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Astrónomos descobrem explosão intermédia entre as supernovas e as explosões de raios gama

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Astrónomos descobrem explosão intermédia entre as supernovas e as explosões de raios gama Empty Astrónomos descobrem explosão intermédia entre as supernovas e as explosões de raios gama

Mensagem por Carlos Costa 25th julho 2008, 16:12

Uma equipa de astrónomos diz ter descoberto uma explosão estelar fora do normal. O acontecimento registado na tarde do dia 9 de Janeiro durou cinco minutos e pode ajudar a compreender alguns dos fenómenos mais violentos do universo. As conclusões são publicadas hoje pela Science Express, edição on-line da revista científica Science.

Astrónomos descobrem explosão intermédia entre as supernovas e as explosões de raios gama 26930
Paolo Mazzali coordenou a investigação

Coordenados por Paolo Mazzali, do INAF, um grupo de investigação em astronomia do Instituto alemão Max Planck, os investigadores acreditam ter descoberto um novo tipo de explosão que produz um jacto típico de eventos violentos como as explosões de raios-gama mas com um sinal muito mais fraco, parecido com o das supernovas, e que termina na formação de um buraco negro.

Segundo explicou Mazzali, a energia transportada pela matéria da estrela terá caído num buraco negro, com massa suficiente para resultar numa explosão violentíssima, tendo sido ejectada na forma de um jacto, em que uma pequena quantidade de massa estava acelerada para velocidades próximas da velocidade da luz, no entanto, ou porque era fraco ou porque havia uma camada de hélio extinguiu-se antes de emergir da superfície estelar, produzindo uma explosão silenciosa.

"A descoberta essencial deste trabalho é que deve haver um grande número de explosões estelares que são significativamente mais energéticas que o habitual colapso que dá origem às supernovas e que são provavelmente conduzidas por um jacto que se forma quando a estrela colapsa num buraco negro", adiantou o investigador.

A explosão, classificada originalmente como uma supernova normal, SN 2008D, foi registada no observatório swift da NASA, do conselho de gestão de tecnologias e infra-estruturas para investigação científica do Reino Unido e pela Agência Espacial italiana e publicada na Nature por um grupo de investigadores norte-americano.

No estudo agora publicado, a equipa coordenada por Mazzali refuta a hipótese de se tratar uma supernova e fala de um outro tipo de explosão, com uma dinâmica semelhante à das explosões de raios gama, e que terá estado na origem de um buraco negro.

"A grande explosão de energia, que calculamos dos nossos modelos, junta com a fraca emissão de raios-x e a relativamente grande massa em colapso (mais ou menos 30 massas solares), sugere que se terá formado um buraco negro", referiu o investigador.

Sinal muito fraco

Segundo os investigadores, o que torna o evento interessante é que o sinal era muito fraco, muito diferente das poderosas explosões de raios gama que dão origem aos buracos negros e mais parecido com uma supernova normal, o que poderá implicar que uma actividade semelhante à destas explosões deve estar presente em todas as explosões que dão origem a um buraco negro.

Para a equipa, à medida que os instrumentos de raios x ou raios gama se tornam mais avançados vai sendo possível aprofundar conhecimentos sobre as diferentes propriedades das explosões estelares, sendo importante encontrar as variações que ligam eventos atípicos como este agora descoberto aos considerados normais, sendo que estes deverão ocorrer num número muito maior do que se pensava.

"São no entanto descobertas muito importantes, pois continuam a revelar a forma massiva como as estrelas terminam a sua vida, produzindo objectos densos e injectando novos elementos químicos à massa de gás de donde nascerão novas estrelas", concluiu a equipa em comunicado.

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