Éter
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Éter
Olá a todos,
A minha dúvida é a seguinte:
Nos finais do século XIX acreditava-se que havia um meio contínuo que era o éter.
Eu li que estavam à espera que a luz viajasse a velocidade constante através do éter, mas que um observador que viajasse através do éter na mesma direcção e sentido que a luz a veria mover-se mais lentamente, enquanto que um observador que viajasse na mesma direcção mas sentido oposto a veria mover-se mais depressa. No entanto foram feitas experiências que não comprovaram isso e toda a gente achou muito estranho.
Só que eu não entendo porque é que acharam estranho. Porque para mim parece-me obvio que um observador em sentido oposto vai ter mais resistência e por mais difícil será avançar. Mas sei que me está a escapar alguma coisa só que não sei o quê.
Obrigada
A minha dúvida é a seguinte:
Nos finais do século XIX acreditava-se que havia um meio contínuo que era o éter.
Eu li que estavam à espera que a luz viajasse a velocidade constante através do éter, mas que um observador que viajasse através do éter na mesma direcção e sentido que a luz a veria mover-se mais lentamente, enquanto que um observador que viajasse na mesma direcção mas sentido oposto a veria mover-se mais depressa. No entanto foram feitas experiências que não comprovaram isso e toda a gente achou muito estranho.
Só que eu não entendo porque é que acharam estranho. Porque para mim parece-me obvio que um observador em sentido oposto vai ter mais resistência e por mais difícil será avançar. Mas sei que me está a escapar alguma coisa só que não sei o quê.
Obrigada
supernova- Iniciante
- Mensagens : 5
Re: Éter
Boas supernova. Você está a confundir as coisas.
Quando se movia contra a luz, considerava-se que o éter estaria em repouso em relação à experiência. Ou seja a velocidade do éter não importava para a suposição. Como a luz não coloca resistência suficiente para abrandar significativamente o observador, percebeu-se que a velocidade da luz era igual em todos os sentidos e direcções. A diferença entre o previsto por relatividade galileana e lorentziana era muito grande para poder ser causada por resistência ao meio.
Para que fique claro, as experiências contaram várias velocidades e direcções no espaço e direcções da luz. Provou-se que se o éter existisse, ele teria que quebrar a relatividade galileana e que mesmo que aceitasse isso, a luz também a quebrava. A experiência deu razão a um problema muito grande que explico agora.
As equações de movimento como você deverá saber, incluem sempre uma forma de saber a velocidade do corpo e permitem que mude de referencial e esa velocidade mude. As equações de Maxwell davam origem à equação de onda da luz que é uma equação de movimento e tinha lá um parâmetro de velocidade a que Maxwell chamou "c". Muita gente não se apercebe disto, mas a inspiração para a relatividade restrita veio do facto de que esta equação era a única cuja velocidade não mudava com a mudança de referencial. A solução de Lorentz que Einstein adoptou foi dizer que isto não era uma anomalia inexplicável mas sim consequência da luz ter a mesma velocidade em todos os referenciais. Acontece que a experiência que referiu provou que estes físicos tinham razão, fechando finalmente o problema da invariancia da velocidade da luz com os referenciais. Isto porque sabemos ainda hoje que as equações de Maxwell estavam e estão certas a nível clássico.
Quando se movia contra a luz, considerava-se que o éter estaria em repouso em relação à experiência. Ou seja a velocidade do éter não importava para a suposição. Como a luz não coloca resistência suficiente para abrandar significativamente o observador, percebeu-se que a velocidade da luz era igual em todos os sentidos e direcções. A diferença entre o previsto por relatividade galileana e lorentziana era muito grande para poder ser causada por resistência ao meio.
Para que fique claro, as experiências contaram várias velocidades e direcções no espaço e direcções da luz. Provou-se que se o éter existisse, ele teria que quebrar a relatividade galileana e que mesmo que aceitasse isso, a luz também a quebrava. A experiência deu razão a um problema muito grande que explico agora.
As equações de movimento como você deverá saber, incluem sempre uma forma de saber a velocidade do corpo e permitem que mude de referencial e esa velocidade mude. As equações de Maxwell davam origem à equação de onda da luz que é uma equação de movimento e tinha lá um parâmetro de velocidade a que Maxwell chamou "c". Muita gente não se apercebe disto, mas a inspiração para a relatividade restrita veio do facto de que esta equação era a única cuja velocidade não mudava com a mudança de referencial. A solução de Lorentz que Einstein adoptou foi dizer que isto não era uma anomalia inexplicável mas sim consequência da luz ter a mesma velocidade em todos os referenciais. Acontece que a experiência que referiu provou que estes físicos tinham razão, fechando finalmente o problema da invariancia da velocidade da luz com os referenciais. Isto porque sabemos ainda hoje que as equações de Maxwell estavam e estão certas a nível clássico.
Gauss- Membro Ativo
- Mensagens : 324
Idade : 31
Re: Éter
Esqueci-me de referir que a confusão dos físicos na altura veio do facto de que o éter era uma crença solidificada na ciência mas nunca tinha sido provada. Devo referir que isto só dá mais força à experiência que o desprovou. O facto de que a maioria dos físicos tenham engolido em seco com esta experiência significa que ela foi escrutinada por milhares das melhores mentes do mundo.
A confusão perante a comunidade científica é extremamente comum se pensar nisso. O entanglement quântico foi considerado por quase todos os físicos como uma anomalia matemática até ao dia em que foi medido. Por vezes os físicos fazem julgamentos sem provas acerca de algo que não sabem. De quando em quando eles são provados errados. Outras vezes estão extremamente certos, como no caso do Peter Higgs e o seu bosão.
A confusão perante a comunidade científica é extremamente comum se pensar nisso. O entanglement quântico foi considerado por quase todos os físicos como uma anomalia matemática até ao dia em que foi medido. Por vezes os físicos fazem julgamentos sem provas acerca de algo que não sabem. De quando em quando eles são provados errados. Outras vezes estão extremamente certos, como no caso do Peter Higgs e o seu bosão.
Gauss- Membro Ativo
- Mensagens : 324
Idade : 31
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