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Existe limite para a estupidez humana?

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Jone 5th setembro 2008, 18:57

http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1052354/Are-going-die-Wednesday.html

Jone
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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Safra 5th setembro 2008, 23:15

Bem, insegurança não tenho nenhuma. Mas tenho medo de ataques ao LHC por ambientalistas extremos, que poderiam utilizar-se de uma tragédia para se promover. Isso sim que eu tenho medo.
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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Carlos Costa 6th setembro 2008, 00:29

Por acaso hoje estive a ler um excelente texto que falava sobre isso mesmo. Já é chamado de "o 10 de Setembro de todas as inquietações". Smile

Vou colocar aqui o texto. Aqui vai:

Há dias perguntaram-me se “aquela coisa que os físicos estão a fazer lá para a Suíça não vai dar cabo de nós todos”... Vieram-me à cabeça os Lusíadas, o Adamastor, as superstições e receios dos navegadores. Afinal o medo é intemporal e o que assustava as nossas gentes há séculos atrás não é muito diferente do que se lê por aí hoje em dia. Embora nos seja possível, a maior parte do tempo, ignorar as áreas menos intuitivas da Ciência, como os meandros intrincados da Física das Partículas, há (e sempre houve) momentos na história da humanidade em que não as podemos ignorar porque nos cruzam o caminho e afectam directamente o nosso presente, o nosso dia-a-dia. Disso são exemplos, para mencionar só os que me vêm à cabeça primeiro, as armas nucleares, as radiografias ou as reacções de fissão (por onde pode bem passar a solução para a crise energética que paira sobre as nossas cabeças).

Não muito longe de onde vos escrevo, o engenho humano estendeu-se mais além e promete tocar de novo o nosso quotidiano: foi construída uma grande máquina do mundo, um acelerador de partículas que fica a cem metros de profundidade entre as fronteiras suíça e francesa. A bestiola, um anel de 27Km de perímetro onde magnetos supercondutores aceleram partículas até à velocidade da luz (~300 000km/s), foi baptizada de Large Hadron Collider (LHC).

Irá recriar condições que se julga terem ocorrido logo após a famosa explosão que deu início aos nossos tempos e o dia do Big Bang, isto é, a data de lançamento dos primeiros feixes de protões no LHC, é já no próximo dia 10 de Setembro. Conta-se com a presença de numerosos jornalistas assim como políticos (entre eles o Presidente Nicolas Sarkozy), chefes de Estado e, claro, muitos cientistas. O Institut Laue Langevin, onde trabalho, estará representado pelo nosso director alemão Richard Wagner - ou não fosse o I.L.L., também ele, uma referência para a comunidade física internacional. Um dia antes do fatídico 11 de Setembro, o próximo dia 10 desperta não menos preocupações...

Nunca tínhamos chegado tão perto do Big Bang

Custa a crer que no meio de tanto turbilhão político e socio-económico, com as oscilações do preço do petróleo e as eleições nos E.U.A. a monopolizarem as atenções, mais de 80 países se tenham empenhado num projecto comum que não visa produzir um novo combustível nem é uma arma. Trata-se antes dum forte investimento, não só de fundos e de mão-de-obra, mas também e, porventura, acima de tudo, de expectativas. Como diria um dos recentes comunicados à imprensa do CERN, o LHC é tão inovador que é o protótipo de si próprio. O problema, e aqui voltamos às inquietudes, é que os protótipos precisam de ser testados. E como nunca tínhamos chegado tão perto do Big Bang, não sabemos ao certo o que acontecerá (os Adamastores dizem que se vai criar um buraco negro que engolirá o nosso planeta...)

Com um pouco de sorte, confirmam-se as teorias actuais com a prova da existência duma partícula chamada bosão de Higgs, (em homenagem ao escocês Peter Higgs, nascido há 78 anos não muito longe da Universidade de Keele, onde ensino; Higgs sugeriu um mecanismo para explicar como as partículas adquirem massa), até hoje jamais observada num acelerador de partículas. Com outro tanto de azar, a Física Nuclear sofre uma revolução e parte numa direcção nova. De qualquer forma, aprenderemos, chegaremos a metas que ainda nem sabemos onde são!

O que leva os cientistas a tão arrojadas experiências são na verdade questões razoavelmente simples, do género das que as crianças na poderosa idade dos porquês nos colocam. Aceita-se facilmente que tudo à nossa volta se pode dividir até atingir dimensões muito pequenas. Mas e quando não conseguimos dividir mais a matéria, o que explica as interacções entre partículas? E a partir de quando surge a massa? Quando se chega ao infinitamente pequeno são ilimitadamente grandes as nossas dúvidas, volta a opressão dos porquês que não têm resposta mas nos vão empurrando e nos fazem crescer.

Os primeiros passos

Tanto quanto se julga saber hoje em dia, no Universo tudo é feito de 12 partículas, que obedecem a quatro forças fundamentais: forte, fraca, electromagnética e gravitacional. A teoria que explica como estas forças gerem as partículas, o chamado Modelo Standard, já provou ser válida para as três primeiras forças mas não para a gravitacional, que sendo a mais fraca tem contudo um alcance infinito no espaço, e é justamente a que o cidadão comum entende melhor. A observação experimental da existência do bosão de Higgs viria confirmar um mecanismo que propõe explicar como é que as partículas adquirem massa, assim como a relação da força gravitacional com as restantes forças fundamentais. É difícil antecipar os resultados mas é ponto assente que a cobiçada partícula também trará consigo um prémio Nobel. Mais imprevisível é o rumo que tomará a Física a partir daí, mas será certamente um momento marcante na infância da humanidade.

Por enquanto, no dia 10 de Setembro, o LHC dá apenas os primeiros passos. As experiências cruciais estão previstas para 2010, quando o LHC atingirá a energia máxima para que foi concebido. E é aqui que se podem criar microscópicos buracos negros, a probabilidade ainda que mínima existe. As observações dos astrónomos dizem-nos que as colisões de raios cósmicos acontecem natural e frequentemente, e no entanto os planetas atingidos ainda lá estão (inclusivé o nosso).

Não parece haver portanto razão para pensar que corremos algum risco. O que diriam os navegadores lusitanos que não sabiam onde acabava o planeta mas ainda assim se lançaram no desconhecido? Francamente, correr riscos é exactamente o que fizemos quando experimentámos a primeira bomba nuclear (os cientistas encarregues do projecto faziam apostas em relação à extensão dos danos, antes do teste no Novo México). E é o que fazemos todos os dias ao continuar a emitir dióxido de carbono para a atmosfera, ou até ao ír às praias da linha do Estoril. A perseverança cá nos vai embarcando em naus rumo ao desconhecido, frequentemente sem muita reflexão, favorecidos por ventos de descaso da opinião pública, mesmo quando os media nos trazem informação mais do que suficiente para despertar o nosso interesse.

Entre um e outro europeu de futebol, deveríamos estar todos por aí a falar disto nos cafés, a perguntar a nós próprios até onde devemos levar a tecnologia e que riscos devem correr-se. Devíamos andar todos a devorar os artigos que falam do LHC, das experiências que lá vão decorrer e da importância que podem ter. Não se trata de conceitos reservados aos génios da física e a história da descoberta até assume contornos de telenovela...

Deixo-vos portanto as cenas dos próximos capítulos, sussurradas qual mexerico quentinho: conta-se que este projecto de dez biliões de dólares pode ter sido antecipado por descobertas no segundo maior acelerador de partículas depois do LHC: o Tevatron, perto de Chicago. Nenhum cientista confirmou esta informação mas correm rumores de que se detectou a presença do bosão de Higgs no Tevatron, que encerrará em 2009. Os resultados nunca foram, todavia, publicados nem confirmados por nenhum dos cientistas envolvidos. A corrida continua, pois, rumo ao futuro.

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Carlos Costa 6th setembro 2008, 00:35

Na parte final deste texto podem ler o seguinte:

Nenhum cientista confirmou esta informação mas correm rumores de que se detectou a presença do Bosão de Higgs no Tevatron, que encerrará em 2009. Os resultados nunca foram, todavia, publicados nem confirmados por nenhum dos cientistas envolvidos.

Não ouvi falar disso, mas será que é verdade? Descobriu-se o Bosão Vectorial de Higgs no Tevatron?

Eles aceleraram a busca, como podem ler em https://fisica2100.forumeiros.com/fisica-experimental-f14/busca-por-o-bosao-de-higgs-acelera-no-tevatron-t100.htm à uns tempos atrás!...

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Safra 7th setembro 2008, 00:34

Bom, com todas as variáveis o jeito é sentar e ver o que acontece.
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Mensagem por G. Grivott 7th setembro 2008, 02:36

Safra2008 escreveu:Bom, com todas as variáveis o jeito é sentar e ver o que acontece.

Concordo com você. Mas de uma coisa ao menos eu tenho certeza: não ocorrerá nenhuma catástrofe...hehehehe
Os experimentos são feitos na mais absoluta segurança e por profissionais competentes.

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Mensagem por Carlos Costa 7th setembro 2008, 15:55

G. Grivott escreveu:Concordo com você. Mas de uma coisa ao menos eu tenho certeza: não ocorrerá nenhuma catástrofe...hehehehe
Os experimentos são feitos na mais absoluta segurança e por profissionais competentes.
E para além disso os próprios físicos disseram que a energia suficiente para criar buracos negros no LHC, só se vai usar em 2010. Nos próximos 2 anos eles vão começar apenas com experimentos pequenos.

Aqueles que dizem que o mundo vai acabar no próximo dia 10 nem sabem o que dizem...

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Safra 7th setembro 2008, 16:07

É mesmo carlos, temos mais medo das notícios que do LHC.
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Mensagem por G. Grivott 7th setembro 2008, 16:10

O que sei a respeito dos prováveis buracos negros que irão surgir em 2010 quando o LHC fará os experimentos com sua capacidade máxima é que esses buracos terão um tempo de vida muito curto e que portanto não trarão nenhum risco a humanidade.

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Carlos Costa 7th setembro 2008, 16:15

G. Grivott escreveu:O que sei a respeito dos prováveis buracos negros que irão surgir em 2010 quando o LHC fará os experimentos com sua capacidade máxima é que esses buracos terão um tempo de vida muito curto e que portanto não trarão nenhum risco a humanidade.
Claro que não. Fala-se também da partícula Strangelet, mas é mais uma notícia infundada.

Quando tomamos medicamentos, acreditamos que os engenheiros quimicos que os criaram, sabiam o que faziam. Vamos acreditar também nos físicos que vão trabalhar no LHC. Wink

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Newtein 8th setembro 2008, 18:25

aceleram partículas até à velocidade da luz (~300 000km/s)
penso que esta parte da noticia se encontra errada e pode induzir os leitures em erro pois nada pode acelarar ate a velocidade da luz penso que o correcto seria proximas da velocidade da luz

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Existe limite para a estupidez humana? Empty Re: Existe limite para a estupidez humana?

Mensagem por Carlos Costa 8th setembro 2008, 21:47

Newtein escreveu:penso que esta parte da noticia se encontra errada e pode induzir os leitures em erro pois nada pode acelarar ate a velocidade da luz penso que o correcto seria proximas da velocidade da luz
Acho que disseram isso, porque na prática, as velocidades são tão próximas da velocidade da luz, que dizem isso como um arredondamento. Nunca conseguem chegar a 100%, mas ultrapassam os 99%, e por isso dizem isso.

P.S. - Costumamos denominar c como a velocidade da luz, mas essa afirmação é só uma aproximação da verdade. c diz respeito à velocidade da luz no vácuo e também podemos dizer que c é a velocidade dos neutrinos. Chamar c de velocidade da luz, velocidade das ondas gravitacionais, ou de velocidade dos neutrinos, é a mesma coisa. Wink

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