo astronômico, que até a pouco tempo nos levava a fazer correções na hora padrão do planeta (ao que saiba, não estão mais fazendo isto porque passou-se a considerar o tempo astronômico como padrão para a vida cotidiana e não mais o medido por relógios atômicos).

Ou seja, se em condições em que se varia a velocidade, a temperatura ou o campo gravitacional, também o ritmo dos processos que fazem parte da existência daquela estrutura ou entidade se altera, não foi o tempo que passou de maneira diferente, mesmo que a duração daquela estrutura sofra alteração. O que ocorreu foi que apenas os ritmos dos processos se alteraram em função de diferentes condições ambientais.

Assim, aparenta-me que passagem mais lenta do tempo “constatada” é apenas questão de definição que se dá à unidade básica de tempo, o que, em outros termos implica que se uma grandeza fundamental muda de acordo com a definição que dela fazem pessoas, então isto não tem como ser uma verdade objetiva, já que foi subjetivamente produzida, isto é, dependeu de pessoas para ser produzida e muda de acordo com elas e não com características intrínsecas do objeto, evento ou fenômeno.

Em função da verificação de adoção de condições de medição em desacordo com o que determinam as normas, eu acabei não descrevendo como o modelo que acabei produzindo explicaria a diferença também nos aviões, de forma que vou tentar fazê-lo agora tanto para os satélites do GPS quanto para os aviões. Conforme foi visto mais acima, os relógios atômicos contam a quantidade de ciclos de transição dos elétrons de um elemento radioativo e, a cada 9.192.631.770 ciclos contados, o sistema entende que se passou um segundo.

Estes ciclos dependem completamente das condições ambientais, tanto que a definição de segundo é extremamente rigorosa e restritiva quanto a isto. No meu humilde ponto de vista, a contagem dos ciclos se dá de maneira diferente em função destas diferenças no ambiente produzirem alteração no ritmo dos ciclos que, sendo contados, produzirão por sua vez contagem diferente de tempo.

Quando se eleva a velocidade do relógio atômico, por exemplo, uma maior quantidade de estruturas “sub-subatômicas” (tais como neutrinos, por exemplo) além de partículas elementares de matéria, se choca com os elétrons e demais estruturas do átomo, da mesma maneira que se corrermos na chuva nos chocaremos com maior quantidade de gotas de água.

Como o choque com estas estruturas menores produziria o efeito de alterar a velocidade de rotação de elétrons, isto alteraria também o seu ciclo de transição e, com isto, a contagem de tempo altera-se. Pareceria que o tempo passou de maneira diferente, apenas porque mexemos diretamente no ciclo que nós estamos usando para contá-lo.

De idêntica maneira pode parecer que uma estrutura durou mais do que geralmente dura quando em repouso em relação ao observador. Só que o tempo continuou passando normalmente e o que aconteceu foi que a duração daquela estrutura foi alterada pela mudança nas condições ambientais. Do mesmo modo que um boneco de neve derrete quando a temperatura aumenta ou a água evapora-se com maior velocidade na superfície de um lago na presença de fortes ventos e não passamos a ver o mundo de maneira totalmente diferente só por causa disto.

No caso dos relógios atômicos, as variações na medição de tempo seriam apenas a diferença que ocorreria nos processos físicos no interior da estrutura do elétron a diferentes velocidades. No caso de múons, como estes são muito parecidos com elétrons, idêntico processo se passaria, com a ocorrência de uma maior quantidade de colisões entre os múons e partículas elementares de matéria na trajetória do múon, atrasando os processos que levariam à desintegração do mesmo.

Já em relação à diferença na medição de tempo que relógios atômicos apresentam em diferentes altitudes, no meu humilde ponto de vista o motivo alegado seria correto, ou seja, os campos gravitacionais. Assim como no caso da alteração na velocidade, em que a variação na contagem do tempo seria produto da variação na taxa de colisões entre as partículas elementares de matéria e os elétrons, também neste caso ocorre a mesmo processo.

Pois o fluxo de partículas elementares de matéria para manter o elétron orbitando o átomo seria fortemente afetado pela maior ou menor proximidade destes elétrons com campos gravitacionais. Desta maneira, estes processos, por serem influenciados pelas diferentes taxas com que as partículas elementares de matéria atingiriam os elétrons, variariam de acordo com a maior ou menor quantidade destas partículas elementares de matéria ou da taxa com que estas atingiriam os elétrons, o que produziria uma diferença na duração dos fenômenos em relação aos períodos despendidos para que os mesmos fenômenos se passem em maiores distâncias de campos gravitacionais.

Isto de maneira nenhuma torna o tempo relativo. O tempo sempre passará da mesma maneira. O que vai mudar é o ritmo com que um fenômeno ocorre, na presença de campos gravitacionais ou com a existência de diferença de velocidade entre estruturas [assim como se coloca que alguns dados são válidos em condições normais de temperatura e pressão, entendo que em determinadas situações poderíamos pensar em explicitar a respeito de condições normais de velocidade e gravidade, pois os efeitos relativísticos se apresentariam significativos com grandes diferenças de velocidade entre o observador e observado ou nos campos gravitacionais].

Acredito que consegui deixar claro que não estou argumentando contra fatos. Apenas estou fazendo a verificação padrão, ou seja, estou tentado conferir se a interpretação dos dados apresentados é a única possível, se é coerente e também se é simples sem ser simplista, em vez de aceitar as interpretações apenas pelo argumento da autoridade de quem as produziu.

Para tornarem-se candidatas a portadoras da Verdade ou sinônimas de verdade inconteste as teorias têm de explicar o “como” e principalmente os “porquês”, já que o que ocorre ou ocorrerá em determinadas condições nós já aprendemos.

Tentando concluir e resumindo, o que é indiscutível nestes casos todos dos quais tratamos é que os processos de transição dos átomos tornam-se mais lentos tanto em baixas temperaturas, quanto em altas velocidades e na presença de campos gravitacionais maiores.

Mas a interpretação disto já é outra conversa pois a ninguém passaria a ideia de tornar o tempo relativo em locais mais frios. E por que relógios atômicos alteram o seu comportamento nestas condições especiais? Simplesmente porque estas condições alteram a frequência de transição entre orbitais, de modo que se a contagem de tempo for feita através da contagem destes ciclos, ela vai ser alterada e se terá a impressão de que o tempo realmente passou mais rápido ou mais devagar.

Ou seja, não houve realmente diferença na passagem do tempo e sim na medição dele, que no caso de relógios atômicos é feita através da contagem de ciclos que são alterados por temperatura, gravidade, campos elétricos, magnéticos ou velocidade.

No caso da temperatura, estamos acostumados a perceber os seus efeitos já há milênios e ninguém liga para isto. Mas quando os efeitos são de velocidades muito altas ou de variação no campo gravitacional (efeitos apenas recentemente perceptíveis e apenas por sistemas que utilizam relógios atômicos), já nos sentimos autorizados a tirar o relógio do Universo do pulso de Deus e a afirmar de maneira pomposa que absolutamente tudo é relativo (menos a nossa ilusão, esta sim aparentemente absoluta). [Se assim fosse quem caísse em um buraco-negro iria viver para sempre - pois o tempo teria dilatação infinita em um - e o que eu considero que ocorra é que vira farinha de matéria rapidinho]

De qualquer maneira, isto não acarretaria nenhum problema mais sério para a humanidade, além de nos manter tecnologicamente atrasados por mais alguns séculos (se bem que isto produziria bastante sofrimento desnecessário), até que se perceba que as coisas não são relativas e que tanto na natureza quanto nas sociedades de seres racionais as coisas são o que são e não o que se pensa delas como convenções arbitrariamente adotadas ou a interpretação de medições de limitada precisão, altamente influenciáveis por qualquer alteração nas condições de medição. E que o tempo pode ser descrito como um relógio no pulso de Deus, como diria Newton. Só. Em última análise, na minha humilde opinião, o tempo é objetivo, isto é, uma característica da natureza tão concreto quanto a matéria, se Deus não existir. Se existir, absoluto.

Assim foi descrito, de maneira muito sucinta, o que humildemente considero ser o tempo, o qual, só para marcar o conceito, seria a quantidade de existência de algo ou a medida da duração do que existe, ou seja, uma característica intrinsecamente ligada à existência de algo constituído necessariamente de matéria, mesmo que a estrutura em si seja intangível, da mesma maneira que um sinal elétrico o é, e, em última análise, é constituído por movimentos de cargas elétricas, as quais, por sua vez, serão constituídas de matéria, mesmo que esta matéria não seja percebida por nós e pelos demais corpos como sendo massa. [Imaginei depois um tipo de experimento, em que se verificaria a variação de contagem de tempo em uma trajetória radial em relação ao planeta, de modo a não cortar os fluxos de partículas elementares de matéria e verificar se ainda teríamos variações. Mas entendo que isto seria inviável, porque as trajetórias das partículas elementares de matéria seriam efetivamente espirais e não radiais]”

Certa ou errada, a minha percepção atual do que seja o tempo é decorrente do acima apresentado, o que, evidentemente pode ser alterado, como já foi antes, pela apresentação de argumentos e evidências das quais não possa duvidar ou, ao menos, apresentem maior plausibilidade e uma quantidade menor de paradoxos.

Há outra definição de tempo à qual tive conhecimento após a redação do texto acima, que o define como "aquilo que se perde quando pensamos no que ele é". Apesar da fina ironia, não deixa de ser uma boa (e bem humorada) definição.”

Desculpem-me pelo longo texto, mas o assunto tem provocado acalorados debates há milênios e uma abordagem mais curta ficaria pouco abrangente demais.

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Mensagem por Carlos Costa 9th agosto 2013, 11:22

Na minha opinião não existe «tempo» na natureza, sendo apenas um conceito humano, algo criado por nós para tentarmos "congelar" o vir-a-ser eterno da natureza. Tudo o que existe é apenas mudança perpétua e contínua. Nós tentamos dividir o fluir dos acontecimentos em parcelas, daí a origem do tempo como conceito, mas não como realidade.

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Mensagem por Robson Z. Conti 10th agosto 2013, 16:15

Carlos Costa escreveu:Na minha opinião não existe «tempo» na natureza, sendo apenas um conceito humano, algo criado por nós para tentarmos "congelar" o vir-a-ser eterno da natureza. Tudo o que existe é apenas mudança perpétua e contínua. Nós tentamos dividir o fluir dos acontecimentos em parcelas, daí a origem do tempo como conceito, mas não como realidade.
O grande problema é que o tempo aparece em virtualmente todas as nossas fórmulas, quase sempre ao lado espaço e massa, bases do famoso LMT. Isto me passa a impressão de terem a mesma natureza primordial.

Até entendo que há a mudança contínua na natureza e também o esforço humano para dividir as entidades físicas em categorias ideais de forma procurar compreender como o mundo funciona, já que o pegamos em funcionamento, sem manual do proprietário e muito menos os desenhos da engenharia.

Em relação ao tempo, pelos motivos acima, continuo a considerar que ele é tão real quanto o espaço ou a matéria e mais real que a massa (que não seria matéria, massa seria um atributo que algumas porções de matéria elementar, espaço e energia/velocidade adquiririam em determinadas condições).

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Mensagem por Carlos Costa 10th agosto 2013, 18:27

Robson Z. Conti escreveu:O grande problema é que o tempo aparece em virtualmente todas as nossas fórmulas, quase sempre ao lado espaço e massa, bases do famoso LMT. Isto me passa a impressão de terem a mesma natureza primordial.
Mas "todas as nossas fórmulas" são exatamente isso: apenas as nossas fórmulas...
A percepção que temos do tempo é inteiramente humana. Como podemos avaliar a existência do tempo se não podemos avaliar este assunto de forma extra-humana?

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Mensagem por Robson Z. Conti 12th agosto 2013, 00:13

Carlos Costa escreveu:Mas "todas as nossas fórmulas" são exatamente isso: apenas as nossas fórmulas...
A impressão que tenho é que isto pode não ser tão simples assim. Pois as fórmulas são maneiras com que sistematizamos as observações que fazemos de regularidades verificadas no mundo físico, de forma que o refletem. São, portanto, derivadas e copiadas da realidade, apenas sistematizamos e traduzimos o que observamos, ou seja, as nossas fórmulas não são “nossas”, e sim da natureza.
Carlos Costa escreveu:A percepção que temos do tempo é inteiramente humana.
Mas o reflexo do tempo em nossas equações, por serem estas extraídas da realidade, transcende a espécie que “percebeu” esta realidade. Pois não as produzimos, apenas as percebemos. E o que as equações mostram é a necessidade intrínseca de que algo tenha duração para produzir efeitos, bem como uma relação de adequação e proporcionalidade restrita entre a duração da causa e de seu efeito. No texto da postagem https://fisica2100.forumeiros.com/t1279p60-energia-escura-como-efeito-do-campo-gravitacional#7276 há o exemplo da energia que um corpo (na citada postagem uma esfera) passe a dispor depende, entre outras variáveis, do tempo (ou a duração da transferência de energia) pelo qual ele foi acelerado, o que determinará com rigor a quantidade trabalho que este corpo poderá desenvolver, o que pode também ser expresso pela duração do mesmo.
Este tipo de detalhe é o que, na minha humilde opinião atual, pode nos levar a, na impossibilidade de SABER de forma completa, ao menos inferir com elevada probabilidade, a natureza de uma entidade ou grandeza tão intangível quanto é a que convencionamos denominar de tempo, pois sem que a citada grandeza esteja representada em equações não conseguimos fazer as previsões que nós, ou qualquer outra espécie, derivamos através da observação sistemática do mundo físico.
Carlos Costa escreveu:Como podemos avaliar a existência do tempo se não podemos avaliar este assunto de forma extra-humana?
Sem nos deixar levar pelo solipsismo, uma possível abordagem deste assunto pode ser feita através do assim chamado “paradoxo da realidade ou verdade objetiva”, o qual em síntese afirma “que a realidade ou a verdade, para serem provadas objetivamente, devem permanecer assentes após uma hipotética sucumbência de todos os seres humanos da face da Terra”(Wiki). Apesar de ser geocêntrica e principalmente antropocêntrica, pois considera apenas seres humanos como racionais e apenas a Terra como local em que existam seres com capacidade cognitiva, este “paradoxo” nos mostra que a realidade objetiva NÃO depende do que dela pensa qualquer ser, racional ou não. A realidade simplesmente é o que é e da forma que é, de maneira que a existência ou racionalidade de qualquer ser em absolutamente nada a altera.

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