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A máquina do mundo

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A máquina do mundo Empty A máquina do mundo

Mensagem por Jonas Paulo Negreiros 5th janeiro 2022, 08:52


A Máquina do Mundo diz respeito ao cosmos, ao sistema do mundo. De acordo com a visão grega e ptolomaica, através das notas de Pedro Nunes, no Tratado da Esfera a partir de trabalhos como a De Sphaera do astrónomo inglês Sacrobosco, seguidas por Camões em Os Lusíadas, o mundo apresentava uma região celestial e outra elementar. Pedro Nunes, no Tratado da Esfera, publicado em 1537, afirma que "A universal máquina do Mundo divide-se em duas partes: celestial e elementar. A parte elementar é sujeita a contínua alteração: e divide-se em quatro, a terra a qual está como centro do mundo no meio assentada, segue-se logo a água e ao redor dela o ar e logo o fogo puro que chega ao céu da lua." A região celestial é composta por nove esferas a "saber, esfera da Lua, do Mercúrio, de Vénus, do Sol, de Marte, de Júpiter, de Saturno, das estrelas fixas, e a do derradeiro céu".
A Máquina do Mundo, desde Ptolomeu, tinha a Terra no centro e em seu redor, em círculos concêntricos, Diana (Lua), Mercúrio, Vénus, Febo (Sol), Marte, Júpiter e Saturno. Envolvendo estes sete céus, havia o Firmamento, seguido pelo Céu Áqueo ou Cristalino, depois o Primeiro móbil, esfera que arrasta todas as outras consigo. Por último ficava o Empíreo.
No Canto X de Os Lusíadas, Camões fala da "grande máquina do Mundo" (X, 80), demonstrando um conhecimento bastante preciso da cosmogonia da época, ainda sem as conceções de Copérnico, do sistema heliocêntrico.

fonte:
https://www.infopedia.pt/$maquina-do-mundo



Canto X
[…]    
Não andam muito que no erguido cume

Se acharam, onde um campo se esmaltava

De esmeraldas, rubis, tais que presume

A vista que divino chão pisava.

Aqui um globo vem no ar, que o lume

Claríssimo por ele penetrava,

De modo que o seu centro está evidente,

Como a sua superfície, claramente.

Qual a matéria seja não se enxerga,

Mas enxerga-se bem que está composto

De vários orbes, que a Divina verga

Compôs, e um centro a todos só tem posto. Volvendo, ora se abaixe, agora se erga,

Nunca se ergue ou se abaixa, e um mesmo rosto

Por toda a parte tem; e em toda a parte

Começa e acaba, enfim, por divina arte;

Uniforme, perfeito, em si sustido,

Qual, enfim, o Arquétipo que o criou.

Vendo o Gama este globo, comovido

De espanto e de desejo ali ficou.

Diz-lhe a Deusa: — O transunto, reduzido

Em pequeno volume, aqui te dou

Do Mundo aos olhos teus, para que vejas

Por onde vás e irás e o que desejas.

Vês aqui a grande máquina do mundo,

Etérea e elemental, que fabricada

Assim foi do Saber, alto e profundo,

Que é sem princípio e meta limitada.

Quem cerca em derredor este rotundo

Globo e sua superfície tão limada,

É Deus: mas o que é Deus, ninguém o entende,

Que a tanto o engenho humano não se estende.

[…]

Luís Vaz de Camões,

Os Lusíadas

__________

fonte:
https://artepensamento.ims.com.br/item/a-maquina-do-mundo-camoes/?_sft_category=critica





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Jonas Paulo Negreiros
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