E se Deus [não] existir?
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E se Deus [não] existir?
A questão central da Cosmologia, o início de tudo, pode ser tratada com diferentes enfoques, um dos quais é a definição do Universo ser autocausado ou ser obra de um criador. Aparentemente podemos reduzir as hipóteses a apenas duas:
[I] Um criador existe ou existiu, o qual criou ou iniciou a construção de tudo.
[II] Não existe e nem jamais existiu um criador.
Uma das duas hipóteses será sempre verdadeira.
Caso a primeira hipótese seja verdadeira, pela excepcionalidade do feito, deste hipotético criador poder-se-ia esperar atributos também excepcionais.
O que esperar de uma inteligência excepcional, fazer tudo da maneira mais simples ou da maneira mais complicada?
Pessoalmente considero que uma inteligencia excepcional faria as coisas da maneira mais simples possível (esta também foi a resposta praticamente unânime que obtive dos interlocutores).
Caso a segunda hipótese seja verdadeira, o Universo seria autocausado e a natureza seria a responsável pela sua própria edificação. Só que, também neste caso, a natureza faz as coisas da maneira mais simples e eficiente, exatamente a mesma condição que teríamos se o Universo tiver um “fabricante”.
Neste caso, não consegui pensar em nada mais simples do que fazer tudo igual, apenas de tamanhos e densidades diferentes, que é como desconfio cada vez mais que as coisas são, e do que tenho apresentado exemplos em todas as escalas.
A única coisa mais simples do que uma estrutura fractal seria não fazer nada, mas como nós existimos, mesmo que estejamos sonhando ou em uma realidade virtual, como alguns defendem, algo existe. Esta simples constatação refuta a única hipótese que seria ainda mais simples do que ser tudo igual.
Se isto for verdadeiro, e desconfio que seja, desconfio também que a minha pequena e humilde conjectura sobre o funcionamento do mundo (que se alicerça em enorme quantidade de exemplos facilmente observáveis da igualdade estrutural entre as entidades dos mundos clássico, macrocosmo e microcosmo), mesmo podendo conter imprecisão em algum detalhe, estará bem mais próxima de descrever adequadamente a realidade da natureza (física, em grego) do que as mirabolantes e extremamente complexas teorias, povoadas por intrincadas equações, cálculos intermináveis, dimensões extras e entidades milagrosas, nunca observadas e jamais visualizáveis mesmo pelas mentes mais poderosas.
Cordiais abraços a todos
P.S.: Mesmo os brilhantes defensores do modelo padrão confessam a complexidade insuperável do referido modelo, tanto que nos advertiu Marcelo Gleiser, em um de seus livros: “a associação médica americana determinou que "tentar visualizar" geometrias fechadas em três dimensões pode levar sua pressão arterial a níveis perigosos à sua saúde”.
[I] Um criador existe ou existiu, o qual criou ou iniciou a construção de tudo.
[II] Não existe e nem jamais existiu um criador.
Uma das duas hipóteses será sempre verdadeira.
Caso a primeira hipótese seja verdadeira, pela excepcionalidade do feito, deste hipotético criador poder-se-ia esperar atributos também excepcionais.
O que esperar de uma inteligência excepcional, fazer tudo da maneira mais simples ou da maneira mais complicada?
Pessoalmente considero que uma inteligencia excepcional faria as coisas da maneira mais simples possível (esta também foi a resposta praticamente unânime que obtive dos interlocutores).
Caso a segunda hipótese seja verdadeira, o Universo seria autocausado e a natureza seria a responsável pela sua própria edificação. Só que, também neste caso, a natureza faz as coisas da maneira mais simples e eficiente, exatamente a mesma condição que teríamos se o Universo tiver um “fabricante”.
Neste caso, não consegui pensar em nada mais simples do que fazer tudo igual, apenas de tamanhos e densidades diferentes, que é como desconfio cada vez mais que as coisas são, e do que tenho apresentado exemplos em todas as escalas.
A única coisa mais simples do que uma estrutura fractal seria não fazer nada, mas como nós existimos, mesmo que estejamos sonhando ou em uma realidade virtual, como alguns defendem, algo existe. Esta simples constatação refuta a única hipótese que seria ainda mais simples do que ser tudo igual.
Se isto for verdadeiro, e desconfio que seja, desconfio também que a minha pequena e humilde conjectura sobre o funcionamento do mundo (que se alicerça em enorme quantidade de exemplos facilmente observáveis da igualdade estrutural entre as entidades dos mundos clássico, macrocosmo e microcosmo), mesmo podendo conter imprecisão em algum detalhe, estará bem mais próxima de descrever adequadamente a realidade da natureza (física, em grego) do que as mirabolantes e extremamente complexas teorias, povoadas por intrincadas equações, cálculos intermináveis, dimensões extras e entidades milagrosas, nunca observadas e jamais visualizáveis mesmo pelas mentes mais poderosas.
Cordiais abraços a todos
P.S.: Mesmo os brilhantes defensores do modelo padrão confessam a complexidade insuperável do referido modelo, tanto que nos advertiu Marcelo Gleiser, em um de seus livros: “a associação médica americana determinou que "tentar visualizar" geometrias fechadas em três dimensões pode levar sua pressão arterial a níveis perigosos à sua saúde”.
Robson Z. Conti- Membro Ativo
- Mensagens : 232
Re: E se Deus [não] existir?
Muito boa reflexão, Robson!
A beleza das coisas está na simplicidade. Infelizmente, os advogados não pensam assim...
À respeito da advertência de Gleiser, acho que encontrei uma excelente desculpa para controlar minha pressão arterial, além das doses diárias de atenolol ...
A beleza das coisas está na simplicidade. Infelizmente, os advogados não pensam assim...
À respeito da advertência de Gleiser, acho que encontrei uma excelente desculpa para controlar minha pressão arterial, além das doses diárias de atenolol ...
Re: E se Deus [não] existir?
Alguns dizem que advogados são os sofistas da atualidade. Mas eu desconfio (na verdade lamento profundamente) que isto seja muito mais abrangente.Jonas Paulo Negreiros escreveu:A beleza das coisas está na simplicidade. Infelizmente, os advogados não pensam assim...
O sofismo se caracteriza por substituir a realidade pela representação que se faz dela. Esta praga espalhou-se gradualmente por virtualmente todas as disciplinas e ramos do conhecimento ou atividade humana e atualmente domina o mundo.
Veja o que diz sobre ela a Wikipédia: “A principal doutrina sofística consiste, em uma visão relativa de mundo (o que os contrapõe a Sócrates que, sem negar a existência de coisas relativas, buscava verdades universais e necessárias). A principal doutrina sofística pode ser expressa pela máxima de Protágoras: "O homem é a medida de todas as coisas".”.
Isto implica que cada um pode escolher e considerar heuristicamente válida a forma como pessoalmente vê as coisas (já que a visão do mundo é relativa e o homem é a medida de todas as coisas) e não mais a observação da realidade determina como ela é vista/observada. O que passa a valer é como cada um a considera, isto é, uma representação.
Coincidentemente esta é a visão de praticamente toda a sociedade atual, o “tudo é relativo” (einsteiniano) e a incerteza (quântica) dominam as nossas mentes e nossos atos em (quase) todos os assuntos.
Mesmo na Física, onde as medições e observações deveriam ditar o que é válido (e o que não é válido) as interpretações (representações) que fazemos das observações dominam. Podemos escolher se vemos a luz (e a matéria e tudo o mais) como onda ou como partículas. A dualidade é a cara acabada do sofismo.
Pouca coisa é ou pode ser mais elegante que a simplicidade encantadora dos fractais. Pouca coisa é ou pode ser mais complexa do que as mais acreditadas teorias físicas atuais.Jonas Paulo Negreiros escreveu:A beleza das coisas está na simplicidade.
É por estas e por outras que mesmo que eu não tenha conseguido perceber, explicar ou descrever adequadamente algum detalhe da realidade física, vou continuar a considerar que uma tese que propõe a simplicidade e a unicidade das leis da natureza em todas as escalas tem muito mais chances de estar implicitamente correta do que teses que propõem que tudo é diferente e de extrema complexidade.
Além disto, parece que não estou só nesta visão das coisas:
A verdade é sempre encontrada na simplicidade, e não na multiplicidade e confusão de coisas.
Isaac Newton
A natureza ama a simplicidade.
Johannes Kepler
Deus é sutil, mas não é malicioso.
Albert Einstein
Quanto mais nos aproximamos da verdade, mais simples se tornam as coisas.
Erwin Schrödinger
Pelo acima exposto, considero que estou muito bem acompanhado em minha humilde maneira de ver o mundo. Mesmo que assim não fosse, o simples fato de podermos esperar a maior simplicidade possível em qualquer situação para o início do Universo [com ou sem criador(es)], me leva a continuar a apostar mais nela do que em outra tese que não apresente ao menos algum resquício de simplicidade e elegância.
Cordiais abraços a todos
P.S.: Mesmo não sendo o Sócrates, prefiro considerar que muito pouco ou nada sei. Em geral isto nos livra de fazer coisas de que certamente nos arrependeríamos. A dúvida é certamente uma bênção, nos impede atitudes menos ponderadas a que nossas certezas absolutas podem nos levar.
Robson Z. Conti- Membro Ativo
- Mensagens : 232
Re: E se Deus [não] existir?
Einstein dizia que Deus não joga dados
Eu já digo que ele fornece os resultados
Todo o universo pode ter sido guiado a ser como é de pouquinho em pouquinho se utilizando para isso todos os resultados de reações aleatórias.
Quem guia a aleatoriedade teria um poder de Deus!
Mas deixa não acredito nisso tanto assim, é mais uma veia poética minha se manifestando.
Oq posso dizer sobre Deus é que crença que tenho nele, é que ele seja o próprio Universo.
E nos o habitando e sendo pedaços dele, sem sabermos.
Assim como as bactérias de nosso estômago, que não sabem que vivem dentro de um animal que torce pelo Inter.
Por isso não acredito em rezas, mas acredito no poder da fé, não no sentido tradicional, mas creio que exista uma relação entre nossa força de vontade e as coisas que acontecem..
Eu já digo que ele fornece os resultados
Todo o universo pode ter sido guiado a ser como é de pouquinho em pouquinho se utilizando para isso todos os resultados de reações aleatórias.
Quem guia a aleatoriedade teria um poder de Deus!
Mas deixa não acredito nisso tanto assim, é mais uma veia poética minha se manifestando.
Oq posso dizer sobre Deus é que crença que tenho nele, é que ele seja o próprio Universo.
E nos o habitando e sendo pedaços dele, sem sabermos.
Assim como as bactérias de nosso estômago, que não sabem que vivem dentro de um animal que torce pelo Inter.
Por isso não acredito em rezas, mas acredito no poder da fé, não no sentido tradicional, mas creio que exista uma relação entre nossa força de vontade e as coisas que acontecem..
Xevious- Físico Profissional
- Mensagens : 1024
Re: E se Deus [não] existir?
Einstein dizia que Deus não joga dados.
Eu já digo que ele fornece os resultados.
Todo o universo pode ter sido guiado a ser como é de pouquinho em pouquinho se utilizando para isso todos os resultados de reações aleatórias.
Quem guia a aleatoriedade teria um poder de Deus!
Pois é, Xevious. A frase é de Cesar Lattes:
"Eu costumo dizer que quando há um monte de estatísticas, é porque Deus ainda não se decidiu."
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