A máquina do mundo
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A máquina do mundo
A Máquina do Mundo diz respeito ao cosmos, ao sistema do mundo. De acordo com a visão grega e ptolomaica, através das notas de Pedro Nunes, no Tratado da Esfera a partir de trabalhos como a De Sphaera do astrónomo inglês Sacrobosco, seguidas por Camões em Os Lusíadas, o mundo apresentava uma região celestial e outra elementar. Pedro Nunes, no Tratado da Esfera, publicado em 1537, afirma que "A universal máquina do Mundo divide-se em duas partes: celestial e elementar. A parte elementar é sujeita a contínua alteração: e divide-se em quatro, a terra a qual está como centro do mundo no meio assentada, segue-se logo a água e ao redor dela o ar e logo o fogo puro que chega ao céu da lua." A região celestial é composta por nove esferas a "saber, esfera da Lua, do Mercúrio, de Vénus, do Sol, de Marte, de Júpiter, de Saturno, das estrelas fixas, e a do derradeiro céu".
A Máquina do Mundo, desde Ptolomeu, tinha a Terra no centro e em seu redor, em círculos concêntricos, Diana (Lua), Mercúrio, Vénus, Febo (Sol), Marte, Júpiter e Saturno. Envolvendo estes sete céus, havia o Firmamento, seguido pelo Céu Áqueo ou Cristalino, depois o Primeiro móbil, esfera que arrasta todas as outras consigo. Por último ficava o Empíreo.
No Canto X de Os Lusíadas, Camões fala da "grande máquina do Mundo" (X, 80), demonstrando um conhecimento bastante preciso da cosmogonia da época, ainda sem as conceções de Copérnico, do sistema heliocêntrico.
fonte:
https://www.infopedia.pt/$maquina-do-mundo
Canto X
[…]
Não andam muito que no erguido cume
Se acharam, onde um campo se esmaltava
De esmeraldas, rubis, tais que presume
A vista que divino chão pisava.
Aqui um globo vem no ar, que o lume
Claríssimo por ele penetrava,
De modo que o seu centro está evidente,
Como a sua superfície, claramente.
Qual a matéria seja não se enxerga,
Mas enxerga-se bem que está composto
De vários orbes, que a Divina verga
Compôs, e um centro a todos só tem posto. Volvendo, ora se abaixe, agora se erga,
Nunca se ergue ou se abaixa, e um mesmo rosto
Por toda a parte tem; e em toda a parte
Começa e acaba, enfim, por divina arte;
Uniforme, perfeito, em si sustido,
Qual, enfim, o Arquétipo que o criou.
Vendo o Gama este globo, comovido
De espanto e de desejo ali ficou.
Diz-lhe a Deusa: — O transunto, reduzido
Em pequeno volume, aqui te dou
Do Mundo aos olhos teus, para que vejas
Por onde vás e irás e o que desejas.
Vês aqui a grande máquina do mundo,
Etérea e elemental, que fabricada
Assim foi do Saber, alto e profundo,
Que é sem princípio e meta limitada.
Quem cerca em derredor este rotundo
Globo e sua superfície tão limada,
É Deus: mas o que é Deus, ninguém o entende,
Que a tanto o engenho humano não se estende.
[…]
Luís Vaz de Camões,
Os Lusíadas
__________
fonte:
https://artepensamento.ims.com.br/item/a-maquina-do-mundo-camoes/?_sft_category=critica
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Gráviton, onde tu estás que não te encontro ?
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