Maior encontro de sempre da comunidade científica portuguesa começou hoje em Lisboa
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Maior encontro de sempre da comunidade científica portuguesa começou hoje em Lisboa
Alexandre Quintanilha, secretário do CLA, no uso da palavra
A ideia expressa esta manhã pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, é simples: "Há oportunidades novas e desafios novos, mas também há instituições mais fortes para os encarar". Resume aquele que é o espírito do "Ciência 2008 - Encontro com a Ciência em Portugal" a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa: promover a interdisciplinaridade entre os diferentes grupos de investigação e prestar contas à sociedade do trabalho desenvolvido nos laboratórios nacionais.
O certame, promovido pelo Conselho de Laboratórios Associados (CLA) em colaboração com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), reúne até sexta-feira centenas de investigadores de instituições portuguesas de âmbito científico e tecnológico, entre as quais as 25 estruturas nacionais com estatuto de Laboratório Associado.
Antes do início dos trabalhos, ao todo perto de 300 comunicações espalhadas por dois dias e meio, a decorrer em quatro salas em simultâneo e com sessões temáticas em áreas tão diversas como a Biologia, Biotecnologia e Bioquímica, Ciências Sociais e Humanas, Engenharias e Tecnologias da Informação, com espaço para o debate do jornalismo científico e das novas empresas de base científica, Mariano Gago, Alexandre Quintanilha, secretário do CLA e director do Instituto de Biologia Molecular e Celular e João Sentieiro, presidente da Fundação para Ciência e a Tecnologia, saudaram os participantes e fizeram uma primeira leitura do estado da ciência em Portugal.
Numa contextualização do encontro, Alexandre Quintanilha salientou o crescimento do dos Laboratórios Associados – de uqatro instituições em 2000 para 25 em 2008, lembrando que o estatuto, legislado em 1999, distingue estruturas com base "na avaliação da sua capacidade para cooperar, de forma estável, competente e eficaz, na prossecução de objectivos específicos da política científica e tecnológica nacional".
Demarcando o segundo encontro da primeira edição, que teve lugar no ano passado com vista a apresentação das 60 instituições abrangidas pelos LA, um total de 1739 doutorados e perto de 3000 investigadores, o responsável sublinhou a abrangência do encontro, sob a premissa de mostrar "uma fracção dos projectos de investigação de qualidade que estão a ser desenvolvidos no país".
Promover a construção de pontes
Quintanilha adiantou ainda que o encontro visa ainda defender os objectivos do CLA: complementar o serviço científico do Estado, prosseguir o reforço de um quadro institucional mais exigente e estável, estimular a educação e investigação científica, promover a construção de pontes entre cientistas e sociedade e a transdisciplinaridade e reforçar as oportunidades de emprego cientifico.
João Sentieiro frisou a inversão nos últimos três anos de uma política científica "que nem sempre se expressou em termos de orçamento". O presidente sublinhou o crescimento de 160 por cento na atribuição de bolsas de doutoramento pela FCT, de 800 em 1998 para 2078 em 2007, que em 2007 se atingiu a meta dos 1000 doutorados/ano e referiu o aumento da despesa pública com infra-estruturas de 19 para 67 milhões desde 1995.
Atribuindo o novo panorama científica a novas políticas e a uma avaliação sistemática internacional, Sentieiro reiterou que a prioridade da ciência é "uma exigência longo prazo" e que o encontro é a altura de "prestar contas à sociedade" do trabalho que vem sendo desenvolvido.
Manifestação de vitalidade
O ministro da Ciência saudou a "impressionante manifestação de vitalidade" que o encontro promovido pela CLA representa. "A ciência parece estar finalmente hoje em Portugal para ficar e o futuro do país vai depender das nossas capacidades científicas e tecnológicas", disse Mariano Gago, acrescentando que nova matriz de desenvolvimento científico deve passar pelo diálogo interdisciplinar.
Referindo-se à ciência como uma "inequívoca prioridade nacional", o ministro apelou ao crescimento contínuo, com o reforço capacidade de atrair e fixar "os melhores" e ao fomento do enraizamento social do esforço científico. Perante um auditório já completamente cheio, Mariano Gago disse que a pedra de toque da cultura científica deve ser um sistema de avaliação aberto, exigente e competitvo, indissociável de uma avaliação pelos pares, que "não se ficam pelos números de artigos, lêem-nos".
Questionado pelo Ciência Hoje sobre a discussão em torno da avaliação quantitativa/qualitativa da ciência, Mariano Gago frisou que a questão é controversa na comunidade científica e académica. "Se hoje é tão aceite nas sociedades mais modernas uma cultura de avaliação deve-se ao impacto da ciência. Foi a ciência que a transmitiu. Esta cultura baseia-se sempre no mesmo princípio: são os melhores que devem avaliar aquilo que os outros fazem", disse. "Avaliar significa conhecer com competência e detalhe aquilo que está a ser feito, para corrigir e melhorar constantemente", acrescentou.
Responsabilização dos cientistas
Depois de abordar a carência de acompanhamento externo sentida pelas instituições e necessidade do empenho colectivo social, o ministro da Ciência falou daquelas que considera ser as responsabilidades dos cientistas: uma participação activa na definição das políticas científicas, a avaliação dos pares, atender às preocupações da sociedade e dar formação aos mais novos.
"A base social do nosso progresso científico recente assenta na relação de confiança e partilha, uma vontade de actualizar a ligação entre cientistas e não cientistas", salientou. "Em Portugal, mesmo aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar, acreditam na ciência e nos cientistas. Qual é a nossa resposta à confiança que o país põe na ciência e no progresso?", deixou em aberto Mariano Gago, no arranque daquele que é visto como o maior encontro da comunidade científica nacional de sempre.
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