Matrix, Lei de Moore e Zenon
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Matrix, Lei de Moore e Zenon
Cada vez mais, instalam-se mais informações em menor quantidade de meio material.
Chegará o dia em que todas as informações estarão instaladas em meio material nenhum?
Chegará o dia em que todas as informações estarão instaladas em meio material nenhum?
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro

Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Interessante conjectura..Jonas Paulo Negreiros escreveu:Chegará o dia em que todas as informações estarão instaladas em meio material nenhum?
Se concluirmos que qualquer ato deixa rastros
o domínio de informações de todos os rastros, podem reconstituir uma informação
então a analise do "presente" pode nos dar informações de todo passado, até o momento do BigBang
isso seria verdade, para qualquer ato "material" com exessão quando a matéria entra para dentro de um buraco negro
mas como ela não sai mesmo, não é relevante..
resumindo, com o domínio máximo da tecnologia, não precisaríamos guardar informações em lugar algum..
mas isso só valeria para coisas materiais.. coisas virtuais ainda precisariam de uma forma de armazenamento
e isso é curioso..
pensar que coisas que existem, não precisariam de nada
e coisas que "não existem" por serem virtuais, precisam..
Xevious- Físico Amador
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Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Informática
Informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245
Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2020
E não é apenas a conversão da massa em informação: o grande problema é a energia necessária para isso. [Imagem: Melvin M. Vopson - 10.1063/5.0019941]
Conversão de matéria em informação
O físico Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, fez um cálculo interessante e que, segundo ele, pode marcar a passagem de uma era da nossa civilização.
Ele calculou que o número de bits - dados armazenados eletronicamente de forma binária - vai superar o número de átomos que formam a Terra em cerca de 150 anos.
"O crescimento da informação digital parece realmente imparável," disse Vopson. "De acordo com a IBM e outras fontes de pesquisa de megadados, 90% dos dados do mundo hoje foram criados apenas nos últimos 10 anos. De certa forma, a atual pandemia de covid-19 acelerou esse processo, à medida que mais conteúdo digital é usado e produzido do que nunca."
Mas o pesquisador encara seu trabalho de um modo que supera muito a ideia de um cálculo feito por mera curiosidade.
Vopson baseia-se na equivalência massa-energia da teoria da Relatividade Geral de Einstein, no trabalho de Rolf Landauer, que aplicou as leis da termodinâmica à informação, e no trabalho de Claude Shannon, considerado o inventor do bit digital.
Assim apoiado nos ombros de gigantes, ele formulou um princípio que postula que a informação se move entre os estados de massa e energia, assim como qualquer outra matéria.
"O princípio de equivalência massa-energia-informação baseia-se nesses conceitos e abre uma vasta gama de novas físicas, especialmente na cosmologia," disse ele. "Quando alguém traz o conteúdo da informação para as teorias físicas existentes, é quase como uma dimensão extra para tudo na física."
Teoria da informação reinventa-se para computação quântica
Informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245

O físico chama o fenômeno de "catástrofe da informação".
[Imagem: Melvin M. Vopson - 10.1063/5.0019941]
Conversão da Terra em Matrix
Segundo o pesquisador, à medida que usamos recursos, como petróleo, gás natural, carvão, cobre, silício e alumínio, para alimentar enormes "fazendas de computadores" e processar informações digitais, nosso progresso tecnológico está redistribuindo a matéria da Terra, de átomos físicos para informações digitais.
Ele vai além, e chama as informações digitais de "quinto estado da matéria" - ao lado de líquido, sólido, gás e plasma.
Eventualmente chegaremos a um ponto de saturação total, um período em nossa evolução em que os bits digitais superarão os átomos na Terra, um mundo "principalmente simulado por computador e dominado por bits digitais e código de computador. É só uma questão de tempo," disse Vopson.
E isso tampouco é apenas um conceito teórico, diz o físico, devido à equivalência de massa e energia: "O limite iminente do número de bits, a energia para produzi-los e a distribuição da massa física e digital dominará o planeta em breve. Estamos literalmente mudando o planeta pouco a pouco, e é uma crise invisível".
Com base no ritmo atual de crescimento do volume de dados digitais, Vopson calcula que levará aproximadamente 130 anos até que a energia necessária para sustentar a criação de informação digital iguale a toda a energia produzida no planeta Terra.
Mantido esse ritmo, em 2245 metade da massa da Terra seria convertida em massa de informação digital, diz ele.
https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=informacoes-digitais-equivalerao-metade-massa-terra-2245&id=010150200831&ebol=sim#.X09yUdxKi1u
Bibliografia:
Artigo: The information catastrophe
Autores: Melvin M. Vopson
Revista: AIP Advances
Vol.: 10 (
: 085014
DOI: 10.1063/5.0019941
Muitos físicos quantizados aderiram ao conceito "Matrix":
https://fisica2100.forumeiros.com/t1298-mola-maluca-desafia-a-gravidade
Fisica2100, Fonte de Inspiração para a comunidade científica
!
Informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245
Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2020

Conversão de matéria em informação
O físico Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, fez um cálculo interessante e que, segundo ele, pode marcar a passagem de uma era da nossa civilização.
Ele calculou que o número de bits - dados armazenados eletronicamente de forma binária - vai superar o número de átomos que formam a Terra em cerca de 150 anos.
"O crescimento da informação digital parece realmente imparável," disse Vopson. "De acordo com a IBM e outras fontes de pesquisa de megadados, 90% dos dados do mundo hoje foram criados apenas nos últimos 10 anos. De certa forma, a atual pandemia de covid-19 acelerou esse processo, à medida que mais conteúdo digital é usado e produzido do que nunca."
Mas o pesquisador encara seu trabalho de um modo que supera muito a ideia de um cálculo feito por mera curiosidade.
Vopson baseia-se na equivalência massa-energia da teoria da Relatividade Geral de Einstein, no trabalho de Rolf Landauer, que aplicou as leis da termodinâmica à informação, e no trabalho de Claude Shannon, considerado o inventor do bit digital.
Assim apoiado nos ombros de gigantes, ele formulou um princípio que postula que a informação se move entre os estados de massa e energia, assim como qualquer outra matéria.
"O princípio de equivalência massa-energia-informação baseia-se nesses conceitos e abre uma vasta gama de novas físicas, especialmente na cosmologia," disse ele. "Quando alguém traz o conteúdo da informação para as teorias físicas existentes, é quase como uma dimensão extra para tudo na física."
Teoria da informação reinventa-se para computação quântica
Informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245

O físico chama o fenômeno de "catástrofe da informação".
[Imagem: Melvin M. Vopson - 10.1063/5.0019941]
Conversão da Terra em Matrix
Segundo o pesquisador, à medida que usamos recursos, como petróleo, gás natural, carvão, cobre, silício e alumínio, para alimentar enormes "fazendas de computadores" e processar informações digitais, nosso progresso tecnológico está redistribuindo a matéria da Terra, de átomos físicos para informações digitais.
Ele vai além, e chama as informações digitais de "quinto estado da matéria" - ao lado de líquido, sólido, gás e plasma.
Eventualmente chegaremos a um ponto de saturação total, um período em nossa evolução em que os bits digitais superarão os átomos na Terra, um mundo "principalmente simulado por computador e dominado por bits digitais e código de computador. É só uma questão de tempo," disse Vopson.
E isso tampouco é apenas um conceito teórico, diz o físico, devido à equivalência de massa e energia: "O limite iminente do número de bits, a energia para produzi-los e a distribuição da massa física e digital dominará o planeta em breve. Estamos literalmente mudando o planeta pouco a pouco, e é uma crise invisível".
Com base no ritmo atual de crescimento do volume de dados digitais, Vopson calcula que levará aproximadamente 130 anos até que a energia necessária para sustentar a criação de informação digital iguale a toda a energia produzida no planeta Terra.
Mantido esse ritmo, em 2245 metade da massa da Terra seria convertida em massa de informação digital, diz ele.
https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=informacoes-digitais-equivalerao-metade-massa-terra-2245&id=010150200831&ebol=sim#.X09yUdxKi1u
Bibliografia:
Artigo: The information catastrophe
Autores: Melvin M. Vopson
Revista: AIP Advances
Vol.: 10 (

DOI: 10.1063/5.0019941
Muitos físicos quantizados aderiram ao conceito "Matrix":
Notar que o professor fala em "informação" que segue pelo fio da mola.
O professor deve crer que o cosmos é somente uma matriz computacional
https://fisica2100.forumeiros.com/t1298-mola-maluca-desafia-a-gravidade
Fisica2100, Fonte de Inspiração para a comunidade científica

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Gráviton, onde tu estás que não te encontro

Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Nem tantoJonas Paulo Negreiros escreveu:Informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245
afinal vai dar pra gravar informações em DNAs sintéticos.
A densidade da informação é mais um menos assim.
Algo que tu nem consegue ver, cabe 1 Tb de dados.
Xevious- Físico Amador
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Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Todo hardware pode ser reduzido a software. E vice-versa.
Como sempre, definições circulares, complementares ou antagônicas...
Como sempre, definições circulares, complementares ou antagônicas...
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro

Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Um "é" o outro em escala diferente, afinal o hardware é um software rodando num circuito impresso.Jonas Paulo Negreiros escreveu:Todo hardware pode ser reduzido a software. E vice-versa.
Como sempre, definições circulares, complementares ou antagônicas...
Imaginei uma piração futurística agora.
Imagine um computador, que de acordo com o uso, se otimiza.
Ele verificaria que tipos de softwares mais o usuário usaria e iria aos poucos criando circuitos eletrônicos com a programação.
E quando ficasse pronto, não usaria mais a área na memória (hd, ssd, etc) e usaria no circuito.
Seria um aparelho que se 'alimentaria' de materiais que criariam os circuitos elétricos, havendo a possibilidade de reciclagem também.

Ando vendo muito filme de ficção científica.

e já vi parecido assim num seriado o Atlantis
era uma nave espacial, orgânica, crescia, se alimentava
Xevious- Físico Amador
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Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
O quê profetiza a Lei de Moore?
Em abril 1965 o então presidente da Intel, Gordon Earle Moore, profetizou que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria a cada 18 meses mantendo-se o mesmo custo de fabricação.
Tecnologia Exponencial

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_Exponencial
Será que a Lei de Moore tem relação com a Teoria do Big-Bang
?
Em abril 1965 o então presidente da Intel, Gordon Earle Moore, profetizou que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria a cada 18 meses mantendo-se o mesmo custo de fabricação.
Tecnologia Exponencial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_Exponencial
Será que a Lei de Moore tem relação com a Teoria do Big-Bang

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Gráviton, onde tu estás que não te encontro

Re: Matrix, Lei de Moore e Zenon
Com quantos nanômetros a Lei de Moore acaba?
Fundador da Intel acertou, ainda nos anos 1970, qual seria o ritmo de crescimento do poder computacional nas décadas seguintes
Por Josué de Oliveira
14/04/2023 às 19:10
Em 1965, o número de transistores presentes num circuito integrado chegava a meros sessenta e quatro. Em janeiro de 2023, a Apple lançou novos modelos do MacBook Pro e Mac Mini, com processadores que podem chegar a bizarros 67 bilhões de transistores.
A comparação com 1965 tem um motivo: foi quando o engenheiro Gordon E. Moore, um dos fundadores da Intel, publicou um artigo no qual previa que o número de transistores num circuito integrado – um processador, por exemplo – dobraria a cada ano. Uma década mais tarde, em 1975, ele revisou a previsão: o aumento de 100% no número de transistores se daria num período de cerca de dois anos.
Essa última formulação deu origem à chamada Lei de Moore, previsão que balizou a evolução da indústria de chips pelos anos que se seguiram. Um número maior de transistores num processador significa, na prática, mais poder computacional; olhando por esse aspecto, podemos dizer que Moore acertou.
Mas nem tudo é para sempre. A Lei de Moore pode estar em vias de bater no que o próprio Moore chamou de uma “barreira intransponível”, seu fim natural. Isso, é claro, dependendo de para quem você pergunta. Há aqueles que dizem que essa barreira já foi atingida, e que a Lei de Moore já é coisa do passado.
Quanto menor, melhor
Transistores são dispositivos semicondutores que liberam ou bloqueiam a passagem de correntes elétricas. Eles também amplificam sinais elétricos. É a multiplicação deles que permitiu o avanço da computação em tantos níveis da década de 1960 para cá.
Se o ideal é que um processador tenha muitos transistores, então eles precisam ser pequenos. E, quanto menor o espaço entre esses pequenos transistores, mais deles caberão num chip. Assim, a indústria avançou em técnicas para criar transistores cada vez mais diminutos.
Não é por acaso que eles são medidos em nanômetros. Um nanômetro é igual a um bilionésimo de um metro. Na geração mais recente da linha Core da Intel, os transistores chegam a 10 nanômetros; os já citados MacBook Pro e Mac Mini têm chips de 5 nanômetros. É a disputa pela miniaturização.
Aí entra a tal barreira intransponível, termo usado pelo próprio Gordon Moore numa entrevista em 2015. Acontece que existe um limite físico para a redução no tamanho dos componentes. Afinal, uma hora chega-se às dimensões do átomo – e digamos apenas que transistores em escalas atômicas seriam um tanto difíceis de produzir e controlar.
Uma hora, portanto, não haverá mais como miniaturizar. Moore deu um prazo, inclusive: de cinco a dez anos. Uma vez que isso foi dito em 2015, o momento da barreira intransponível estaria logo ali na esquina.
“A Lei de Moore está morta”
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, parece acreditar que a barreira já foi atingida. O executivo declarou a morte da Lei de Moore em setembro do ano passado.
A afirmação parte de uma perspectiva econômica, mas é claro que também é uma cutucada na Intel. As GPUs da Nvidia dominam o mercado, e se tornaram importantíssimas para treinamento de inteligência artificial. Ao declarar o fim da Lei de Moore, Huang enfatiza a superioridade técnica de seu próprio produto.
Mas o executivo tem um ponto. Afinal, já há algum tempo não se observam mais grandes saltos na capacidade de processamento nos computadores voltados ao grande público. As novas gerações trazem incrementos, melhoras em funções específicas, mas é inegável que o ritmo de evolução não é mais o mesmo.
A exceção seria o mercado de GPUs, onde as melhorias são muito claras. No caso dos processadores tradicionais, o desempenho estaria em plena desaceleração. Segundo a Farsight, publicação ligada ao Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros, a melhora de performance entre 1986 e 2001 foi de 52% ao ano; porém, em 2018, havia caído para apenas 3.5%.
Para o usuário médio, talvez a Lei de Moore já tenha, de fato, ficado para trás. Ou quem sabe devamos interpretá-la de modo mais amplo, entendendo qualquer tipo de progresso, mesmo os pontuais, como evidência de sua validade.
Perspectivas diante do fim
No Tecnocast 284, conversamos sobre o que anda sendo feito na indústria para continuar progredindo na capacidade de processamento, com ou sem a Lei de Moore.
A Intel aposta em novas tecnologias para continuar extraindo mais performance de seus processadores. Mudanças na arquitetura, transistores mais otimizados e novos processos de fabricação de chips estão na agenda da empresa, que projeta chegar a chips com 1 trilhão de transistores em 2030.
Outra tecnologia que merece ser citada são os chiplets. Em resumo, são chips menores que podem ser combinados num chip maior. Dessa forma, um número alto de transistores poderia ser distribuído entre vários chiplets – uma forma de driblar o problema da miniaturização.
Além dessas soluções, há também a perspectiva de técnicas totalmente novas, mas ainda em fase de pesquisa. Temos a computação quântica, por exemplo. A ideia aqui não é o usuário doméstico usar diretamente com computador quântico, mas acessá-lo via nuvem e aproveitar seu poder de processamento.
No entanto, sabemos que a computação quântica ainda precisa evoluir para chegar nesse nível. Da mesma forma, vale mencionar os chips com nanotubos de carbono. São excelentes semicondutores e menores do que os transistores de silício utilizados atualmente.
Mas existe o gargalo da fabricação: a técnica seria bem diferente da usada para construir os chips que a indústria está acostumada. Cientistas do MIT conseguiram desenvolver um microprocessador de 16 bits com nanotubos de carbono em 2019. Ele tinha apenas 14 mil transistores. Como dá para ver, as pesquisas precisam avançar.
Há vários os caminhos possíveis, portanto, e o mais provável é que o futuro da indústria de chips passe por vários deles. Afinal, seja lá como interpretemos a Lei de Moore, uma coisa é certa: a busca por mais poder computacional nunca vai cessar.
Outra tecnologia que merece ser citada são os chiplets. Em resumo, são chips menores que podem ser combinados num chip maior. Dessa forma, um número alto de transistores poderia ser distribuído entre vários chiplets – uma forma de driblar o problema da miniaturização.
Além dessas soluções, há também a perspectiva de técnicas totalmente novas, mas ainda em fase de pesquisa. Temos a computação quântica, por exemplo. A ideia aqui não é o usuário doméstico usar diretamente com computador quântico, mas acessá-lo via nuvem e aproveitar seu poder de processamento.
No entanto, sabemos que a computação quântica ainda precisa evoluir para chegar nesse nível. Da mesma forma, vale mencionar os chips com nanotubos de carbono. São excelentes semicondutores e menores do que os transistores de silício utilizados atualmente.
Mas existe o gargalo da fabricação: a técnica seria bem diferente da usada para construir os chips que a indústria está acostumada. Cientistas do MIT conseguiram desenvolver um microprocessador de 16 bits com nanotubos de carbono em 2019. Ele tinha apenas 14 mil transistores. Como dá para ver, as pesquisas precisam avançar.
Há vários os caminhos possíveis, portanto, e o mais provável é que o futuro da indústria de chips passe por vários deles. Afinal, seja lá como interpretemos a Lei de Moore, uma coisa é certa: a busca por mais poder computacional nunca vai cessar.
Josué de Oliveira
Produtor audiovisual
Josué de Oliveira é formado em Estudos de Mídia pela UFF. Seu interesse por podcasts vem desde a adolescência. Antes de se tornar produtor do Tecnocast, trabalhou no mercado editorial desenvolvendo livros digitais e criou o podcast Randômico, abordando temas tão variados quanto redes neurais, cartografia e plantio de batatas. Está sempre em busca de pautas que gerem conversas relevantes e divertidas.
https://tecnoblog.net/especiais/com-quantos-nanometros-a-lei-de-moore-acaba/
Fundador da Intel acertou, ainda nos anos 1970, qual seria o ritmo de crescimento do poder computacional nas décadas seguintes
Por Josué de Oliveira
14/04/2023 às 19:10
Em 1965, o número de transistores presentes num circuito integrado chegava a meros sessenta e quatro. Em janeiro de 2023, a Apple lançou novos modelos do MacBook Pro e Mac Mini, com processadores que podem chegar a bizarros 67 bilhões de transistores.
A comparação com 1965 tem um motivo: foi quando o engenheiro Gordon E. Moore, um dos fundadores da Intel, publicou um artigo no qual previa que o número de transistores num circuito integrado – um processador, por exemplo – dobraria a cada ano. Uma década mais tarde, em 1975, ele revisou a previsão: o aumento de 100% no número de transistores se daria num período de cerca de dois anos.
Essa última formulação deu origem à chamada Lei de Moore, previsão que balizou a evolução da indústria de chips pelos anos que se seguiram. Um número maior de transistores num processador significa, na prática, mais poder computacional; olhando por esse aspecto, podemos dizer que Moore acertou.
Mas nem tudo é para sempre. A Lei de Moore pode estar em vias de bater no que o próprio Moore chamou de uma “barreira intransponível”, seu fim natural. Isso, é claro, dependendo de para quem você pergunta. Há aqueles que dizem que essa barreira já foi atingida, e que a Lei de Moore já é coisa do passado.
Quanto menor, melhor
Transistores são dispositivos semicondutores que liberam ou bloqueiam a passagem de correntes elétricas. Eles também amplificam sinais elétricos. É a multiplicação deles que permitiu o avanço da computação em tantos níveis da década de 1960 para cá.
Se o ideal é que um processador tenha muitos transistores, então eles precisam ser pequenos. E, quanto menor o espaço entre esses pequenos transistores, mais deles caberão num chip. Assim, a indústria avançou em técnicas para criar transistores cada vez mais diminutos.
Não é por acaso que eles são medidos em nanômetros. Um nanômetro é igual a um bilionésimo de um metro. Na geração mais recente da linha Core da Intel, os transistores chegam a 10 nanômetros; os já citados MacBook Pro e Mac Mini têm chips de 5 nanômetros. É a disputa pela miniaturização.
Aí entra a tal barreira intransponível, termo usado pelo próprio Gordon Moore numa entrevista em 2015. Acontece que existe um limite físico para a redução no tamanho dos componentes. Afinal, uma hora chega-se às dimensões do átomo – e digamos apenas que transistores em escalas atômicas seriam um tanto difíceis de produzir e controlar.
Uma hora, portanto, não haverá mais como miniaturizar. Moore deu um prazo, inclusive: de cinco a dez anos. Uma vez que isso foi dito em 2015, o momento da barreira intransponível estaria logo ali na esquina.
“A Lei de Moore está morta”
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, parece acreditar que a barreira já foi atingida. O executivo declarou a morte da Lei de Moore em setembro do ano passado.
A afirmação parte de uma perspectiva econômica, mas é claro que também é uma cutucada na Intel. As GPUs da Nvidia dominam o mercado, e se tornaram importantíssimas para treinamento de inteligência artificial. Ao declarar o fim da Lei de Moore, Huang enfatiza a superioridade técnica de seu próprio produto.
Mas o executivo tem um ponto. Afinal, já há algum tempo não se observam mais grandes saltos na capacidade de processamento nos computadores voltados ao grande público. As novas gerações trazem incrementos, melhoras em funções específicas, mas é inegável que o ritmo de evolução não é mais o mesmo.
A exceção seria o mercado de GPUs, onde as melhorias são muito claras. No caso dos processadores tradicionais, o desempenho estaria em plena desaceleração. Segundo a Farsight, publicação ligada ao Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros, a melhora de performance entre 1986 e 2001 foi de 52% ao ano; porém, em 2018, havia caído para apenas 3.5%.
Para o usuário médio, talvez a Lei de Moore já tenha, de fato, ficado para trás. Ou quem sabe devamos interpretá-la de modo mais amplo, entendendo qualquer tipo de progresso, mesmo os pontuais, como evidência de sua validade.
Perspectivas diante do fim
No Tecnocast 284, conversamos sobre o que anda sendo feito na indústria para continuar progredindo na capacidade de processamento, com ou sem a Lei de Moore.
A Intel aposta em novas tecnologias para continuar extraindo mais performance de seus processadores. Mudanças na arquitetura, transistores mais otimizados e novos processos de fabricação de chips estão na agenda da empresa, que projeta chegar a chips com 1 trilhão de transistores em 2030.
Outra tecnologia que merece ser citada são os chiplets. Em resumo, são chips menores que podem ser combinados num chip maior. Dessa forma, um número alto de transistores poderia ser distribuído entre vários chiplets – uma forma de driblar o problema da miniaturização.
Além dessas soluções, há também a perspectiva de técnicas totalmente novas, mas ainda em fase de pesquisa. Temos a computação quântica, por exemplo. A ideia aqui não é o usuário doméstico usar diretamente com computador quântico, mas acessá-lo via nuvem e aproveitar seu poder de processamento.
No entanto, sabemos que a computação quântica ainda precisa evoluir para chegar nesse nível. Da mesma forma, vale mencionar os chips com nanotubos de carbono. São excelentes semicondutores e menores do que os transistores de silício utilizados atualmente.
Mas existe o gargalo da fabricação: a técnica seria bem diferente da usada para construir os chips que a indústria está acostumada. Cientistas do MIT conseguiram desenvolver um microprocessador de 16 bits com nanotubos de carbono em 2019. Ele tinha apenas 14 mil transistores. Como dá para ver, as pesquisas precisam avançar.
Há vários os caminhos possíveis, portanto, e o mais provável é que o futuro da indústria de chips passe por vários deles. Afinal, seja lá como interpretemos a Lei de Moore, uma coisa é certa: a busca por mais poder computacional nunca vai cessar.
Outra tecnologia que merece ser citada são os chiplets. Em resumo, são chips menores que podem ser combinados num chip maior. Dessa forma, um número alto de transistores poderia ser distribuído entre vários chiplets – uma forma de driblar o problema da miniaturização.
Além dessas soluções, há também a perspectiva de técnicas totalmente novas, mas ainda em fase de pesquisa. Temos a computação quântica, por exemplo. A ideia aqui não é o usuário doméstico usar diretamente com computador quântico, mas acessá-lo via nuvem e aproveitar seu poder de processamento.
No entanto, sabemos que a computação quântica ainda precisa evoluir para chegar nesse nível. Da mesma forma, vale mencionar os chips com nanotubos de carbono. São excelentes semicondutores e menores do que os transistores de silício utilizados atualmente.
Mas existe o gargalo da fabricação: a técnica seria bem diferente da usada para construir os chips que a indústria está acostumada. Cientistas do MIT conseguiram desenvolver um microprocessador de 16 bits com nanotubos de carbono em 2019. Ele tinha apenas 14 mil transistores. Como dá para ver, as pesquisas precisam avançar.
Há vários os caminhos possíveis, portanto, e o mais provável é que o futuro da indústria de chips passe por vários deles. Afinal, seja lá como interpretemos a Lei de Moore, uma coisa é certa: a busca por mais poder computacional nunca vai cessar.
Josué de Oliveira
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