Jargão da Informática Espraia-se
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Jargão da Informática Espraia-se
A popularização do computador e a respectiva linguagem informática invade outras praias.
Expressões toscas, tais como "setar" e "resetar" (em vez de estabelecer, restabelecer), "debugar" (em vez de depurar), começaram a invadir o vocabulário vulgar dos brasileiros nos primórdios da revolução digital.
Crianças, que antes ficavam "de bem" ou "de mal" de alguém, simplesmente "deletam" seus desafetos.
Frente à crise que o mundo passa, médiuns modernos ameaçam-nos com profecias do "Grande Reset".
Especialistas em Informática apossaram-se do termo "virus", originário da biologia, e hoje ditam cátedra sobre as estratégias de controle e combate desses micro-organismos. Temíveis relatórios estatísticos sobre a propagação de pestes fazem parte da dieta diária dos pobres mortais.
O analógico é sinônimo de coisa ultrapassada. Não sabem, no entanto, que uma câmera fotográfica digital captura a imagem de forma analógica enquanto uma câmera de película fotográfica, vulgarmente conhecida como "analógica", registra uma imagem de forma digital, ao sensibilizar uma camada de milhares grânulos de prata isolados entre si.
Os tradicionais múltiplos de base dez, usados em matemática e engenharia, corrompem-se em múltiplos de base dois e invadem o jargão popular nas expressões "mega-evento", "giga-mercado", etc.
Nesse estranho contexto surgem as criptomoedas, as quais atraem incautos investidores que apostam suas economias em "instituições" que não têm identidade jurídica ou endereço físico.
Estamos a viver uma encruzilhada histórica.
Risonho será o mundo, se a Inteligência Natural prevalecer sobre a burrice das máquinas.
Tenebroso será o futuro, se a Inteligência Artificial prevalecer sobre a burrice humana.
O perigo dos computadores agirem como humanos não é maior que o perigo dos humanos agirem como computadores.
Konrad Zuze, pai do primeiro computador elétrico.
Expressões toscas, tais como "setar" e "resetar" (em vez de estabelecer, restabelecer), "debugar" (em vez de depurar), começaram a invadir o vocabulário vulgar dos brasileiros nos primórdios da revolução digital.
Crianças, que antes ficavam "de bem" ou "de mal" de alguém, simplesmente "deletam" seus desafetos.
Frente à crise que o mundo passa, médiuns modernos ameaçam-nos com profecias do "Grande Reset".
Especialistas em Informática apossaram-se do termo "virus", originário da biologia, e hoje ditam cátedra sobre as estratégias de controle e combate desses micro-organismos. Temíveis relatórios estatísticos sobre a propagação de pestes fazem parte da dieta diária dos pobres mortais.
O analógico é sinônimo de coisa ultrapassada. Não sabem, no entanto, que uma câmera fotográfica digital captura a imagem de forma analógica enquanto uma câmera de película fotográfica, vulgarmente conhecida como "analógica", registra uma imagem de forma digital, ao sensibilizar uma camada de milhares grânulos de prata isolados entre si.
Os tradicionais múltiplos de base dez, usados em matemática e engenharia, corrompem-se em múltiplos de base dois e invadem o jargão popular nas expressões "mega-evento", "giga-mercado", etc.
Nesse estranho contexto surgem as criptomoedas, as quais atraem incautos investidores que apostam suas economias em "instituições" que não têm identidade jurídica ou endereço físico.
Estamos a viver uma encruzilhada histórica.
Risonho será o mundo, se a Inteligência Natural prevalecer sobre a burrice das máquinas.
Tenebroso será o futuro, se a Inteligência Artificial prevalecer sobre a burrice humana.
O perigo dos computadores agirem como humanos não é maior que o perigo dos humanos agirem como computadores.
Konrad Zuze, pai do primeiro computador elétrico.
Última edição por Jonas Paulo Negreiros em 14th julho 2022, 11:16, editado 4 vez(es)
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
Re: Jargão da Informática Espraia-se
O computador e a pandemia.
Com a versão 2.0 do CV19, o bichinho ficou mais esperto. Por que não aconteceu ao contrário, como é o mais comum na biologia ?
Simples, hoje o mundo usa a cultura e linguagem da informática para se comunicar.
Logo, pela cultura informática, a segunda versão de um programa malicioso é sempre mais eficiente que a primeira.
Hoje, somos tratados como se fossemos computadores!
Konrad Zuze, cientista alemão dizia:
]
Konrad Zuze, pai do primeiro computador elétrico.
O principal fator de sobrevivência do ser humano em relação a todas outras espécies é seu comportamento imprevisível.
O comportamento das máquinas é previsível, ao menos até agora.
Se o comportamento do homem tornar-se previsível como acontece com as máquinas, será o fim da espécie humana.
DEUS, SALVE A LOUCURA !!!
Com a versão 2.0 do CV19, o bichinho ficou mais esperto. Por que não aconteceu ao contrário, como é o mais comum na biologia ?
Simples, hoje o mundo usa a cultura e linguagem da informática para se comunicar.
Logo, pela cultura informática, a segunda versão de um programa malicioso é sempre mais eficiente que a primeira.
Hoje, somos tratados como se fossemos computadores!
Konrad Zuze, cientista alemão dizia:
O perigo dos computadores agirem como humanos não é maior que o perigo dos humanos agirem como computadores.
]
Konrad Zuze, pai do primeiro computador elétrico.
O principal fator de sobrevivência do ser humano em relação a todas outras espécies é seu comportamento imprevisível.
O comportamento das máquinas é previsível, ao menos até agora.
Se o comportamento do homem tornar-se previsível como acontece com as máquinas, será o fim da espécie humana.
DEUS, SALVE A LOUCURA !!!
Última edição por Jonas Paulo Negreiros em 14th julho 2022, 11:18, editado 3 vez(es)
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
O Grande Reset
Jargão da Informática Espraia-se
O grande RESET
BREVE RETORNO AO ZERO.
A tecnologia torna-se cada vez mais complexa, frágil e controlada por um número cada vez menor de especialistas.
A sociedade moderna tem uma crescente dependência às tecnologias sensíveis, principalmente ao computador, aos microcircuitos cada vez mais densos e de softwares, cada vez mais incompreensíveis.
Essa sujeição dos homens às máquinas torna-se cada vez maior, a ponto de tangenciar uma dependência perigosamente mórbida.
Numa situação de colapso total, será difícil encontrar alguém que ainda sabia fazer fogo sem fósforos.
O grande RESET
BREVE RETORNO AO ZERO.
A tecnologia torna-se cada vez mais complexa, frágil e controlada por um número cada vez menor de especialistas.
A sociedade moderna tem uma crescente dependência às tecnologias sensíveis, principalmente ao computador, aos microcircuitos cada vez mais densos e de softwares, cada vez mais incompreensíveis.
Essa sujeição dos homens às máquinas torna-se cada vez maior, a ponto de tangenciar uma dependência perigosamente mórbida.
Numa situação de colapso total, será difícil encontrar alguém que ainda sabia fazer fogo sem fósforos.
Última edição por Jonas Paulo Negreiros em 14th julho 2022, 10:56, editado 3 vez(es)
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Re: Jargão da Informática Espraia-se
Sair ou entrar? Subir ou descer?
Meu amigo engenheiro e filósofo compara a evolução tecnológica às catracas usadas em ônibus e metrôs: uma vez que se passa por elas, não há como retornar.
Tenho pena (e autopiedade) dos viúvos da alta fidelidade, cuja experiência vivida veio através de discos analógicos e amplificadores valvulares.
Até hoje, apesar do tremendo avanço obtido pela modernas técnicas digitais, ainda não foi possível encontrar um equipamento substituto à altura das exigências desse seleto (e chato) grupo de saudosistas.
Mas o caso que vou relatar diz respeito a nomenclatura técnica.
Tive o prazer, o desafio e a honra de trabalhar numa equipe que desenvolveu um dos primeiros computadores pessoais brasileiros.
Uma das tarefas estava relacionada ao tratamento de sinais de imagens.
No computador em desenvolvimento havia um processador de vídeo exclusivo conhecido como VDP, video digital processor.
Dessa caixinha "saía" os sinais de imagens e caracteres gerados por técnicas digitais. Uma vez tratados convenientemente, os sinais eram conduzidos para um monitor de vídeo ou um televisor convencional.
No jargão "antigo" a palavra "entrada" era a porta de entrada para qualquer sinal elétrico a ser processado, enquanto "saída" era a porta na qual o sinal saía devidamente tratado, pronto para passar por outras etapas, se necessário fosse.
Décadas depois, ouvi de um engenheiro uma expressão estranha.
Ao analisar o sinal elétrico gerado por uma placa de vídeo, afirmou:
- "O sinal de vídeo está subindo".
No meu entendimento, o sinal de vídeo estava sublimando da placa para o teto do laboratório.
O que mudou?
No jargão informático, "subir" significa "sair". "Descer" significa "entrar" .
Nos tempos analógicos era comum as pessoas confundirem o que é entrada e o que é saída. Isso por que havia uma questão de relatividade em jogo. Por exemplo, quando você sai de casa, você entra no mundo.
Qualquer etapa de processamento, analógico ou digital, tem uma porta de entrada e uma porta de saída, mas os termos são relacionados à etapa em questão.
Hoje, se aplicarmos os princípios de relatividade, um arquivo "sobe" quando ele sai de seu computador e vai para uma "nuvem" (de um computador ou de uma rede de computadores remotos).
Um arquivo "desce" quando um arquivo vem de uma nuvem para o seu computador.
Nesses termos, devemos admitir que há algo de divino relacionado ao mundo dos computadores.
No entanto, se com alguma razão achamos que o computador é uma coisa do capeta, poderíamos dizer que "sair" significa "descer", enquanto "entrar" significaria "subir".
Meu amigo engenheiro e filósofo compara a evolução tecnológica às catracas usadas em ônibus e metrôs: uma vez que se passa por elas, não há como retornar.
Tenho pena (e autopiedade) dos viúvos da alta fidelidade, cuja experiência vivida veio através de discos analógicos e amplificadores valvulares.
Até hoje, apesar do tremendo avanço obtido pela modernas técnicas digitais, ainda não foi possível encontrar um equipamento substituto à altura das exigências desse seleto (e chato) grupo de saudosistas.
Mas o caso que vou relatar diz respeito a nomenclatura técnica.
Tive o prazer, o desafio e a honra de trabalhar numa equipe que desenvolveu um dos primeiros computadores pessoais brasileiros.
Uma das tarefas estava relacionada ao tratamento de sinais de imagens.
No computador em desenvolvimento havia um processador de vídeo exclusivo conhecido como VDP, video digital processor.
Dessa caixinha "saía" os sinais de imagens e caracteres gerados por técnicas digitais. Uma vez tratados convenientemente, os sinais eram conduzidos para um monitor de vídeo ou um televisor convencional.
No jargão "antigo" a palavra "entrada" era a porta de entrada para qualquer sinal elétrico a ser processado, enquanto "saída" era a porta na qual o sinal saía devidamente tratado, pronto para passar por outras etapas, se necessário fosse.
Décadas depois, ouvi de um engenheiro uma expressão estranha.
Ao analisar o sinal elétrico gerado por uma placa de vídeo, afirmou:
- "O sinal de vídeo está subindo".
No meu entendimento, o sinal de vídeo estava sublimando da placa para o teto do laboratório.
O que mudou?
No jargão informático, "subir" significa "sair". "Descer" significa "entrar" .
Nos tempos analógicos era comum as pessoas confundirem o que é entrada e o que é saída. Isso por que havia uma questão de relatividade em jogo. Por exemplo, quando você sai de casa, você entra no mundo.
Qualquer etapa de processamento, analógico ou digital, tem uma porta de entrada e uma porta de saída, mas os termos são relacionados à etapa em questão.
Hoje, se aplicarmos os princípios de relatividade, um arquivo "sobe" quando ele sai de seu computador e vai para uma "nuvem" (de um computador ou de uma rede de computadores remotos).
Um arquivo "desce" quando um arquivo vem de uma nuvem para o seu computador.
Nesses termos, devemos admitir que há algo de divino relacionado ao mundo dos computadores.
No entanto, se com alguma razão achamos que o computador é uma coisa do capeta, poderíamos dizer que "sair" significa "descer", enquanto "entrar" significaria "subir".
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ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO
ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO
O filósofo do século 19 que previu a sobrecarga de informações de hoje
Tempos diferentes, mas males semelhantes. Hoje analisamos os escritos de um conhecido pensador alemão em que advertiu sobre o perigo de ser fisgado no último minuto
Por Enrique Zamorano
12/07/2022 - 05:00
Uma das razões é que a confiança na mídia tradicional diminuiu drasticamente, como resultado da proliferação de 'fake news', que por sua vez levou ao surgimento de teorias da conspiração. Mas além da pandemia, outros temas atuais, como a invasão da Ucrânia pela Rússia ou os efeitos das mudanças climáticas, fazem com que estar ciente das notícias se exponha a uma realidade amarga e apocalíptica, na qual parece que nada está dando certo. Diante desse acúmulo de más notícias, é provável que muitos cidadãos do mundo prefiram não ser informados diariamente.
Mais e mais pessoas se afastam das notícias devido ao estresse informacional
E embora os tempos sejam muito diferentes de dois séculos atrás, há um filósofo que já previu os efeitos negativos de uma superabundância de informação na sociedade. Precisamente, era um pensador que se interessava por outros temas mais existenciais, como a alma humana ou a angústia. O alemão Arthur Schopenhauer, que muitos estudiosos consideram o pai do pessimismo filosófico, foi um dos primeiros a alertar para as consequências de estar exposto ao ruído contínuo das notícias.
O "novo" nem sempre é verdade
"Você não pode cometer maior erro do que pensar que a última coisa que foi escrita é sempre a mais correta; que o que é escrito depois é uma melhoria do que foi escrito antes e que cada mudança adiante significa progresso", escreveu em seu obra 'Sobre a escrita e o estilo', publicada na Espanha em 2002. Esse fragmento, que à primeira vista não parece falar diretamente do estresse noticioso, é recuperado pelo escritor e pensador norte-americano Eric Wiener, em recente artigo no 'Médium ' em que argumenta como mais de um século antes da invenção da Internet, Schopenhauer já falava dos perigos de dar demasiada importância e relevância à literatura jornalística, ou seja, estar atento aos assuntos atuais, ao "que é novo". "Cada época tem sua própria Internet. No tempo de Schopenhauer, era a Enciclopédia" "Como os leitores famintos de Schopenhauer", diz Wiener, "confundimos o novo com o bom, o novo com o valioso. Os humanos não são máquinas de processamento de informações, nem de caça e coleta. Assim como precisamos de tempo para digerir nossa presa ou nossa salada de couve, também precisamos de tempo para entender a informação que consumimos. Informação não digerida é pior do que nenhuma informação e um excesso de dados é mais perigoso do que falta disso".
O 'best-seller' norte-americano associa o comentário de Schopenhauer à falta de atenção produzida pelo estresse noticioso como causa direta. Como resultado do consumo diário de enormes quantidades de informações, nos tornamos cada vez mais viciados na nova última hora sem ter tempo de contrastar, investigar ou corroborar se o que lemos anteriormente era verdade. E, por outro lado, isso nos faz gostar cada vez menos da leitura lenta e da concentração atenta, pois qualquer tarefa que implique um esforço intelectual ou cognitivo torna-se muito complexa quando nos vemos submetidos a um bombardeio contínuo, não só de notícias ou opiniões sobre essas mesmas notícias, mas notificações sobre qualquer outro assunto, seja o clima ou nossos contatos sociais.
“O excesso de dados age como uma névoa espessa que obscurece nossa visão”, diz Wiener. "A Internet expôs esse problema fundamental, que não é nada novo. Cada época tem sua própria Internet, suas próprias distrações. No tempo de Schopenhauer, era a Enciclopédia, publicada pela primeira vez na França durante o século 18. Para quê? pensar em um problema quando a solução está disponível em um livro?" Isso poderia ser aplicado à tarefa de formar opinião sobre qualquer assunto minimamente polêmico que agite nosso noticiário diário. Muitos cometerão o pecado de procurar seus líderes de opinião favoritos ou confiáveis, esperando que eles concordem com sua versão já tendenciosa dos eventos. É por isso que o consumidor (e prossumidor) das redes sociais acaba limitando ainda mais seu campo de visão crítico: ele vê e entende a realidade científica, social ou cultural pelos olhos de outra pessoa que considera confiável, sem se perguntar se talvez o argumentos que ele empresta estão errados. "A informação é apenas um meio de compreensão e tem pouco ou nenhum valor em si mesma'", escreveu o pensador alemão. A esse respeito, Schopenhauer tem uma frase em que deixa bem clara sua posição: "É cem vezes mais valioso se Você chegou à conclusão pensando sobre isso sozinho". E, da mesma forma, incentivava a leitura "somente quando seus próprios pensamentos secarem". Se substituirmos 'click' ou 'scroll' por 'read', seria aplicado à realidade de hoje. "Confundimos dados com informação, informação com conhecimento e conhecimento com sabedoria", conclui Weiner. "'Não lhes ocorreu', escreveu Schopenhauer, 'que a informação é meramente um meio de compreensão e possui pouco ou nenhum valor em si mesma'."
Em busca da desconexão: a culpa de não querer saber nada do que está acontecendo
"Inundados pelas vozes dos outros, não conseguimos ouvir a nossa", conclui o escritor. A forma como consumimos informação também pode ser muito perigosa, já que antes dedicávamos apenas um momento específico do dia para nos informar (geralmente na hora do almoço com as notícias), enquanto agora o fazemos permanentemente vivendo grudados em nosso smartphone. Assim, alguns autores como Karla Starr falam de um suposto “direito à ignorância” de exercer para reduzir esse estresse informacional e poder exercer sem vergonha ou vergonha que não queira comentar as últimas notícias do momento. Em vez disso, Schopenhauer prefere sentar e pensar sobre isso. Podemos deduzir que, por sua natureza pessimista, ele também usaria esse direito à ignorância, pois diante de tal emaranhado de informações, é muito difícil separar o que é verdadeiro do que é falso. Esta, precisamente, é a tarefa a que o bom jornalismo é confiado hoje.
Tradução Automática
Fonte original em espanhol:
https://www.elconfidencial.com/alma-corazon-vida/2022-07-12/arthur-schopenhauer-filosofo-siglo-xix-informacion_3456808/
O filósofo do século 19 que previu a sobrecarga de informações de hoje
Tempos diferentes, mas males semelhantes. Hoje analisamos os escritos de um conhecido pensador alemão em que advertiu sobre o perigo de ser fisgado no último minuto
Por Enrique Zamorano
12/07/2022 - 05:00
Uma das razões é que a confiança na mídia tradicional diminuiu drasticamente, como resultado da proliferação de 'fake news', que por sua vez levou ao surgimento de teorias da conspiração. Mas além da pandemia, outros temas atuais, como a invasão da Ucrânia pela Rússia ou os efeitos das mudanças climáticas, fazem com que estar ciente das notícias se exponha a uma realidade amarga e apocalíptica, na qual parece que nada está dando certo. Diante desse acúmulo de más notícias, é provável que muitos cidadãos do mundo prefiram não ser informados diariamente.
Mais e mais pessoas se afastam das notícias devido ao estresse informacional
E embora os tempos sejam muito diferentes de dois séculos atrás, há um filósofo que já previu os efeitos negativos de uma superabundância de informação na sociedade. Precisamente, era um pensador que se interessava por outros temas mais existenciais, como a alma humana ou a angústia. O alemão Arthur Schopenhauer, que muitos estudiosos consideram o pai do pessimismo filosófico, foi um dos primeiros a alertar para as consequências de estar exposto ao ruído contínuo das notícias.
O "novo" nem sempre é verdade
"Você não pode cometer maior erro do que pensar que a última coisa que foi escrita é sempre a mais correta; que o que é escrito depois é uma melhoria do que foi escrito antes e que cada mudança adiante significa progresso", escreveu em seu obra 'Sobre a escrita e o estilo', publicada na Espanha em 2002. Esse fragmento, que à primeira vista não parece falar diretamente do estresse noticioso, é recuperado pelo escritor e pensador norte-americano Eric Wiener, em recente artigo no 'Médium ' em que argumenta como mais de um século antes da invenção da Internet, Schopenhauer já falava dos perigos de dar demasiada importância e relevância à literatura jornalística, ou seja, estar atento aos assuntos atuais, ao "que é novo". "Cada época tem sua própria Internet. No tempo de Schopenhauer, era a Enciclopédia" "Como os leitores famintos de Schopenhauer", diz Wiener, "confundimos o novo com o bom, o novo com o valioso. Os humanos não são máquinas de processamento de informações, nem de caça e coleta. Assim como precisamos de tempo para digerir nossa presa ou nossa salada de couve, também precisamos de tempo para entender a informação que consumimos. Informação não digerida é pior do que nenhuma informação e um excesso de dados é mais perigoso do que falta disso".
O 'best-seller' norte-americano associa o comentário de Schopenhauer à falta de atenção produzida pelo estresse noticioso como causa direta. Como resultado do consumo diário de enormes quantidades de informações, nos tornamos cada vez mais viciados na nova última hora sem ter tempo de contrastar, investigar ou corroborar se o que lemos anteriormente era verdade. E, por outro lado, isso nos faz gostar cada vez menos da leitura lenta e da concentração atenta, pois qualquer tarefa que implique um esforço intelectual ou cognitivo torna-se muito complexa quando nos vemos submetidos a um bombardeio contínuo, não só de notícias ou opiniões sobre essas mesmas notícias, mas notificações sobre qualquer outro assunto, seja o clima ou nossos contatos sociais.
“O excesso de dados age como uma névoa espessa que obscurece nossa visão”, diz Wiener. "A Internet expôs esse problema fundamental, que não é nada novo. Cada época tem sua própria Internet, suas próprias distrações. No tempo de Schopenhauer, era a Enciclopédia, publicada pela primeira vez na França durante o século 18. Para quê? pensar em um problema quando a solução está disponível em um livro?" Isso poderia ser aplicado à tarefa de formar opinião sobre qualquer assunto minimamente polêmico que agite nosso noticiário diário. Muitos cometerão o pecado de procurar seus líderes de opinião favoritos ou confiáveis, esperando que eles concordem com sua versão já tendenciosa dos eventos. É por isso que o consumidor (e prossumidor) das redes sociais acaba limitando ainda mais seu campo de visão crítico: ele vê e entende a realidade científica, social ou cultural pelos olhos de outra pessoa que considera confiável, sem se perguntar se talvez o argumentos que ele empresta estão errados. "A informação é apenas um meio de compreensão e tem pouco ou nenhum valor em si mesma'", escreveu o pensador alemão. A esse respeito, Schopenhauer tem uma frase em que deixa bem clara sua posição: "É cem vezes mais valioso se Você chegou à conclusão pensando sobre isso sozinho". E, da mesma forma, incentivava a leitura "somente quando seus próprios pensamentos secarem". Se substituirmos 'click' ou 'scroll' por 'read', seria aplicado à realidade de hoje. "Confundimos dados com informação, informação com conhecimento e conhecimento com sabedoria", conclui Weiner. "'Não lhes ocorreu', escreveu Schopenhauer, 'que a informação é meramente um meio de compreensão e possui pouco ou nenhum valor em si mesma'."
Em busca da desconexão: a culpa de não querer saber nada do que está acontecendo
"Inundados pelas vozes dos outros, não conseguimos ouvir a nossa", conclui o escritor. A forma como consumimos informação também pode ser muito perigosa, já que antes dedicávamos apenas um momento específico do dia para nos informar (geralmente na hora do almoço com as notícias), enquanto agora o fazemos permanentemente vivendo grudados em nosso smartphone. Assim, alguns autores como Karla Starr falam de um suposto “direito à ignorância” de exercer para reduzir esse estresse informacional e poder exercer sem vergonha ou vergonha que não queira comentar as últimas notícias do momento. Em vez disso, Schopenhauer prefere sentar e pensar sobre isso. Podemos deduzir que, por sua natureza pessimista, ele também usaria esse direito à ignorância, pois diante de tal emaranhado de informações, é muito difícil separar o que é verdadeiro do que é falso. Esta, precisamente, é a tarefa a que o bom jornalismo é confiado hoje.
Tradução Automática
Fonte original em espanhol:
https://www.elconfidencial.com/alma-corazon-vida/2022-07-12/arthur-schopenhauer-filosofo-siglo-xix-informacion_3456808/
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Re: Jargão da Informática Espraia-se
Metaverso é tudo isso?
Nos primórdios da eletrotécnica, acreditava-se que seria possível reviver mortos, como no Romance Frankenstein.
O Metaverso promete muito, mas a televisão e o cinema funcionam como ópio para o povo há décadas.
Nos primórdios da eletrotécnica, acreditava-se que seria possível reviver mortos, como no Romance Frankenstein.
O Metaverso promete muito, mas a televisão e o cinema funcionam como ópio para o povo há décadas.
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