Um Velocímetro Diferente
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Um Velocímetro Diferente
Um velocímetro diferente
A escala de "quilômetros por hora" (km/h), encontrada nos instrumentos dos painéis dos veículos, tem como principal utilidade indicar ao motorista a velocidade instantânea em que se encontra o seu automóvel.
Nem todos tem a real consciência dos riscos das altas velocidades. Relatos das autoridades indicam que a maioria dos acidentes automobilísticos ocorrem em "retonas" ou durante a volta aos lares, após os "feriadões".
O velocímetro poderia ser "mais informativo", de modo a permitir ao motorista uma idéia mais concreta dos riscos de cada velocidade imprimida ao veículo . Em busca de uma "leitura complementar", encontramos uma tabela de distância de frenagem.
Espaço de frenagem - sem travamento das rodas (metros)
Variação da velocidade real (km/h) Distância (m)
40 - 0 7,6
120 - 0 68,8
A primeira propriedade que "salta aos olhos" é que a distância de frenagem não é linear (proporcional) a velocidade, isto é, enquanto a velocidade aumenta tres vezes...
120 km/h / 40km/h = 3x,
...a distância de frenagem aumenta mais de nove vezes:
68,8 m / 7,6 m = 9,05x
Mais adiante vamos saber porquê.
É incrivel constatar nas estradas "veiculos colados" em alta velocidade.
Lição número um: mantenha distância do veículo que vai à frente...
Esta informação "complementar" poderia ser gravada nas escalas dos velocímetros, mas tem uma série de ressalvas.
A tecnologia do freio é de 1993, e é válida para um carro de passeio bem regulado, além dos testes terem sido feitos em condições "ideais".
As condições de atrito do piso variam muito: tipo de asfalto, estrada de terra, chuva, óleo na pista, pedregulhos, areia, lama no acostamento...
Logo, mesmo para quem tem um sistema de anti-bloqueio de frenagem (ABS), essa escala teria pouco valor.
A segunda tentativa é de uma tabela baseada na "energia cinética", ou seja, a energia acumulada pelo veículo em função de seu movimento, apresentada na seguinte fórmula:
e = mv2 / 2
onde:
e = energia, dada em joules;
m = massa total do veículo, em kilogramas;
v2 = velocidade ao quadrado, dada em metros por segundo.
Nessa situação teríamos a seguinte tabela:
velocidade km/h automóvel 800 kg caminhão 40.000 kg
40 49.382 joules 2.469.135 joules
120 444.444 joules 22.222.222 joules
Entendeu agora por que a relação de velocidade / distância de frenagem não é linear ?
Na composição da fórmula de energia, a velocidade é elevada ao quadrado (v2). Desta maneira quando a velocidade é triplicada a energia acumulada pelo veículo aumenta em nove vezes.
Mas, para onde vai essa energia quando o veículo é frenado?
Toda a energia cinética do veículo é transformada em calor nos freios, em questão de segundos. Logo, não abuse dos freios para não correr o risco de "fritá-los". Nunca dispense o "freio-motor". Viage sempre com o motor engrenado.
Embora bastante interessante, essa tabela não seria "universal", pois varia com a massa de cada veículo.
Vamos tentar uma nova tabela, novamente buscando subsídios na Física.
e = mv2 / 2 (já explicada)
mas também,
e = mgh
onde:
e = energia, dada em joules;
m = massa, dada em kilogramas;
g = "força" da gravidade ( no planeta terra, a média é de 9,8 newtons / kg );
h = ganho de altura, dado em metros.
A idéia é saber quantos metros altura pode subir um veículo numa certa velocidade.
Digamos que o veículo esteja iniciando a subida de uma ladeira. Quandos metros de altura poderá alcançar, caso desligue o motor e vá apenas pelo "embalo", ou seja, transforme toda a energia cinética em ganho de altura?
Os cálculos são teóricos. Mas se os pneus estiverem bem calibrados (duros como pau), as rodas alinhadas e o coeficiente de penetração aerodinâmica for próximo de zero, é possível que o resultado prático chegue bem próximo do teórico.
Não recomendamos tal experiência em vias públicas, pelo risco que ela representa...
velocidade carro de passeio caminhão altura
40 km/h 49.382 joules 2.469.135 joules 6,3 m
120 km/h 444.444 joules 22.222.222 joules 57 m
Chegamos a uma tabela "universal" para o nosso velocímetro, independente do veiculo utilizado.
Ao observar a tabela acima, notamos que um veículo a 120 km/h tem energia acumulada suficiente para subir uma rampa de 57 metros de altura, independente de sua massa.
É como se os veículos fossem içados por um guincho, do solo ao terraço de um prédio de 17 andares.
Não é difícil de entender por que, em muitos acidentes, os veiculos "voam" (literalmente).
Muito cuidado ao pisar no acelerador...
Um velocímetro diferente - Tabelas complementares
(publicada aqui por falta de espaço a cada "janela do blog")
I - Espaço de Frenagem (sem travamento das rodas)
Variação da velocidade real (km/h) Distância (m)
40 - 0 7,6
60 - 0 17,2
80 - 0 30,6
100 - 0 47,8
120 - 0 68,8
II - Ganho de altura em função da velocidade:
velocidade carro de passeio caminhão altura
20 km/h 12.345 joules 617.283 joules 1,6 m
40 km/h 49.382 joules 2.469.135 joules 6,3 m
80 km/h 197.530 joules 9.876.543 joules 25 m
120 km/h 444.444 joules 22.222.222 joules 57 m
A título de curiosidade, a 120 km/h um caminhão acumula a energia necessária para manter uma lâmpada de 60 watts acesa durante 102 horas, ou um banho de chuveiro de mais de uma hora na posição "inverno". Imagine o que isso significa em aumento de temperatura nas lonas dos freios...
A escala de "quilômetros por hora" (km/h), encontrada nos instrumentos dos painéis dos veículos, tem como principal utilidade indicar ao motorista a velocidade instantânea em que se encontra o seu automóvel.
Nem todos tem a real consciência dos riscos das altas velocidades. Relatos das autoridades indicam que a maioria dos acidentes automobilísticos ocorrem em "retonas" ou durante a volta aos lares, após os "feriadões".
O velocímetro poderia ser "mais informativo", de modo a permitir ao motorista uma idéia mais concreta dos riscos de cada velocidade imprimida ao veículo . Em busca de uma "leitura complementar", encontramos uma tabela de distância de frenagem.
Espaço de frenagem - sem travamento das rodas (metros)
Variação da velocidade real (km/h) Distância (m)
40 - 0 7,6
120 - 0 68,8
A primeira propriedade que "salta aos olhos" é que a distância de frenagem não é linear (proporcional) a velocidade, isto é, enquanto a velocidade aumenta tres vezes...
120 km/h / 40km/h = 3x,
...a distância de frenagem aumenta mais de nove vezes:
68,8 m / 7,6 m = 9,05x
Mais adiante vamos saber porquê.
É incrivel constatar nas estradas "veiculos colados" em alta velocidade.
Lição número um: mantenha distância do veículo que vai à frente...
Esta informação "complementar" poderia ser gravada nas escalas dos velocímetros, mas tem uma série de ressalvas.
A tecnologia do freio é de 1993, e é válida para um carro de passeio bem regulado, além dos testes terem sido feitos em condições "ideais".
As condições de atrito do piso variam muito: tipo de asfalto, estrada de terra, chuva, óleo na pista, pedregulhos, areia, lama no acostamento...
Logo, mesmo para quem tem um sistema de anti-bloqueio de frenagem (ABS), essa escala teria pouco valor.
A segunda tentativa é de uma tabela baseada na "energia cinética", ou seja, a energia acumulada pelo veículo em função de seu movimento, apresentada na seguinte fórmula:
e = mv2 / 2
onde:
e = energia, dada em joules;
m = massa total do veículo, em kilogramas;
v2 = velocidade ao quadrado, dada em metros por segundo.
Nessa situação teríamos a seguinte tabela:
velocidade km/h automóvel 800 kg caminhão 40.000 kg
40 49.382 joules 2.469.135 joules
120 444.444 joules 22.222.222 joules
Entendeu agora por que a relação de velocidade / distância de frenagem não é linear ?
Na composição da fórmula de energia, a velocidade é elevada ao quadrado (v2). Desta maneira quando a velocidade é triplicada a energia acumulada pelo veículo aumenta em nove vezes.
Mas, para onde vai essa energia quando o veículo é frenado?
Toda a energia cinética do veículo é transformada em calor nos freios, em questão de segundos. Logo, não abuse dos freios para não correr o risco de "fritá-los". Nunca dispense o "freio-motor". Viage sempre com o motor engrenado.
Embora bastante interessante, essa tabela não seria "universal", pois varia com a massa de cada veículo.
Vamos tentar uma nova tabela, novamente buscando subsídios na Física.
e = mv2 / 2 (já explicada)
mas também,
e = mgh
onde:
e = energia, dada em joules;
m = massa, dada em kilogramas;
g = "força" da gravidade ( no planeta terra, a média é de 9,8 newtons / kg );
h = ganho de altura, dado em metros.
A idéia é saber quantos metros altura pode subir um veículo numa certa velocidade.
Digamos que o veículo esteja iniciando a subida de uma ladeira. Quandos metros de altura poderá alcançar, caso desligue o motor e vá apenas pelo "embalo", ou seja, transforme toda a energia cinética em ganho de altura?
Os cálculos são teóricos. Mas se os pneus estiverem bem calibrados (duros como pau), as rodas alinhadas e o coeficiente de penetração aerodinâmica for próximo de zero, é possível que o resultado prático chegue bem próximo do teórico.
Não recomendamos tal experiência em vias públicas, pelo risco que ela representa...
velocidade carro de passeio caminhão altura
40 km/h 49.382 joules 2.469.135 joules 6,3 m
120 km/h 444.444 joules 22.222.222 joules 57 m
Chegamos a uma tabela "universal" para o nosso velocímetro, independente do veiculo utilizado.
Ao observar a tabela acima, notamos que um veículo a 120 km/h tem energia acumulada suficiente para subir uma rampa de 57 metros de altura, independente de sua massa.
É como se os veículos fossem içados por um guincho, do solo ao terraço de um prédio de 17 andares.
Não é difícil de entender por que, em muitos acidentes, os veiculos "voam" (literalmente).
Muito cuidado ao pisar no acelerador...
Um velocímetro diferente - Tabelas complementares
(publicada aqui por falta de espaço a cada "janela do blog")
I - Espaço de Frenagem (sem travamento das rodas)
Variação da velocidade real (km/h) Distância (m)
40 - 0 7,6
60 - 0 17,2
80 - 0 30,6
100 - 0 47,8
120 - 0 68,8
II - Ganho de altura em função da velocidade:
velocidade carro de passeio caminhão altura
20 km/h 12.345 joules 617.283 joules 1,6 m
40 km/h 49.382 joules 2.469.135 joules 6,3 m
80 km/h 197.530 joules 9.876.543 joules 25 m
120 km/h 444.444 joules 22.222.222 joules 57 m
A título de curiosidade, a 120 km/h um caminhão acumula a energia necessária para manter uma lâmpada de 60 watts acesa durante 102 horas, ou um banho de chuveiro de mais de uma hora na posição "inverno". Imagine o que isso significa em aumento de temperatura nas lonas dos freios...
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
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