Um transístor de papel criado por portugueses
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Um transístor de papel criado por portugueses
Um transístor de papel criado por portugueses
Microelectrónica. Investigadores portugueses criam transístor de papel. Abre-se um mundo de novas possibilidades numa descoberta já falada um pouco por todo o mundo
Podem ser usados na electrónica descartável
Ecrãs de papel, etiquetas ou pacotes inteligentes são algumas das possibilidades que nascem com a invenção dos novos transístores com uma camada fina de papel.
À frente desta investigação está uma equipa de cientistas portugueses do Centro de Investigação de Materiais (Ceninat) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, coordenados por Elvira Fortunato, o 'cérebro' por detrás do projecto.
Os transístores são os equipamentos que vieram substituir as válvulas nos anos 40. Estão hoje presentes nos circuitos integrados da maioria dos dispositivos electrónicos que usamos todos os dias. Para Elvira Fortunato, defini-los é simples. "Um transístor não é mais que um interruptor, que liga e desliga. No fundo é uma chave." Um mostrador de uma máquina fotográfica, por exemplo, utiliza uma matriz activa que faz o endereçamento dos pixeis e casa pixel e é comandado por um transístor de película fina (TFT). Um transístor convencional tem o silício como material de suporte.
A grande novidade aqui é que "utilizamos o papel como material funcional, onde o papel é usado como suporte físico do transístor e simultaneamente como componente electrónico, ou seja, um isolante", diz Elvira Fortunato. O papel tem aqui uma dupla função.
Também a base, que é a parte activa que faz o transístor funcionar, é uma inovação. "Usamos o óxido de zinco, um material barato, usado em várias aplicações entre elas produtos de cosmética e farmacêutica." Tem a grande vantagem de poder ser produzido à temperatura ambiente. As experiências já foram feitas em papel vegetal, reciclado ou cartão. Os resultados são sempre os mesmos. "Funciona na perfeição."
Quanto às futuras utilizações, ainda estão por descobrir. Por ser uma tecnologia onde os materiais utilizados são de baixo custo, "pensamos que pode ter uma aplicação muito grande na área da electrónica descartável", explica Elvira Fortunato.
Por enquanto, ainda são ideias por concretizar, mas estes transístores permitem fazer desde sensores a etiquetas, ou por exemplo serem usados no papel-moeda. Para a engenheira "este é um campo por descobrir. Quando temos uma coisa nova ainda é difícil definir as aplicações que vão aparecer no futuro". Neste momento, ainda não existe nenhum projecto financiado para desenvolver os transístores de papel. "Queremos primeiro optimizar o desempenho dos transístores, aprofundar os conhecimentos sobre o seu modo de funcionamento."
Apesar de a ideia ter partido da cientista, o projecto foi trabalhado por uma equipa que tem vindo a ocupar- -se da área da electrónica transparente dentro da universidade. Dela também fazem parte Rodrigo Martins, chefe do laboratório, Nuno Correia (que fez os transístores), Pedro Barquinha, Gonçalo Gonçalves e Luís Pereira.
"O transístor de papel vem um bocadinho por acréscimo. Já trabalhávamos com estes materiais à temperatura ambiente e tínhamos as condições reunidas para poder usar o papel", esclarece Elvira Fortunato.
O primeiro transístor foi feito em Dezembro de 2007, mas apenas divulgado em Julho deste ano, depois de já terem submetido a patente. Dois dias depois de esta notícia ter começado a percorrer o mundo (milhares de entradas no Google), a cientista ganhou um prémio de 2,5 milhões de euros, na área da electrónica transparente, atribuído pelo European Research Council (ERC). O dinheiro ganho já tem destino. "Vai permitir consolidar a equipa, financiá-la durante os próximos cinco anos e comprar um grande equipamento da área da nanotecnologia com características únicas, que ainda não existe em Portugal."
Microelectrónica. Investigadores portugueses criam transístor de papel. Abre-se um mundo de novas possibilidades numa descoberta já falada um pouco por todo o mundo
Podem ser usados na electrónica descartável
Ecrãs de papel, etiquetas ou pacotes inteligentes são algumas das possibilidades que nascem com a invenção dos novos transístores com uma camada fina de papel.
À frente desta investigação está uma equipa de cientistas portugueses do Centro de Investigação de Materiais (Ceninat) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, coordenados por Elvira Fortunato, o 'cérebro' por detrás do projecto.
Os transístores são os equipamentos que vieram substituir as válvulas nos anos 40. Estão hoje presentes nos circuitos integrados da maioria dos dispositivos electrónicos que usamos todos os dias. Para Elvira Fortunato, defini-los é simples. "Um transístor não é mais que um interruptor, que liga e desliga. No fundo é uma chave." Um mostrador de uma máquina fotográfica, por exemplo, utiliza uma matriz activa que faz o endereçamento dos pixeis e casa pixel e é comandado por um transístor de película fina (TFT). Um transístor convencional tem o silício como material de suporte.
A grande novidade aqui é que "utilizamos o papel como material funcional, onde o papel é usado como suporte físico do transístor e simultaneamente como componente electrónico, ou seja, um isolante", diz Elvira Fortunato. O papel tem aqui uma dupla função.
Também a base, que é a parte activa que faz o transístor funcionar, é uma inovação. "Usamos o óxido de zinco, um material barato, usado em várias aplicações entre elas produtos de cosmética e farmacêutica." Tem a grande vantagem de poder ser produzido à temperatura ambiente. As experiências já foram feitas em papel vegetal, reciclado ou cartão. Os resultados são sempre os mesmos. "Funciona na perfeição."
Quanto às futuras utilizações, ainda estão por descobrir. Por ser uma tecnologia onde os materiais utilizados são de baixo custo, "pensamos que pode ter uma aplicação muito grande na área da electrónica descartável", explica Elvira Fortunato.
Por enquanto, ainda são ideias por concretizar, mas estes transístores permitem fazer desde sensores a etiquetas, ou por exemplo serem usados no papel-moeda. Para a engenheira "este é um campo por descobrir. Quando temos uma coisa nova ainda é difícil definir as aplicações que vão aparecer no futuro". Neste momento, ainda não existe nenhum projecto financiado para desenvolver os transístores de papel. "Queremos primeiro optimizar o desempenho dos transístores, aprofundar os conhecimentos sobre o seu modo de funcionamento."
Apesar de a ideia ter partido da cientista, o projecto foi trabalhado por uma equipa que tem vindo a ocupar- -se da área da electrónica transparente dentro da universidade. Dela também fazem parte Rodrigo Martins, chefe do laboratório, Nuno Correia (que fez os transístores), Pedro Barquinha, Gonçalo Gonçalves e Luís Pereira.
"O transístor de papel vem um bocadinho por acréscimo. Já trabalhávamos com estes materiais à temperatura ambiente e tínhamos as condições reunidas para poder usar o papel", esclarece Elvira Fortunato.
O primeiro transístor foi feito em Dezembro de 2007, mas apenas divulgado em Julho deste ano, depois de já terem submetido a patente. Dois dias depois de esta notícia ter começado a percorrer o mundo (milhares de entradas no Google), a cientista ganhou um prémio de 2,5 milhões de euros, na área da electrónica transparente, atribuído pelo European Research Council (ERC). O dinheiro ganho já tem destino. "Vai permitir consolidar a equipa, financiá-la durante os próximos cinco anos e comprar um grande equipamento da área da nanotecnologia com características únicas, que ainda não existe em Portugal."
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Que mensagem nos envia a natureza? Qual dos nossos preceitos, que erigimos de forma demasiado fácil em certezas, é preciso pôr em causa? -Albert Einstein
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Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Mais uma vez Portugal demonstra que tem um optimo futuro pela frente a nivel tecnologico
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Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Portugal apenas lhe falta algum investimento no campo da investigação, porque temos bons investigadores mas todos tem de ir para o estrangeiro por falta de meios em Portugal! É pena mas parece que isto está a mudar...
tig- Membro Ativo
- Mensagens : 325
Idade : 38
Re: Um transístor de papel criado por portugueses
tig escreveu:Portugal apenas lhe falta algum investimento no campo da investigação, porque temos bons investigadores mas todos tem de ir para o estrangeiro por falta de meios em Portugal! É pena mas parece que isto está a mudar...
Sim Portugal esta no caminho certo e quem sabe se nao alcanssaremos de novo a gloria do tempo dos descobrimentos.
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Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Seria de uma ironia fantástica!
Mas é justo! XD
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JoTa_9- Membro Regular
- Mensagens : 166
Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Tópico movido para a secção Física Aplicada.
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Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Um avanço considerável para a área eletrônica, só me incomoda um fato:
"pensamos que pode ter uma aplicação muito grande na área da electrónica descartável"
É claro que pode ser direcionada em âmbito medicinal, mas de maneira geral, ao invés de focar políticas em materiais descartáveis (O que acho um erro muito grande, em vista ao cenário mundial) poderiam focar mais em tecnologias de redução de custos em algo permanente, e métodos de reaproveitamento desta nova descoberta.
Antes estas medidas, do que lançar ao mercado. (Se bem que vai demorar )
"pensamos que pode ter uma aplicação muito grande na área da electrónica descartável"
É claro que pode ser direcionada em âmbito medicinal, mas de maneira geral, ao invés de focar políticas em materiais descartáveis (O que acho um erro muito grande, em vista ao cenário mundial) poderiam focar mais em tecnologias de redução de custos em algo permanente, e métodos de reaproveitamento desta nova descoberta.
Antes estas medidas, do que lançar ao mercado. (Se bem que vai demorar )
Safra- Membro Ativo
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Re: Um transístor de papel criado por portugueses
Safra2008 escreveu:Um avanço considerável para a área eletrônica, só me incomoda um fato:
"pensamos que pode ter uma aplicação muito grande na área da electrónica descartável"
É claro que pode ser direcionada em âmbito medicinal, mas de maneira geral, ao invés de focar políticas em materiais descartáveis (O que acho um erro muito grande, em vista ao cenário mundial) poderiam focar mais em tecnologias de redução de custos em algo permanente, e métodos de reaproveitamento desta nova descoberta.
Antes estas medidas, do que lançar ao mercado. (Se bem que vai demorar )
Bem pelo que li sobre isto penso e este novo engenho seja totalmente reciclado o que exclui esse problema.
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