Economia e Moedas Virtuais
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Economia e Moedas Virtuais
Ao longo da história humana, o homem passa de coletor para caçador, agricultor e assim por diante. A cada fase, a atividade econômica impôs a especialização de profissões e a evolução nos meios de troca.
A moeda original era completamente física. Japoneses, por exemplo, usavam arroz como base de troca. Primitivos romanos usavam sal.
Vem a fase de moedas metálicas, papel-moeda com lastro em metal e, por fim, moedas que se lastreiam com a própria atividade econômica de um país. As moedas baseadas somente na confiança de uma boa gestão econômica pelos governos funcionam muito bem, desde que estes não caiam em tentação de emitir mais moedas para cobrir déficits e rombos em projetos perdulários.
Modernamente, surgem as cripto moedas como forma de proteção de capital e investimentos.
Aparentemente, as cripto-moedas são imunes a inflação decorrente de erros de gestão de governos locais.
Uma cripto moeda é apregoada com uma reserva de valor não-rastreável. Isso alimenta o apetite de bons e ruins investidores.
Os negócios com cripto moedas dependem de uma Internet livre e independente.
Essa coisa chamada WWW, a teia mundial da Internet é realmente tão livre assim?
Como eletrotécnico, sugiro uma nova moeda baseada na energia.
O homem primitivo dependia exclusivamente de sua energia. A média estimada de consumo por indivíduo girava em torno de 2.000 quilo-calorias por dia. O homem tecnológico norte-americano dos anos 1970 consumia 230.000 quilo-calorias por dia. Logo, trata-se de um bem de primeiríssima necessidade, o qual o mercado quer cada vez mais.
Não é à toa que os EUA, quando deixou de lastrear o dólar pelo ouro, adotou o petróleo como base de valor.
A energia elétrica é um bem de fácil conversão: pode se transformar em calor, luz, movimento.
Essa energia move a indústria em geral, modernamente a informática e entretenimento.
A energia elétrica é facilmente distribuída, Estados Unidos (exceto o Estado do Texas) e Brasil tem sua rede de transmissão praticamente unificada.
Recentemente, o Brasil passou por um grande surto de desenvolvimento. Curiosamente, o País entrou em recessão econômica quando as reservas energéticas represadas em barragens hídricas começaram a se esgotarem.
Trocado em miúdos, usar o kwh (quilowatt-hora), uma quantidade de trabalho muito bem definida, poderá ser a nova moeda lastreável e rastreável.
A produção de energia elétrica por meios não convencionais (fotovoltaica, eólica) começam a ganhar seu espaço na na matriz energética mundial. Vem aí os energívoros veículos propelidos por eletricidade. A troca do petrodolar pelo eletrodolar seria uma boa barganha? Ou o eletrodolar pode entrar em curto-circuito também ?
Saiba mais sobre o apetite energético do ser humano em toda a sua história:
http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/divulgacao/oqueefisica/goldembergt.php
A moeda original era completamente física. Japoneses, por exemplo, usavam arroz como base de troca. Primitivos romanos usavam sal.
Vem a fase de moedas metálicas, papel-moeda com lastro em metal e, por fim, moedas que se lastreiam com a própria atividade econômica de um país. As moedas baseadas somente na confiança de uma boa gestão econômica pelos governos funcionam muito bem, desde que estes não caiam em tentação de emitir mais moedas para cobrir déficits e rombos em projetos perdulários.
Modernamente, surgem as cripto moedas como forma de proteção de capital e investimentos.
Aparentemente, as cripto-moedas são imunes a inflação decorrente de erros de gestão de governos locais.
Uma cripto moeda é apregoada com uma reserva de valor não-rastreável. Isso alimenta o apetite de bons e ruins investidores.
Os negócios com cripto moedas dependem de uma Internet livre e independente.
Essa coisa chamada WWW, a teia mundial da Internet é realmente tão livre assim?
Como eletrotécnico, sugiro uma nova moeda baseada na energia.
O homem primitivo dependia exclusivamente de sua energia. A média estimada de consumo por indivíduo girava em torno de 2.000 quilo-calorias por dia. O homem tecnológico norte-americano dos anos 1970 consumia 230.000 quilo-calorias por dia. Logo, trata-se de um bem de primeiríssima necessidade, o qual o mercado quer cada vez mais.
Não é à toa que os EUA, quando deixou de lastrear o dólar pelo ouro, adotou o petróleo como base de valor.
A energia elétrica é um bem de fácil conversão: pode se transformar em calor, luz, movimento.
Essa energia move a indústria em geral, modernamente a informática e entretenimento.
A energia elétrica é facilmente distribuída, Estados Unidos (exceto o Estado do Texas) e Brasil tem sua rede de transmissão praticamente unificada.
Recentemente, o Brasil passou por um grande surto de desenvolvimento. Curiosamente, o País entrou em recessão econômica quando as reservas energéticas represadas em barragens hídricas começaram a se esgotarem.
Trocado em miúdos, usar o kwh (quilowatt-hora), uma quantidade de trabalho muito bem definida, poderá ser a nova moeda lastreável e rastreável.
A produção de energia elétrica por meios não convencionais (fotovoltaica, eólica) começam a ganhar seu espaço na na matriz energética mundial. Vem aí os energívoros veículos propelidos por eletricidade. A troca do petrodolar pelo eletrodolar seria uma boa barganha? Ou o eletrodolar pode entrar em curto-circuito também ?
Saiba mais sobre o apetite energético do ser humano em toda a sua história:
http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/divulgacao/oqueefisica/goldembergt.php
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
Re: Economia e Moedas Virtuais
Excelente matéria, Jonas!
Acredito, porém, que os banqueiros tradicionais não aprovariam essa unidade monetária.
De qualquer forma, é um excelente tema para ser posto à mesa dos governos e sociedades.
Acredito, porém, que os banqueiros tradicionais não aprovariam essa unidade monetária.
De qualquer forma, é um excelente tema para ser posto à mesa dos governos e sociedades.
José Luiz Negreiros- Iniciante
- Mensagens : 1
Re: Economia e Moedas Virtuais
Obrigado, mano, pelas palavras de incentivo.
O consumo de eletricidade de um Pais, por exemplo, é um indicador econômico confiável.
A eletricidade tem ligação íntima com o alumínio, metal mais abundante da crosta terrestre.
A forma mais vantajosa da extração e refino do alumínio se dá através da eletrólise e fusão por indução elétrica; dois processos que demandam grande quantidade de energia.
Antes da eletrólise, a obtenção do alumínio era caríssima, de modo que esse metal era usado somente em aplicações nobres.
O cobre (que já foi moeda) vem sendo rapidamente substituído pelo alumínio na fabricação de condutores elétricos. Percebe-se claramente que a indústria de energia elétrica é realimentada por si mesma.
O aço usado em blocos de motores de combustão interna, foi substituído pelo alumínio com grandes vantagens.
Estruturas metálicas na construção civil também amplia a utilização do alumínio.
Quanto a rastreabilidade do eletrodolar, é a mais fácil possivel: em vez de seguir o dinheiro "follow the money", basta seguir as linhas de transmissao elétrica.
O consumo de eletricidade de um Pais, por exemplo, é um indicador econômico confiável.
A eletricidade tem ligação íntima com o alumínio, metal mais abundante da crosta terrestre.
A forma mais vantajosa da extração e refino do alumínio se dá através da eletrólise e fusão por indução elétrica; dois processos que demandam grande quantidade de energia.
Antes da eletrólise, a obtenção do alumínio era caríssima, de modo que esse metal era usado somente em aplicações nobres.
O cobre (que já foi moeda) vem sendo rapidamente substituído pelo alumínio na fabricação de condutores elétricos. Percebe-se claramente que a indústria de energia elétrica é realimentada por si mesma.
O aço usado em blocos de motores de combustão interna, foi substituído pelo alumínio com grandes vantagens.
Estruturas metálicas na construção civil também amplia a utilização do alumínio.
Quanto a rastreabilidade do eletrodolar, é a mais fácil possivel: em vez de seguir o dinheiro "follow the money", basta seguir as linhas de transmissao elétrica.
Re: Economia e Moedas Virtuais
As moedas virtuais vieram pra ficar, tanto que a China ta fazendo a dela
Sobre consumo de energia, estou confiante que logo teremos grande disponibilidade de eletricidade, graças ao uso do nanotubo de carbono para captação de elétrons diretamente de materiais radioativos.
Sobre consumo de energia, estou confiante que logo teremos grande disponibilidade de eletricidade, graças ao uso do nanotubo de carbono para captação de elétrons diretamente de materiais radioativos.
Xevious- Físico Profissional
- Mensagens : 1024
Re: Economia e Moedas Virtuais
Xevious escreveu:As moedas virtuais vieram pra ficar, tanto que a China ta fazendo a dela
Sobre consumo de energia, estou confiante que logo teremos grande disponibilidade de eletricidade, graças ao uso do nanotubo de carbono para captação de elétrons diretamente de materiais radioativos.
Oi, Xevious!
Obrigado por participar.
Nos anos 1950, os cientistas ficaram encantados com o potencial da energia atômica.
Na época, previram que os custos de produção de energia elétrica cairiam tanto que a energia seria entregue de graça às casas dos consumidores.
Se você teve o trabalho de analisar o gráfico de consumo de energia per capita, incluso no belo trabalho do prof. Goldemberg, perceberá que o eletrodolar tem fundamentos econômicos sólidos, enquanto as moedas digitais são verdadeiras "caixas pretas", sem o menor vínculo com a realidade e sem liquidez garantida.
Para visualização completa, clique sobre a figura.
Origem do gráfico:
http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/divulgacao/oqueefisica/goldembergt.php
Na ocasião de publicação do trabalho (1970), as máquinas-ferramentas programáveis por computador, bem como máquinas de manufatura automáticas e robots ainda eram apenas sonhos. Máquinas agrícolas programáveis, para semear, tratar e colher, nem em ficção científica ...
Um eletrodolar ou um kwh representam uma unidade real de realização de trabalho inteligente, não mais aquela força-bruta dos anos 1970, dependentes de ação ou supervisão humana constantes. Logo, a demanda de produção de energia cresceu vertiginosamente, apesar dos servomotores estarem mais eficientes e robots mais velozes e precisos.
Na ponta do consumidor caseiro, aumentou grandemente o número de robots, tais como máquinas de lavar programáveis, fornos de microondas, estações de trabalho computadorizadas, máquinas impressoras gráficas pessoais, TVs de telas gigantes, Sistemas de Vigilância à Distância, refrigeradores com controle de estoque, ar condicionado, e por aí vai...
Logo, a energia elétrica é algo que tudo mundo quer e precisa, cada vez mais.
Nada melhor que transformá-la em moeda.
Eletrodolar versus moedas etéreas:
Quem vencerá a batalha ?
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
Re: Economia e Moedas Virtuais
Imagina agora com uma eficiência mais de mil vezes maiorJonas Paulo Negreiros escreveu:Nos anos 1950, os cientistas ficaram encantados com o potencial da energia atômica.
veja isso
A tecnologia da verdadeira usina atômica
Xevious- Físico Profissional
- Mensagens : 1024
Re: Economia e Moedas Virtuais
Muito bom, Xevious.
Notar que o artigo fala de condutores de eletricidade mais eficientes que os atuais.
Mas a forma de geração de energia elétrica não muda; continua a ser dependente da queima de combustíveis fósseis, biomassa, nucleares ou de outros agentes da natureza.
Acho estranho os pesquisadores estarem tão otimistas quanto ao fabuloso rendimento dos geradores Eletronucleares por grafeno. Em nenhum momento eles falam sobre o lixo atômico.
Notar que o artigo fala de condutores de eletricidade mais eficientes que os atuais.
Mas a forma de geração de energia elétrica não muda; continua a ser dependente da queima de combustíveis fósseis, biomassa, nucleares ou de outros agentes da natureza.
Acho estranho os pesquisadores estarem tão otimistas quanto ao fabuloso rendimento dos geradores Eletronucleares por grafeno. Em nenhum momento eles falam sobre o lixo atômico.
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