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Cientistas parecidas com homens ou mulheres cientistas?

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Cientistas parecidas com homens ou mulheres cientistas? Empty Cientistas parecidas com homens ou mulheres cientistas?

Mensagem por Carlos Costa 14th março 2008, 16:06

Esta manhã na Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa ocorreu um cóloquio sobre a discriminação que as mulheres sofrem na ciência. É bom que o mundo se lembre que foi uma mulher que descobriu que há mais matéria no universo (matéria escura), do que aquela que vemos. Wink


Se uma mulher tem sucesso numa profissão diz-se que é uma mulher de "barba rija". Quando tem uma posição de liderança diz-se que é quem "veste as calças" em casa. Os exemplos da "norma do masculino" que ainda vigora na sociedade em geral, e em particular nas hierarquias da comunidade científica, animaram o debate sobre as dificuldades das mulheres cientistas, os entraves à progressão na carreira e o status quo de alguns investigadores seniores, pouco abertos às investidas femininas. O objectivo do Colóquio "A Mulher na Ciência: Responsabilidade Social e Espaços de Poder", que decorreu esta manhã na reitoria da Universidade Técnica de Lisboa, era consciencializar a comunidade científica para a necessidade de aumentar a participação das mulheres nas decisões e na gestão das instituições científicas.

De acordo com os participantes, a discriminação das mulheres na ciência tem a ver sobretudo com os processos de manutenção do poder na hierarquia científica. Helena Pereira, vice-reitora da Universidade Técnica de Lisboa e Arménia Carrondo, vice-reitora da Universidade Nova Lisboa, revelaram dados relativos à distribuição por género nos quadros superiores das duas instituições. Segundo as responsáveis, não se percebe por que há uma maioria feminina ao nível dos diplomados no ensino superior e na distribuição por género nos quadros gestão se verifica uma muito menor percentagem de mulheres ou até nenhuma mulher.

A questão defendida é que é importante que haja espaços de poder representados pela condição feminina porque só assim a sua participação nas agendas de investigação, em assuntos como a que áreas devem ser atribuídos fundos, disseram as responsáveis.

Discriminação afasta vocações

Para Maria Isabel Romão, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a resolução deste problema implica o reconhecimento da investigação e do trabalho estatístico sobre os géneros. "Temos de promover esforços para alcançar uma distribuição equilibrada", disse esta manhã.

Segundo a responsável, a discriminação acaba por ter um efeito bola de neve. No caso da ciência, há pouca visibilidade do trabalho desenvolvido por mulheres cientistas o que, de certa forma, vai influenciar a atracção que as jovens raparigas sentem pelos cursos científicos. Depois realidades como discriminação ao nível dos recrutamentos, da progressão da carreira, na atribuição de bolas e a dificuldade de regressar ao trabalho após um período de interrupção, por exemplo por gravidez, revelam que ainda não há muito a ser feito nesta área.

"A nossa sociedade tem um 'background' de poder masculino que não podemos ignorar", lembrou Ana Lobo, presidente da AMONET. A Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas criada, em 2003, tem por objectivos promover o debate e pressionar para a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres cientistas e denunciar todas as formas de discriminação enfrentadas pelas investigadoras portuguesas.

"Este um processo de reforma que exige a participação de homens e mulheres porque é um problema da sociedade", salientou Ana Lobo. "Em Portugal está-se infelizmente a retroceder quando se chama paridade a uma quota de 33 por cento no parlamento", acrescentou.

Se nada fosse feito para combater disparidade entre homens e mulheres e o "status quo" só haveria igualdade de direitos entre géneros em Portugal daqui a 475 anos, lembra a responsável. O que era um problema, brincam os participantes na mesa redonda.

Cientistas não sentem discriminação no dia-a-dia

Para as duas cientistas convidadas, Sandra Savaglio, investigadora em astrofísica do Instituto Max Planck em Munique e Mónica Bettencourt Dias, bióloga do Instituto Gulbenkian de Ciência, a discriminação não se sente no dia-a-dia.

Em conversa com o Ciência Hoje, Sandra Savaglio disse que em Itália, o país em que nasceu e que abandonou por ter uma estrutura científica demasiado fechada e composta essencialmente por investigadores seniores e homens, o problema não é das mulheres cientistas mas das minorias em geral – dos jovens e dos estrangeiros. "A complicação para a mulher é convencer a sociedade de que ter sucesso. Não me sinto discriminada mas é verdade que, às vezes, não temos as mesmas oportunidades".

Para Mónica Bettencourt Dias, que amanhã recebe o prémio Seeds of Science atribuído pelo Ciência Hoje, a questão não é tanto a discriminação mas a falta de apoio dado aos jovens investigadores que querem andar para a frente e não sabem como ser agressivos na exigência de melhores salários e melhores condições de trabalho. Na equipa que coordena no IGC, em Oeiras, só há investigadoras e, confessa, até fazem falta as vocações masculinas nas ciências biológicas. Sobre as dificuldades de ser cientista mulher diz que não as tem sentido mas que percebe que, enquanto não tiver filhos, consegue dar melhor resposta e estar presente por exemplo em todos os colóquios e eventos internacionais.

"Queremos ser cientistas parecidas com homens ou ser mulheres cientistas com todas as prerrogativas, incluindo poder ser mãe?", pergunta Maria Conceição Peleteiro, professora catedrática da UTL. Se alguns apontam a responsabilidade social e dos decisores políticos e se defende a implementação de quotas por género nos órgãos científicos, no fundo como "porta de entrada" para mostrar trabalho de qualidade, outras vozes dizem que não há visibilidade feminina se não houver mobilização, coragem e mais competitividade por parte mulheres cientistas.

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Mensagem por Jone 14th março 2008, 18:19

Antes de mais, uma coisa.
É verdade que existe discriminação feminina.
Não só na ciencia como em quase todos os sectores da nossa sociedade.

Posto isto quero só deixar a minha opinião acerca deste paragrafo:
""Este um processo de reforma que exige a participação de homens e mulheres porque é um problema da sociedade", salientou Ana Lobo. "Em Portugal está-se infelizmente a retroceder quando se chama paridade a uma quota de 33 por cento no parlamento", "

O estabelecimento de cotas é a maior descriminação que as mulheres podem ter.
Eu , se fosse mulher, sentir-me-ia profundamente ofendida se fosse ocupar um função qualquer só porque....as "cotas" assim o obrigariam.
É triste ver que muita gente não pensa assim!!

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Mensagem por Carlos Costa 14th março 2008, 22:02

Concordo contigo, Jone!
É bom saber que por o menos a astrofísica Sandra Savaglio e a bióloga Mónica Bettencourt dias, afirmam não sentir essa discriminação, mas como afirma Sandra Savaglio, ela sente que não tem as mesmas oportunidades que os seus colegas homens e por isso podemos deduzir que estas duas cientistas não sentem a discriminação, mas que ela continua lá...!

Lembro-me de ter lido num livro de cosmologia, que os porteiros nas décadas de 20 e 30 eram avisados para deixar entrar as mulheres... que trabalhavam como cósmologas nessas mesmas instituições!

Mas segundo a minha opinião pessoal o mundo está a evoluir e durante este mesmo século, creio que mulheres e homens serão tratados nas mesmas condições.

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