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OVNIs «fazem» hoje 61 anos!

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Mensagem por Carlos Costa 25th junho 2008, 16:00

Este artigo está escrito em três partes, por Carlos F. Oliveira, que é investigador, estudante de doutoramento e professor de astrobiologia na Universidade de Austin (Texas).

OVNIs «fazem» hoje 61 anos! 26631
Kenneth Arnold mostra o que diz ter visto

De tempos a tempos, chegam às notícias televisivas novas estórias sobre Objectos Voadores Não Identificados. Assim, convém perceber um pouco da sua história. A história moderna dos OVNIs começou há 60 anos com três acontecimentos distintos. Todas as estórias seguintes seguiram o mesmo padrão e tiveram nestes acontecimentos o seu denominador comum, o seu ponto de origem. Digamos que os eventos que iremos descrever a seguir são os pais que deram origem à descendência de estórias que se ouve actualmente.

Kenneth Arnold

Kenneth Arnold (1915 – 1984) era um homem de negócios americano, que estava habituado a pilotar a sua avioneta sempre que precisava de se deslocar. A 24 de Junho de 1947 – dia de S. João no Porto –, Kenneth Arnold viu nove objectos estranhos sobre o Monte Rainier, EUA, iniciando assim a era moderna de avistamentos de OVNIs.

O que ele viu, como se pode reparar na imagem que ele mostra, foram objectos parecidos com uma asa gigante. No entanto, na entrevista que deu também afirmou que os objectos se moviam como se fossem discos a salpicar na água (do mesmo modo quando na praia atirámos uma pedrinha ao mar para ela saltar várias vezes sobre a água); notem que isto tem a ver com o movimento do objecto e não com a sua forma! O repórter que o entrevistou percebeu tudo mal e escreveu que o Kenneth tinha visto discos voadores.

Seguidamente, muitos outros jornais apanharam a história e repetiram que Kenneth viu discos voadores! O próprio Kenneth Arnold, levado pelo histerismo jornalístico, passou a afirmar também que tinha visto discos voadores. Só mais tarde se deu conta do erro e passou a dizer que também tinha visto uma asa voadora. Aliás, o próprio Kenneth Arnold disse no 1º Congresso de Ovnilogia em 1977 que o repórter se tinha enganado e que ele, Kenneth, nunca tinha visto objectos circulares! E devido a um engano de jornalista, nasceram o termo e a imagem que popularmente hoje se utilizam em todo o lado – o famoso “disco voador”.

Em termos de contexto histórico, este avistamento deu-se no pós-2ª guerra mundial e começo da Guerra Fria. O medo popular das bombas atómicas fazia com que a população visse a ameaça exterior como algo bastante provável. Aliás, a maioria da população americana há 60 anos atrás acreditava que estes OVNIs eram aviões secretos… soviéticos! Devido a isto, nesta altura houve uma subida incrível do número de avistamentos; “toda a gente” passou a ver discos voadores em tudo quanto era sítio. Discos voadores que, repito, foram somente um engano de jornalista.

Este engano, levando imediatamente a um aumento considerável de avistamentos de discos voadores, fez com que o Martin Kottmeyer perguntasse ironicamente: “Porquê que possíveis extraterrestres redesenhariam as suas naves de maneira a ficarem de acordo com o erro de um jornalista?”

Por outro lado, é por demais óbvio, olhando para a evolução biológica, cultural, e tecnológica existente no nosso planeta, que naves extraterrestres serão tão diferentes das nossas que a nossa imaginação será incapaz de as conceber. Consequentemente, a ideia de discos voadores demonstra somente duas coisas: uma tremenda falta de imaginação dos humanos em tentarem conceber tecnologias extraterrestres e uma forte influência de livros, filmes, e meios de Comunicação Social na imaginação popular.

Para terminar esta história, sabe-se actualmente que Kenneth sofreu de uma ilusão óptica, bastante frequente no Monte Rainier. Ou seja, na realidade, nem “asas voadoras” existiram. É preciso realçar que Arnold não mentiu; ele realmente pensou ter visto objectos estranhos. O problema é que a mente produz alguns truques e daí as ilusões ópticas. Isto faz-me lembrar os famosos canais marcianos dos astrónomos Schiaparelli e Lowell, que teriam sido construídos por Marcianos muito evoluídos, que até tinham um sistema de irrigação planetário – afinal, era tudo uma ilusão óptica que durou algumas décadas e que teve milhares (milhões?) de defensores por todo o mundo. Está visto que não aprendemos com a história.

Esta “não-história” do Kenneth levou na altura a bastante conversa. Tanta celeuma, que a própria Força Aérea decidiu oferecer uma recompensa a quem encontrasse provas de um OVNI. O objectivo era simples: a Força Aérea sabia que a União Soviética poderia estar a tentar espiar os EUA com equipamento secreto, e assim, escondendo-se sob o manto do OVNI, teria muitos mais olhos a tentar descobrir aviões secretos espiões.


Última edição por Carlos Costa em 24th julho 2008, 00:20, editado 3 vez(es)

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Mensagem por Carlos Costa 27th junho 2008, 16:08

Parte 2 - A história de Roswell

A 8 de Julho, a Força Aérea de Roswell cometeu a infantilidade de anunciar ao mundo que tinha recuperado um “disco voador”, que se tinha espetado precisamente em Roswell (porque será que os OVNIs gostam tanto dos EUA e tão pouco de Portugal?). Horas depois, o comandante da unidade sediada em Roswell veio dar o dito por não dito e dizer que afinal tudo não passava de um balão meteorológico.

Vamos analisar o porquê disto ter acontecido, de um ponto de vista lógico: nos anos 40 e 50, o secretismo militar era lei. Mesmo os que trabalhavam na bomba atómica, não sabiam bem para o que trabalhavam; a especialização era enorme e era praticamente impossível saber qual era o produto final para o qual o trabalhador dava o seu minúsculo contributo.

É perfeitamente natural que uma divisão “no fim do mundo” não tivesse conhecimento de projectos ultra-secretos. Daí que a surpresa ao verem material desconhecido seja natural e até os levassem a pensar que era uma coisa literalmente “de outro mundo”. Na altura, este evento criou alguma celeuma, mas não muita.

No entanto, 30 anos depois, Stanton Friedman reavivou o caso com um livro em que entrevistou por exemplo o Major Jesse Marcel, que pertencia ao batalhão da Força Aérea sediado em Roswell na altura do acontecimento, e a partir daqui não faltam opiniões e mais opiniões baseadas em puras crenças e não no que realmente aconteceu.

As pessoas querem acreditar, independentemente de ser verdade ou não. Roswell aconteceu no final dos anos 40, mas só passou a ser um “caso” nos anos 80. Só isto já deveria levar a algum cepticismo. Em 1980, Charles Berlitz - o professor de línguas que escreveu livros pseudo, sem qualquer ponta de lógica e com mentiras fáceis de detectar, sobre o Triângulo das Bermudas, e sobre a Atlântida - decidiu escrever um livro sobre Roswell onde diz que foram recuperados corpos extraterrestres.

E pronto! 33 anos depois dos factos, alguém se lembra de dizer que havia extraterrestres na zona e o livro passa a ser não só best-seller, como passa a haver uma romaria a Roswell. O mito nasceu! Ou seja, frisando o mesmo ponto, por outras palavras: o incidente de Roswell começou 30 anos depois de ter realmente acontecido (!!), e pela mão de um escritor com várias provas dadas na fabricação de histórias!

Em 1995, até apareceu um filme, supostamente filmado em Roswell, que mostra a autópsia de um extraterrestre. Esse filme do Santilli, sabe-se agora (aliás, sempre se soube, excepto as inúmeras TVs que lhe deram cobertura) que é totalmente falso. Até hoje, ainda não se tem a certeza absoluta do que aconteceu em Roswell.

No entanto, parece-me que a hipótese mais provável está relacionada com o ultra-secreto e americano Projecto Mogul que consistia numa série de balões de alta altitude que pretendiam ouvir secretamente as experiências de detonação de bombas atómicas feitas pelos Soviéticos. Curiosamente, o Projecto Mogul detectou a detonação da primeira bomba atómica soviética em 1949!

Interessante é o facto de que um dos balões de alta altitude do Projecto Mogul foi dado como perdido (foi perdido o contacto) poucos dias antes na área onde o “OVNI” foi encontrado… Somando 2 + 2, o mais provável é que o “OVNI de Roswell” era do projecto Mogul.

Tendo isto em conta, faz todo o sentido que oficialmente, as altas instâncias americanas continuassem com os seus depoimentos confusos a perpetuar o mito extraterrestre. Ponham-se na pele do “chefe”. Vocês não podem dizer a verdade, já que isso seria dar a conhecer um projecto secreto; não podem dar a conhecer um projecto secreto, mas a população viu evidências dele – então qual será a melhor estratégia? A melhor estratégia será obviamente levá-los a pensar que é outra coisa.

Como a população quer à viva força acreditar (e sublinho o facto de não passar duma crença!) em extraterrestres avançados interessados na Terra, então o melhor é levá-los por esse caminho. Indo por esse caminho, é mais fácil encobrir os projectos secretos. Deixando no ar a ideia de objecto extraterrestre, a população segue essa via e não faz mais perguntas que poderiam realmente pôr em risco o projecto secreto. E desta forma, não só a população, mas também os Soviéticos não ficam a saber dos segredos americanos…

Ou seja, o que existe sim é uma lógica racional, sendo que a única conspiração existente é aquela criada pelos “crentes” que nem notam que estão a ser “usados”, fruto do seu fundamentalismo pseudo-religioso.
Por último, actualmente Roswell vive do turismo “extraterrestre”. Tal como outras terras que foram “visitadas por extraterrestres”, se não fosse esse turismo, todas estas aldeias desapareciam do mapa.

No entanto, devido a toda esta paranóia, não só têm milhares de turistas por ano, como até têm uma população razoável, e até alguns museus e outras instituições de alguma qualidade! Decididamente, a história teve os seus benefícios!


Última edição por Carlos Costa em 24th julho 2008, 00:16, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Carlos Costa 24th julho 2008, 00:15

Parte 3 (final) - O Mito dos Visitantes Extraterrestres

OVNIs «fazem» hoje 61 anos! 26910
George Adamski

Para completar o tridente, poucos anos depois de Roswell, começou a era dos auto-proclamados contactados”.
É certo que já tinha havido alguns anteriormente. Por exemplo, Emanuel Swedenborg disse no século XVIII que os extraterrestres o tinham levado a passear a todos os planetas do sistema solar – teve azar porque falhou Urano, Neptuno (e Plutão), já que estes ainda não eram conhecidos na altura… pelos terrestres. Já William Magoon, em 1910, disse que foi transportado instantaneamente para Marte onde viu cidades e automóveis, criados por Marcianos… invisíveis. Mas quem é considerado o “pai” dos contactados é George Adamski (1891 – 1965).

OVNIs «fazem» hoje 61 anos! 26911
A parte de baixo de um aspirador...

Nos anos 30 (e continuou nos anos 40), Adamski formou um culto religioso baseado na ideia de que todos os seres no Universo estão ligados como irmãos e que se deve promover a paz. Como a ideia não estava a “pegar” – tinha poucos seguidores –, em 1952 decidiu dizer que tinha visto extraterrestres, e que estes o tinham levado a visitar vários planetas.

Os extraterrestres eram de Marte, Saturno e Vénus. A mensagem dos extraterrestres, surpreendentemente!, era de que somos todos irmãos no Universo e daí que devemos promover a paz. Sublinhando a ideia anterior: Adamski tinha um culto religioso que tinha poucos aderentes. Decidiu assim continuar a mesma mensagem, mas genialmente passou a dizer que foram extraterrestres que lhe disseram isso.

Teve logo uma multidão de seguidores, sedentos por crerem em visitantes extraterrestres! Esta jogada de mestre, permitiu-lhe viver confortavelmente o resto da vida, enquanto viajava pelo mundo – tudo pago pelos crentes.

Levado pelos seus novos amigos extraterrestres em viagens pelo sistema solar, Adamski disse que viu pessoas, cidades, e rios na Lua, e uma civilização avançada em Vénus, entre muitas outras idiotices pouco imaginativas. É de notar que estas fantasias foram ditas antes de irmos à Lua, e de sabermos que Vénus é demasiado quente. Pouco anos depois percebeu-se as mentiras de Adamski.

Mas as suas mentiras não ficaram por aqui. Adamski também afirmou que era Professor/Astrónomo no famoso observatório astronómico do Monte Palomar, mesmo sabendo-se que na verdade ele vendia cachorros-quentes (e posteriormente teve um restaurante) na base do referido Monte. Por último, sabe-se igualmente que as fotos de supostos OVNIs tiradas por Adamski são falsas, sendo que a maioria delas não passa da parte de baixo de um aspirador – como a que é apresentada neste texto.

Adamski é “só” o mais famoso auto-proclamado contactado. Há outros com histórias ainda mais ridículas. Estes são os factos referentes a três dos mais importantes casos da ovnilogia mundial, e que geraram todos os outros casos que vieram a seguir.

Os factos não desmotivam os crentes, que ao bom estilo pseudo-religioso, continuarão a acreditar no Pai Natal, mesmo que todas as evidências apontem para que ele não exista. Parte da humanidade não quer crescer, não quer pensar por ela própria, quer continuar na idade infantil; psicologicamente é excitante saber que existe mistério em algo mundano, e é reconfortante saber que existe alguém superior a nós que está tão interessado em nós para nos andar a espiar ou a levar em passeios magníficos – afinal, toda a gente quer se sentir especial!

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Mensagem por tig 24th julho 2008, 21:13

E existe uma história de pilotos portugueses também muito interessante. Quando encontrar posto aqui.
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Mensagem por Carlos Costa 25th julho 2008, 15:57

Este artigo é muito interessante, para aprendermos a deixar o pensamento "medieval" para trás e começarmos a ganhar um pensamento científico do mundo que nos rodeia. Científico logo correcto!

Infelizmente ainda existe muita superstição no mundo, mas como disse Carl Sagan: "Só é ignorante quer quer!"
Carl Sagan tem razão ao dizer isso, porque no mundo actual já existe muita informação, explicação e muitos dados e factos registados.

A humanidade precisa de abrir os olhos... Wink

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