Investigadores portugueses produzem transístores com uma camada de papel
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Investigadores portugueses produzem transístores com uma camada de papel
Elvira Fortunato
Um grupo de investigadores portugueses produziu pela primeira vez transístores com uma camada de papel, uma descoberta cujos resultados poderão ser desenvolvidos em aplicações de baixo custo no campo da electrónica descartável.
Entre as explorações possíveis desta tecnologia contam-se ecrãs de papel, etiquetas e pacotes inteligentes, chips de identificação ou aplicações médicas na área dos bio-sensores, especialmente para diagnóstico.
Embora alguns estudos internacionais já tivessem aberto a possibilidade da utilização do papel como suporte físico de componentes electrónicos, esta é a primeira vez que o papel aparece como parte integrante do transístor.
"Realmente o que conseguimos demonstrar é que uma simples folha de papel de fotocópia pode funcionar simultaneamente como suporte físico de um transístor e como isolante eléctrico", explicou à Lusa Elvira Fortunato, coordenadora da equipa.
"Isto só é possível porque a tecnologia que desenvolvemos funciona à temperatura ambiente e é um processo físico completamente compatível com substratos celulósicos, que são a base do papel", acrescentou a cientista do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat/I3N) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Fica muito barato
Os testes à eficácia dos dispositivos mostraram que são tão competitivos como os melhores transístores de filme fino baseados em óxidos semicondutores. As aplicações possíveis da descoberta são várias, nomeadamente na área dos dispositivos ou sensores descartáveis e, segundo Elvira Fortunato, "como podemos fazer muitos transístores e circuitos só de uma vez, utilizando as tecnologias da microelectrónica, como o ink-jet, por exemplo, acaba por ficar muito barato".
O vasto campo de utilização em dispositivos descartáveis deve-se à grande vantagem dos transístores, que são elementos fundamental de qualquer circuito de microelectrónica, poderem ser feitos com tecnologias muito baratas e sobre substratos baratos.
A descoberta está descrita num artigo que será publicado na edição de Setembro da revista IEEE Electron Device Letters, disse ainda à Lusa Elvira Fortunato, que coordenou esta investigação com o seu colega Rodrigo Martins. A mesma equipa fez também notícia em Maio, quando anunciou ter desenvolvido, em colaboração com a Samsung, uma nova geração de ecrãs planos.
A novidade consistiu na substituição do material semicondutor dos transístores que fazem o endereçamento nos mostradores, até agora silício amorfo, por um novo material transparente à base de óxidos, como o óxido de zinco, que oferece várias vantagens. Trata-se de um material já com muitas aplicações, como por exemplo nos cremes cicatrizantes e nos protectores solares, e com a vantagem de poder ser produzido a um custo muito mais baixo e à temperatura ambiente.
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