Após 11 anos, os físicos precisam repensar ondas gravitacionais

Cientistas que trabalham no radiotelescópio de Parkes anunciaram que, após 11 anos de busca por evidências de ondas gravitacionais, sua busca deu em nada.

É um problema para a física, que afirma que as ondas gravitacionais devem existir se a relatividade geral for confiável. Resolver a discrepância pode exigir repensar a física dos buracos negros ou até mesmo uma teoria física mais fundamental. Os resultados foram publicados na revista Science .

Albert Einstein previu ondas gravitacionais logo depois de chegar à relatividade geral - é uma das previsões mais importantes da teoria. Basicamente, se a gravidade funciona da maneira que Einstein pensava, a interação de corpos massivos deveria causar ondulações no espaço-tempo.

Os cientistas do telescópio Parkes estavam tentando detectar essas ondas observando os tempos de chegada em busca de sinais regulares de pulsares conhecidos.

Configurar um supercomputador para procurar qualquer padrão de discrepância nos tempos de chegada de nanossegundos para esses pulsos deveria teoricamente revelar qualquer perturbação importante na topologia do espaço-tempo. E se esse padrão parece mudar com o tempo, então você tem uma onda gravitacional rastreável. A equipe estava examinando especificamente as supostas interações entre buracos negros, uma vez que uma colisão entre dois corpos tão densos deveria causar uma onda gravitacional intensa o suficiente para ser observada com equipamentos modernos.

Física clássica: Newton descobre a gravidade

Além do desejo de validar a relatividade, os físicos anseiam por uma boa olhada nas ondas gravitacionais porque elas representam uma fonte única de informações sobre o universo. Se duas grandes galáxias colidirem, os buracos negros supermassivos que a teoria diz que deveriam estar no coração de cada uma dessas galáxias também colidirão em algum ponto.

Em termos de luz coletada, este evento é totalmente invisível, pois é obscurecido pela luz das estrelas ao redor - mas em gravidade ? Se os físicos pudessem observar as ondas gravitacionais ondulando pelo universo em resposta ao movimento de grandes massas, eles poderiam, hipoteticamente, ver através dessas obstruções e observar a colisão do buraco negro diretamente.

Assim como as estrelas afogam os buracos negros com luz, os buracos negros podem afogar as estrelas com a gravidade.

E agora? Bem, existem algumas possibilidades. Os buracos negros não estão lá? Improvável. Eles não estão colidindo como previsto? Talvez, mas honestamente improvável também. Mais provavelmente, as colisões que estão ocorrendo simplesmente não estão acontecendo como se acreditava anteriormente.

Os pesquisadores acreditam que as colisões podem estar ocorrendo muito mais rapidamente do que o previsto, gerando grandes ondas gravitacionais por um período de tempo muito mais curto e iludindo o método de detecção do pulsar. O entendimento tradicional dos buracos negros diz que sua colisão deveria ser uma dança bastante longa - mas agora parece que pode não ser o caso.

Alguns cientistas já afirmaram ter detectado ondas gravitacionais, mas essas descobertas não são amplamente aceitas. Os físicos ainda não estão vacilando na ideia de que as ondas gravitacionais existem e, por enquanto, o foco permanecerá em como detectá-las e o que fazer com elas depois disso.

É um problema para a física, que afirma que as ondas gravitacionais devem existir se a relatividade geral for confiável. Resolver a discrepância pode exigir repensar a física dos buracos negros ou até mesmo uma teoria física mais fundamental.
Os resultados foram publicados na revista Science .