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A Origem do Universo

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A Origem do Universo Empty A Origem do Universo

Mensagem por jocax 10th maio 2013, 13:48

A Origem do Universo, segundo Jocax
João Carlos Holland de Barcellos, Outubro/2005



O problema da origem do Universo é antigo, talvez mesmo o mais antigo problema filosófico com o qual o homem já se deparou.

Se definirmos o universo como o conjunto de tudo o que existe e se supusermos que os elementos físicos nele contidos seguem regras ou leis –tais quais as leis que a Física supõe que exista- podemos concluir, como veremos, que as teorias até agora propostas não são totalmente satisfatórias. Para suprir essa deficiência estou propondo uma nova hipótese que, embora não seja testável, e, portanto, não científica, é uma teoria filosófica legitima, pois satisfaz a “navalha de ocam”, é auto-consistente e não contraria os fatos observados.

Critérios de Avaliação

Antes de adentrarmos na análise destas quero propor alguns critérios que as soluções propostas deveriam satisfazer. As teorias consideradas boas devem satisfazer, tanto quanto possível, os seguintes quesitos:

1- Não ser inconsistente.

2- Não ser inconsistente com a realidade observável.

3- Ser preferida em termos da “Navalha de Ocam” em relação às teorias concorrentes.

4- Ser capaz de explicar o universo observável.

Podemos classificar as teorias sobre a origem do universo em dois grandes grupos:

As teorias religiosas e as teorias naturais.

1-As Teorias Religiosas

As soluções para a origem do universo de base religiosa invocam uma entidade metafísica chamada “Deus”. Deus seria uma espécie de “Grande Fantasma” que, com seu poder e sabedoria infinita, criaram o Universo.

As teorias religiosas, apesar de serem amplamente aceitas pela maioria da população, não passam pela maioria dos critérios de avaliação acima.

- Falha do Critério 1: A teoria do “Grande Fantasma” não é logicamente consistente já que, pela própria definição de Universo, se Deus existisse, também deveria fazer parte do Universo, uma vez que o Universo é definido como o conjunto de tudo o que existe. Assim, Deus poderia servir apenas para explicar a geração dos elementos físicos do universo, mas não do próprio Universo. Se a teoria precisa explicar a origem do universo então ela precisaria explicar a origem do próprio Deus.

- Falha do Critério 2: O “Grande Fantasma”, normalmente, também vem acompanhado de outros atributos como Consciência, Onisciência, Onipotência, e bondade o que gera incompatibilidade com a realidade observável ( ver o “ Diabinho Azul Jocaxiano ”).

- Falha do critério 3: O “Grande Fantasma” também é incompatível com a “Navalha de Ocam” pois, sendo hipoteticamente dotado de infinita sabedoria e poder, foge do critério da simplicidade exigido pela “Navalha de Ocam” em relação às teorias físicas sobre a origem do universo. Ou seja, é um contra senso invocar uma entidade mais complexa para explicar uma mais simples se não existe uma explicação para a própria entidade mais complexa.

2-As Teorias Naturais (ou não religiosas)

As teorias naturais são preferíveis às religiosas por não pressuporem a existência de um ser de alta complexidade. As teorias naturais podem ser divididas em dois grupos:

As teorias naturais de base física e as teorias naturais de base filosófica.

2.1-As Teorias Naturais de base Física

As teorias naturais de base física deixam um pouco a desejar por que:

– Falha do Critério 1: Se as leis físicas existem e são utilizadas para explicar o universo então elas também precisariam ser explicadas já que fazem parte do universo que se quer explicar. Ou seja, a maioria delas, como veremos, tenta explicar a origem do universo adotando-se alguns dos princípios físicos tais como o “Principio da Conservação da Energia” ou ainda as leis da “Mecânica Quântica” ou da “Teoria da Relatividade Geral” sem contudo explicar a origem destas próprias leis.

A maioria destas teorias naturais modernas, baseadas na mecânica quântica, parte inicialmente do “Nada-Quase-Absoluto”, algo como um “Vácuo-Perfeito” sem matéria e sem energia, mas que, sem violarem as leis de conservação da Física, conseguem explicar o surgimento dos elementos físicos que por sua vez dariam origem ao “Big-Bang”.

A explicação para o surgimento da matéria, sem violar a lei da conservação da energia, se dá através da constatação de que a gravidade produzida pelas partículas teria uma energia negativa que contrabalancearia exatamente a energia positiva das partículas criadas formando um universo com energia total igual a zero.

Para ilustrar vamos colocar alguns textos sobre isso:

- “ Criação Ex Nihilo –Sem Deus“ de Mark I. Vuletic [1]

Que extraímos o seguinte texto [4]:

“"Há ...(1 seguido de 80 zeros) de partículas na região do universo que podemos observar. Donde vieram? A resposta é que, na teoria quântica, as partículas podem ser criadas a partir de energia em forma de pares partícula/antipartícula. Mas isto suscitou a questão de saber donde vem a energia. A resposta é que a energia total do universo é exatamente zero. A matéria do universo é constituída por energia positiva. Contudo, toda a matéria atrai-se a si própria devido à gravidade. Dois pedaços de matéria que estejam perto um do outro têm menos energia do que se estiverem muito afastados, porque é preciso gastar energia para os separar contra a força da gravidade, que os atrai um para o outro. Portanto, em certo sentido, o campo gravitacional tem energia negativa. No caso de um universo que seja aproximadamente uniforme no espaço, pode mostrar-se que esta energia gravitacional negativa anula exatamente a energia positiva representada pela matéria. Portanto, a energia total do universo é zero." (Hawking, 2000, pp. 152-153) " ”

- “ O Ponto Zero” Por Jomar Morais [2]

Onde destacamos:

“ De onde veio universo? A resposta de Guth é : do nada, do zero . As primeiras partículas teriam surgido de uma simples "flutuação de vácuo", processo de alteração de um campo elétrico que a física clássica desconhecia, mas que a mecânica quântica, nascida no século passado, acabou por revelar aos estudiosos da intimidade subatômica. Segundo essa conjetura – conhecida como teoria do universo inflacionário -, as partículas primordiais emergiram do vazio... A teoria de Guth afirma que....À primeira vista parece que o fenômeno esbarra no princípio de conservação da energia, que pressupõe o equilíbrio da energia total em todas as transformações no mundo físico,mas não foi isso o que aconteceu. No processo inflacionário, a energia positiva da matéria foi contrabalançada pela energia negativa do campo gravitacional, de modo que a energia total foi sempre zero. Quando, enfim, o material de gravidade negativa começou a decair, diminuindo o ritmo da expansão, formou-se então a "sopa primordial" (gás a altíssima temperatura) apresentada como condição inicial na teoria do Big Bang ”

- “ The Uncaused Beginning of the Universe (1988)” de Quentin Smith [3]

Que contém o trecho:

“ A disadvantage of Tryon's theory, and of other theories that postulate a background space from which the universe fluctuates, is that they explain the existence of the universe but only at the price of introducing another unexplained given, namely, the background space. This problem is absent from Vilenkin's theory, which represents the universe as emerging without a cause " from literally nothing " (1982, p. 26). The universe appears in a quantum tunneling from nothing at all to de Sitter space .”

Podemos perceber que o surgimento da matéria a partir do “nada” não é novidade e é bem conhecida da ciência já há algum tempo. Além disso, fenômenos não causados (que acontecem sem causa) não é privilégio de entidades exóticas: Considere um átomo excitado com um elétron numa órbita de alta energia. Não existe nenhuma fórmula -nem explicações físicas- que possam prever quando este elétron deixará sua órbita de alta energia para uma órbita de menor energia. Este evento é considerado puramente aleatório (sem causas). Quando o elétron decai de orbital um fóton (uma partícula de luz que não existia) é criada. Ou seja, mesmo num singelo átomo temos um exemplo da existência de fenômenos sem causa e da criação de uma entidade física antes inexistente (o fóton).

Para completar nossa lista devemos ainda incluir as duas principais teorias sobre a origem do universo sem uma criação inicial: A teoria do Universo Pulsante ( Big-bang-Big-Crunch) e também a teoria do “Estado Estacionário”.

“ Teoria do Estado Estacionário[5]

Fred Hoyle (1915-2001), Geoffrey Burbidge (1925-) e Jayant Vishnu Narlikar (1938-) propuseram em 1993 a Teoria do Estado Quasi Estacionário, em um Universo eterno e infinito, alternando expansões que duram cerca de 40 bilhões de anos, com contrações. A massa é eternamente criada em buracos brancos com massa de Planck Ö[ch/G] = 1019 bárions. A mini-criação causa uma expansão do Universo, que reduz o valor médio do campo de criação, reservatório de energia negativa. Após a expansão, o valor do campo se reduz, tornando-se difícil uma nova mini-criação. A gravidade então supera a expansão e o Universo se contrai, aumentando o campo até que nova criação ocorra .”

A teoria do “Big-Bang-Big-Crunch” eu acho bastante elegante, entretanto, esta teoria não é compatível com as últimas observações cosmológicas que mostram que o universo está em processo de expansão acelerada, isto é, muito longe de uma possível contração. Outra inconveniência deste modelo é que ele parece violar a segunda lei da termodinâmica que diz que a entropia não pode diminuir. Então, parece que o modelo do “Big-Bang-Big-Crunch”, infelizmente, está superado.

Outro problema das teorias naturais de base física é a sua dificuldade de explicar o universo observável em relação a alguns parâmetros físicos – constantes que as leis físicas utilizam- o que faria de nossas supostas leis físicas um conjunto de regras altamente improváveis. Por exemplo, é alegado que uma pequena alteração na carga do elétron ou da massa do neutrino ou etc.etc. fariam com que nosso universo rapidamente colapsasse. Vejamos alguns textos sobre isso:

“"...As chamadas "coincidências antrópicas", nas quais as partículas e forças da física parecem estar "afinadas com precisão" para a produção de vida à base de carbono são explicadas pelo fato de a espuma do espaço-tempo ter um número infinito de universos brotando, cada um diferente do outro. Acontece simplesmente que nós encontramo-nos naquele universo em que as forças e partículas prestam-se à geração de carbono e outros átomos com a complexidade necessária para permitir a evolução de organismos vivos e pensantes." (Stenger, 1996) ” [6]

“... Isso sugere uma nova resposta a outra questão intrigante: como as leis da física foram sintonizadas de forma tão perfeita para viabilizar a existência de estrelas, planetas e seres vivos? A resposta clássica era: acaso fantástico ou milagre divino. Agora há uma terceira alternativa: se cada universo tem leis físicas diferentes, talvez existamos num dos raríssimos cujas leis possibilitam o surgimento da vida inteligente .” [7]

Podemos perceber que a resposta normalmente dada, nestas teorias, sobre a razão de nossas alegadas improváveis leis da física é que deve haver infinitos ou múltiplos universos paralelos ao nosso mas, de alguma forma, desconexos. De modo que nosso universo seria apenas um, de infinitos possíveis, cada qual com suas próprias leis físicas. Mas isso não é consistente pois:

-Se as próprias leis da física foram invocadas para explicar o surgimento do Universo, tanto o nosso como os infinitos outros, como se poderia dizer que nestes outros universos as leis da física poderiam ser diferentes?!? Se todos partiram das mesmas leis físicas iniciais deveríamos esperar que estas mesmas leis fossem preservadas também nos universos gerados por elas!

-Os modelos que apelam para infinitos lançamentos de “dados” apenas para explicar o número “ 6” num destes dados, embora resolvam a questão, é algo bastante forte e parece contrariar a Navalha de Ocam já que não temos evidências de nenhum outro Universo além do nosso. Uma sucessão contínua de Universos ou um número finito deles seria melhor mas ainda não totalmente satisfatório.

- Também fica um pouco a desejar a explicação da razão de as bolhas, que geram universos paralelos, apresentarem GAPS (falhas) de modo a desconectar estes universos. Porque razão a matéria não poderia ser criada continuamente na mesma bolha? O que causaria estes gaps de forma que eles sejam desconexos? Por que estes universos não poderiam se comunicar?

A principal falha destas teorias que tentam explicar a origem do Universo é que elas não explicam a origem das leis físicas utilizadas para sua geração. Poderíamos perguntar: “Por que o principio da conservação da energia deve ser obedecido?” ou ainda “Por que a mecânica quântica deve valer?” Ou seja, estas teorias partem de algo previamente existente nem que este algo seja o possível conjunto de leis que o universo deveria seguir. As explicações físicas, entretanto, são preferíveis às religiosas.

2.1-As Teorias Naturais de base Filosófica

As teorias naturais sobre a origem do universo de base filosófica são aquelas que não se baseiam nas leis da Física para explicar a criação mas que devem explicar o próprio surgimento delas. A partir daí, se necessário, o universo poderia ser uma decorrência das leis Físicas, como as propostas pelas teorias físicas ou então de alguma outra forma.

A Origem do Universo segundo Jocax

Para resolver o problema da origem do universo eu criei uma teoria que utiliza a “Navalha de Ocam” em seu extremo máximo. Assim, para explicar o universo, eu parto do estado mais simples possível, algo que não precisa de explicação para existir: O “Nada”.

Mas o “Nada” que as pessoas pensam não é o mesmo nada do qual eu parto. Nem mesmo o nada do qual os físicos partem. Por isso vou denominar o meu nada de o “Nada-Jocaxiano”. O Nada-Jocaxiano é definido como sendo o estado da natureza nas quais as seguintes condições são encontradas:

1-Não existem elementos físicos de nenhum tipo (nem matéria nem energia).

2-Não existem leis de nenhum tipo.

O “Nada Jocaxiano” é diferente do “Nada” normalmente pensado porque quando se pensa no “Nada” pensa-se no Nada mais a seguinte regra: “Nada pode acontecer deste Nada”. Então o Nada que as pessoas normalmente pensam não é o mais puro Nada possível, é um Nada com uma regra!!

O “Nada Jocaxiano” é o Nada Puro, um Nada Absoluto e, portanto, não apresenta regras a serem seguidas, nem mesmo a regra de que “Nada pode acontecer” e muito menos as leis de conservação da energia ou os princípios da Mecânica Quântica da Física.

Você pode dizer que “não apresentar regras” é também uma regra a ser seguida, e, portanto, a definição do “Nada Jocaxiano” seria inconsistente. A resposta é: - Não apresentar regras é o estado inicial do Nada, não uma regra que ele tenha que seguir. Da mesma forma como não apresentar matéria ou energia. Vamos explicar melhor:

Quando um sistema não apresenta regras ou leis de nenhuma espécie isso significa que não existem leis de restrições e portanto “tudo” pode acontecer... Como também pode não acontecer nada! Ou seja, a não existência de leis implica que “tudo pode acontecer” como também a negação disso: ”nem tudo pode acontecer”, onde se inclui “nada pode acontecer” e isso representa todas as possibilidades possíveis que um sistema pode apresentar. É portanto uma tautologia, uma verdade absoluta. Podemos considerar a frase “Tudo pode acontecer” no sentido abrangente que engloba também “Nada pode acontecer” de modo que se um sistema que não apresente leis é um sistema em que “Tudo pode acontecer” ( inclusive nada pode acontecer ).

Podemos concluir portanto que o sistema mais simples possível - o “Nada-Jocaxiano” – é, na verdade, um sistema Toti-potente onde “Tudo pode acontecer”.

Se “tudo” pode acontecer então o nada absoluto pode gerar qualquer coisa. Mas se o nada pode gerar qualquer coisa ele pode gerar o universo ou então as próprias leis físicas que, por sua vez, permitem o surgimento do universo. Por outro lado, o nada poderia gerar também a lei “Nada pode acontecer” e, neste caso, teríamos um nada perpétuo, sem possibilidade de que nada mais pudesse acontecer. Esta é a idéia que normalmente temos em mente quando pensamos no “Nada”. Mas esta é apenas uma das infinitas possibilidades que o “Nada-Jocaxiano” pode gerar.

Assim, eu assumo que a origem de tudo foi o “Nada-Jocaxiano” que, por não apresentar leis ou regras de nenhuma espécie, “Tudo” – no sentido amplo da palavra – poderia acontecer. Como não havia regras para o que podia ou não acontecer, podemos concluir que a ALEATORIEDADE deve ser uma característica deste sistema já que a aleatoriedade pode ser definida como a impossibilidade de se prever o que vai acontecer.

Se você está lendo este texto, e se a hipótese do Nada-Jocaxiano for verdadeira, podemos concluir que o Nada não “aleatorizou” (gerou aleatoriamente) a regra “nada pode acontecer”. Se o Nada-Jocaxiano tivesse gerado esta regra não estaríamos aqui para ler este texto. Por outro lado, se supusermos que é verdade que seja extremamente improvável um conjunto de leis Físicas que possam gerar vida então temos um problema: Seria extremamente improvável o Nada ter “aleatorizado” (gerado aleatoriamente) nosso universo, e assim deveremos buscar uma resposta para esta improbabilidade.

Nosso Nada tem uma "carta nas mangas": Como ele não precisa obedecer a leis físicas ou outras de quaisquer espécies, tudo poderia acontecer até mesmo, por exemplo, a criação de nosso universo do modo como o temos hoje, tudo criado neste momento, onde nossas lembranças e memórias teriam sido criadas consistentemente. Claro que, embora seja teoricamente possível, isso seria ainda muito mais improvável. Uma das formas de resolver o problema seria plagiar os teóricos do pré-Big-Bang e dizer que o Nada criou aleatoriamente uma infinidade de "universos bolhas" cada qual com suas próprias leis físicas também aleatórias. Assim o nosso universo seria apenas um destes múltiplos “universos bolhas” cujas leis físicas felizmente propiciaram a vida.

Outra possibilidade seria a criação de universos com prazo de validade: O Nada geraria um universo com leis físicas geradas aleatoriamente e com um prazo, ou uma condição de validade aleatória. No fim deste prazo, ou chegada esta condição de término, ele se extinguiria e voltaríamos ao “Nada-Jocaxiano” original que novamente poderia “aleatorizar” um novo universo diferente e assim por diante. Esse mecanismo poderia explicar as “leis físicas” de nosso universo sem a necessidade de criarmos infinitos universos paralelos. O problema é se porventura o Nada gerar um universo que é o próprio nada com a seguinte lei “Nada mais poderá acontecer”. Neste caso o “Nada” geraria o fim de tudo e para todo o sempre.

Algumas questões podem vir à mente do leitor:

1-A característica do "Nada-Jocaxiano" não possuir regras ou leis não seria, ela própria, uma regra?

Não. Uma regra estabelece alguma forma de restrição. Por exemplo: "meu carro é vermelho" também não é uma regra e sim um ESTADO do carro. Eventualmente o carro pode ser pintado de azul ( ou não). Estabecer que o estado da natureza no qual não existe regras é definido como o "Nada-Jocaxiano" também não é uma regra a ser seguida e sim um estado, que pode ou não acontecer. Uma regra seria "meu carro deve ser vermelho" ou ainda "meu carro não pode ser vermelho" nestes casos a cor do carro estaria, de alguma forma, restrita.

2-Dizer que tudo pode acontecer não seria uma regra? Uma imposição ao "Nada-Jocaxiano"?

Seria, mas se observarmos ao texto eu friso que do nada jocaxiano tudo pode OU NÃO acontecer. E isso não eh uma regra pois é uma TAUTOLOGIA - uma verdade absoluta em quaisquer circunstâncias ou cenários- Isso implica que o "Nada-Jocaxiano", como tudo, segue uma tautologia ( uma verdade absoluta ) e não uma regra.

3-O "Nada-Jocaxiano" não possui elementos físicos nem leis, mas ele possui alguma POTÊNCIA, ou não?

Se você chamar "potência" como a possibilidade de se transformar a resposta é sim. Mas lembre-se que a possibilidade não é certeza, e eventualmente ele jamais se transformará ou gerará alguma ou qualquer outra coisa.

4-O Nada-Trivial, onde nada pode acontecer, não seria algo mais provavel que o "Nada-Jocaxiano"?

Não! O nada que as pessoas imaginam ( o nada trivial ) é infinitamente mais improvável de acontecer como origem do universo do que o nada-jocaxiano. Isso porque o "nada-trivial" possui INFINITAS regras a serem seguidas: ele não pode gerar uma cadeira; ele não pode gerar leis físicas; ele não pode gerar deus; ele não pode gerar um Big-Bang; ele não pode gerar vida; ele não pode gerar partículas etc etc etc

Links

[1] http://www.infidels.org/library/modern/mark_vuletic/vacuum.html

[2] http://ntl.matrix.com.br/extrabr/cosmo.htm

[3] http://www.infidels.org/library/modern/quentin_smith/uncaused.html

[4] http://www.str.com.br/Scientia/criacao.htm

[5] http://astro.if.ufrgs.br/univ/univ.htm

[6] http://www.str.com.br/Scientia/criacao.htm

[7] http://www.terra.com.br/istoe/1635/ciencia/1635_eterno_retorno.htm



Outros textos sobre o tema:

[A Universe from Nothing]
http://www.astrosociety.org/pubs/mercury/31_02/nothing.html

[What Happened Before the Big Bang?]
http://www.fortunecity.com/emachines/e11/86/big-bang.html

[Creating a Universe]
http://web.uvic.ca/~jtwong/newtheories.htm

[Rumo ao Universo Paralelo]
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=27607

[Os bebês do cosmos]
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult3193u4.shtml

[O Universo vai acabar]
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/prospect/2005/01/29/ult2678u2.jhtm

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A Origem do Universo Empty Re: A Origem do Universo

Mensagem por michael patury 13th maio 2013, 04:17

? Parece ser a coisa mais maluca que eu ja ouvi? Mas tem muitos links bons acima.Estou lendo os links. Se ele é uma TAUTOLOGIA verdade absoluta então pressupõe-se um raciocínio? O que é isso uma criatura? Rssrs pale ? Algo que tenha auto-consciência affraid ? Agora compreender esse vácuo quântico é uma situação complicada ? O que seria essas flutuações quânticas então, vácuos quânticos então? Tem uma medida, donde vieram essas flutuações outros universos? Só pode....Enfim, O big ben é uma explosão e explosões ocorrem de dentro para fora.Imagino mais logico uma implosão algo que ocorreu na realidade de fora para dentro.

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Mensagem por jocax 13th maio 2013, 12:26

O Nada Jocaxiano

João Carlos Holland de Barcellos

O "Nada Jocaxiano" (NJ) é o “Nada” que existe. É um sistema físico desprovido não apenas de elementos físicos e de leis físicas, mas também de regras de quaisquer tipos.[1]

Para tentarmos entender e intuir o NJ como sendo um “nada existente”, podemos construí-lo mentalmente da seguinte forma: do nosso universo retiramos toda a matéria, a energia e os campos que elas geram. Agora podemos retirar a energia escura e a matéria escura. O que sobrou é algo que não é o inexistente. Vamos continuar nosso experimento mental e continuar suprimindo elementos de nosso universo: agora vamos retirar as leis físicas e as dimensões espaciais. Se não esquecemos de retirar mais nada o que sobrou é um NJ: Um nada existente.

O NJ é diferente do Nada em que normalmente se pensa. O nada em que normalmente se pensa, e que podemos chamar de "Nada Trivial" para distingui-lo do NJ, é algo do qual dele, nada pode surgir, ou seja, “o Nada Trivial” segue uma regra: ”Nada pode acontecer”. Dessa forma o “Nada Trivial”, o nada no qual as pessoas pensam ao falar sobre um “nada”, não é o nada mais simples possível, ele possui pelo menos uma regra de restrição.

Jocax não definiu o NJ como algo em que não existe nada. Tal definição é dúbia e encerra algumas contradições como: ”Se no nada não existe nada, então ele mesmo não existe”. Não. Primeiro Jocax definiu o que seja existir: “Algo existe quando tem as propriedades que o definem satisfeitas dentro da realidade”. Assim, o NJ foi definido como algo que:

1-Não possui elementos físicos de nenhuma espécie (partículas, energia, espaço etc.).

2-Não possui nenhuma lei (principalmente a lei embutida no “Nada Trivial”).

Assim, o NJ pode ter fisicamente existido. O NJ é uma construção que se diferencia do "nada trivial" por não conter a regra "Nada pode acontecer". Desta forma, jocax livra seu NJ de paradoxos semânticos do tipo: “Se ele existe, então ele não existe”. E afirma que este nada é ALGO que pode ter existido. Ou seja, o “NJ” é a estrutura física mais simples possível, algo como o estado minimal da natureza. E também o candidato natural para a origem do universo.

Não devemos confundir a definição do NJ com regras a serem seguidas. A definição do NJ é apenas a declaração de um estado. Se a natureza se encontrar no estado definido pelas condições 1 e 2 acima, dizemos que ela é um “Nada-Jocaxiano”. O estado de um sistema é algo que pode mudar, é diferente de uma regra que o sistema deve obedecer (caso contrário não seria uma regra). Assim, por exemplo, o estado “não possui elementos físicos” é um estado e não uma regra, pois, eventualmente, este estado poderá mudar. Se fosse uma regra, não poderia mudar (a menos que outra regra eliminasse a primeira).

Por ser livre de quaisquer elementos, o NJ não pressupõe a existência de qualquer coisa existente, apenas a existência dele próprio, e, pela "Navalha de Ocam” [2], deve ser o estado mais simples possível da natureza, portanto sem necessidade alguma de explicações sobre sua origem. O NJ, claro, não existe atualmente, mas pode ter existido num passado remoto. Ou seja, o NJ seria o próprio universo – definido como o conjunto de tudo o que existe - em seu estado minimal. Dessa forma, podemos também dizer que o Universo (como sendo um NJ) sempre existiu.

O NJ, assim como tudo que é entendido pela lógica, deve seguir a tautologia: "pode ou Não Acontecer". Essa tautologia-verdade lógica absoluta- como veremos, possui também um valor semântico no NJ: permite (ou não) que coisas possam acontecer.

Não podemos afirmar que num NJ eventos devam, necessariamente, ocorrer. Eventualmente pode não ocontecer nada mesmo, isto é, o NJ pode continuar ‘indefinidamente’ ( o tempo não existe num NJ) sem mudar de seu estado inicial e sem que nada ocorra. Mas existe a possibilidade de que fenômenos aleatórios possam decorrer desse nada absoluto. Essa conclusão segue logicamente da análise de um sistema sem premissas: como o NJ, por definição, não possui leis, isso significa que ele pode ser modelado como um sistema lógico SEM PREMISSAS.

Devemos parar um pouco para abrirmos um pequeno parêntese explicativo: estamos lidando com dois tipos de “Nada-Jocaxiano”: o objeto físico denominado “NJ”, que era o universo em seu estado minimal, com as propriedades descritas acima, e a teoria que analisa este objeto, o NJ-Teoria. O NJ-Teoria, a teoria sobre o NJ-objeto, (este texto) utiliza regras lógicas para entendermos o NJ-Objeto. Mas o NJ-objeto, ele próprio, não segue regras lógicas, por não existirem leis a que deva obedecer. Entretanto, não creio que deixaremos escapar possibilidades ao NJ-Objeto se o analisarmos segundo a lógica clássica. Contudo, deveremos estar cientes que esta analise lógica (NJ-Teoria) poderá, talvez, limitar alguma potencialidade do NJ-Objeto.

Em um sistema sem premissas, não podemos concluir que algo não possa acontecer. Não existem leis para que possamos tirar esta conclusão. Ou seja: não existe a proibição de que qualquer coisa possa acontecer. Se não existe a proibição de que algo possa acontecer, então, eventualmente, algo pode acontecer. Ou seja, as tautologias lógicas continuam verdadeiras num sistema sem premissas: “algo acontece ou não acontece”. Se, eventualmente, algo acontecer, este algo não deverá obedecer a leis, e, portanto, seria algo totalmente aleatório e imprevisível.

[Isso tudo pode parecer muito estranho, e na verdade é mesmo, mas posso colocar uma evidência clara de que o NJ não é um absurdo: procure, primeiramente, num sistema de busca da Internet pelo texto: “partículas virtuais” ou no singular: “partícula virtual”. As partículas virtuais ocorrem em nosso universo como criação espontânea, a partir do vácuo quântico, de uma partícula e sua anti-partícula. A geração deste par de partículas é considerada, pela ciência, como um evento sem causas físicas, algo genuinamente aleatório. Isso é fato científico e pode ser explicado pela mecânica quântica. Agora vamos sair um pouco dos fatos e imaginar que cada uma dessas partículas encerra um ultra-micro-pico-universo em miniatura. Assim, nesta experiência mental, temos um indício, uma pequena evidência, de que o surgimento de um universo do nada não está tão fora de propósito como poder-se-ia acreditar...].

Chamamos de Esquizo-Criações as primeiras aleatorizações do NJ. As esquizo-criações, por provirem de algo sem leis, seriam totalmente aleatórias e, se pudéssemos observá-las, parecer-nos-iam completamente “esquizofrênicas”. Claro que, com as primeiras aleatorizações, o NJ deixa de ser o NJ original por possuir algo, ou seja, o NJ se transforma. Como o NJ não é limitado por nenhuma lei, eventualmente pode também gerar leis, nas quais seus elementos – agora ele próprio – tenham de obedecer.

Vamos mostrar como a geração aleatória de leis pode produzir um universo lógico: suponha que leis sejam geradas aleatoriamente em seqüência. Se uma nova lei é gerada e não entra em conflito com outras leis, todas podem permanecer incólumes no conjunto de leis geradas. Entretanto, se surge uma nova lei que entra em conflito com outras leis já geradas, a nova lei substitui (mata) as leis anteriores que são incompatíveis com ela, já que, por ser uma lei, ela deve ser obedecida (até que outra, mais nova, se oponha a ela). Assim, numa verdadeira “seleção natural” de leis, acabaria sobrando apenas um conjunto de leis que não fossem incompatíveis entre si, e isso pode responder a uma questão filosófica fundamental de nosso universo: “Por que o universo segue regras lógicas?”.

Dessa forma o Nada-Jocaxiano é o candidato natural para a origem do universo, já que é o estado mais simples possível que a natureza poderia apresentar: um estado de tal simplicidade que não haveria necessidade de explicação para sua existência. E, por conseqüência lógica deste estado, qualquer coisa poderia (ou não) ser aleatorizada. Até mesmo nossas leis físicas e nossas partículas elementares.

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